Internacional
Escrito por Fundação Lauro Campos
Dom, 18 de janeiro de 2009 11:42
Faixa de Gaza
Piotr Ikonowicz, Nova Esquerda:
A Al Jazira, quando começou o relato da faixa de Gaz, de noite, enfocou a câmara no céu. E nas telas dos televisores apareceu a negrura. Mas se ouvia o som dos aviões de bombardeio aproximando-se, se ouvia o som dos helicópteros Apache. E nós, todos os que o víamos, sentimos medo. O medo atroz das crianças de Gaza, que estavam esperando que lhes caíssem as bombas.
Em nossa bela história polaco-judia, a que agora estou lançando na cara do Estado de Israel, havia um homem que se chamava Janusz Korczak... Janusz Korczak se foi com as crianças ao crematório porque não as queria abandonar! Hoje Janusz Korczak os acusa e nós todos como Korczak quiséramos estar com aquelas crianças e estender-lhes as mãos quando lhes caíam as bombas israelenses.
A Cruz Vermelha acusa o exército israelense de não permitir que a assistência médica chegue até as vítimas...
Nesta bandeira ardendo está Barak, está Peres, estão os generais – mas não as vítimas! Porque o que fez Israel, o que fizeram os cínicos fundamentalistas de Israel – um estado confessional e fanático – é um elemento da cínica campanha eleitoral: se assassina os palestinos para ganhar umas malditas eleições. Mas os civis israelenses também serão vítimas deste assassinato coletivo. E nós hoje e em qualquer momento estaremos do lado dos assassinados e contra esta orgia de ódio que há em contra dos israelenses. E é o que vos queremos dizer: judeus, israelenses: não vos deixeis levar, não vos deixeis açular contra os palestinos, porque ireis morrendo. Porque se a esta gente em Gaza, aos palestinos, lhes deixais só o desespero, a ira e o ódio – não lhes deixareis mais opções.
Para apagar o ódio há que apagar o foco do mal. E o foco do mal não é nem muito menos única e exclusivamente o Estado de Israel. O foco do mal é o império do mal. Israel é uma mão, uma ferramenta imperial da política dos Estados Unidos. Sem os Estados Unidos amanhã se derrubaria a potência de Israel – e isso seria bom para os israelenses. Porque teriam que, e por fim poderiam, viver em paz com seus vizinhos. Já que vivem em meio ao mundo árabe, queiram-no ou não.
A propaganda mundial intenta dividir os palestinos em bons, os de Mahmud Abbas, e maus, os do Hamás. Hoje toda a nação palestina se uniu. Mas nós não podemos nos deixar manipular. Não é verdade, que os defensores de sua nação que tomaram as armas e que nesse mesmo país haviam ganhado as eleições, sejam uns terroristas. Terrorista é aquele que de propósito mata gente indefesa. Assim que os criminosos israelenses que cometeram o massacre em Gaza tarde ou cedo terão que se apresentar ante o tribunal. De igual maneira que os criminosos estadunidenses que realizam o extermínio da população do Iraque, da população do Afeganistão: todos eles permitem que caiam os civis. Todo o tempo estão mentindo sobre operações cirúrgicas, mas como se pode propor um ataque preciso aos rebeldes, se os rebeldes são parte da mesma nação. Só há uma maneira de vencer o Hamás, de vencer o ânimo dos palestinos: é preciso matá-los a todos! E isto é impossível de fazer.
Assim que tarde ou cedo a Palestina se libertará. E nesse mesmo tempo, quando Palestina se liberte, nosso mundo será livre!
Filip Ilkowski, Iniciativa "Abaixo a guerra":
Nesta questão o mais importante é que os palestinos estão invadidos por Israel e não Israel pelos palestinos.
Morreram quase 1000 pessoas. Entre elas a terceira parte são crianças. E tudo isto tem lugar diante da passividade absoluta do mundo. A carnificina em Gaza é só o último passo na tragédia palestina. Se ouve nos meios de comunicação que neste conflito há duas partes iguais. Não há duas partes iguais! Porque os palestinos estão invadidos, os palestinos vivem uma humilhação diária. Os palestinos são os que estão invadidos por Israel e não Israel pelos palestinos. Quantas pessoas mais têm que morrer para que o mundo reaja? Nós estamos reagindo já: Palestina livre!
Paramos aqui, em frente ao Escritório de Informação da ONU eem Varsóvia porque, como quase todo o mundo sabe, Israel bombardeou uma escola administrada pela ONU em Gaza matando a mais de 40 pessoas, entre elas muitas crianças. Por que a ONU está calada? Mas sobretudo porque nos manifestamos contra os duplos estandartes dos impérios. Como é que se pode matar a quase mil pessoas em duas semanas e a ONU não se dá ao trabalho de fazer nada na questão?
Omar Faris, Coalizão palestina pelo direito ao retorno:
Estamos aqui para dizer: que pare o Holocausto! Estamos aqui para dizer a aqueles assassinos que parem o Holocausto! Que parem com os assassinatos da gente inocente, que parem a carnificina em Gaza! Estamos aqui para transmitir nosso apoio a nossa nação em Gaza, a todos os guerrilheiros, a todas as organizações. Aqui estamos: os polacos e os palestinos para dizer NÃO à guerra! Estamos aqui para dizer que todos nossos sapatos são para todos os dirigentes que sustentam Israel. Que viva a Palestina!
Varsóvia, 10/01/2009
http://pl.youtube.com/watch?v=RywChnA51dU
Fonte: http://pl.mail.yahoo.com