Quinta-feira, 22 de Janeiro de 2009
United Abominations: "Guns-for-Dictators"
Kofi Annan e Araft - Esse amor da ONU é antigo
Já que falei da ONU novamente, meu caro amigo e leitor desse blog, Marcelo Villani perguntou sobre a história de Kofi Annan e seu filho Kojo que citei em alguns comentários contra a ONU. Então resolvi escrever esse texto lembrando esse fato que mostra bem o que é a United Abomintanions.
Kofi Annan permaneceu por longos 10 anos à frente da ONU. Desde que assumiu a organização, que nunca foi um primor, piorou e muito a sua atuação.
Muitas suspeitas pesavam sobre Annan, mas em 2004 havia um rastro de provas a serem investigadas. Paul Volcker ex-diretor do FED (The Federal Reserve System) – O Banco Central dos Estados Unidos - aceitou investigar o comportamento da ONU no programa “Oil-for-Food” (Petróleo-por-Comida) criado em 1994, após o fim da primeira guerra no Iraque, este programa vendia licenças de exportação de petróleo iraquiano a companhias internacionais e usava as receitas para comprar alimentos para os iraquianos devastados pela guerra e para compensar o Kuwait. A ONU, num dos raros casos em que passou das palavras à ação, supervisionou o processo até ao fim, em 2003.
Paul Volcker liderou uma comissão independente e investigou minuciosamente as denúncias contra a ONU. Um relatório emitido pela comissão de investigação criticou a forma como Kofi Annan gerenciou os 65 bilhões de dólares do programa “Petróleo-por-Comida”. Contudo, o relatório disse que não havia provas suficientes para afirmar a denúncia de que o secretário-geral influenciou na escolha de contratos milionários.
Porém a descoberta de um e-mail pela comissão fez com que ela anunciasse que iria rever a sua opinião sobre as declarações feitas pelo secretário-geral, e sua participação na escolha de contratos.
O e-mail sugeria que Kofi Annan sabia bem mais acerca do contrato com a Cotecna, do que aquilo que ele havia admitido para a comissão de investigação. No e-mail um amigo da família de Annan, chamado Michael Wilson, e um funcionário da Cotecna afirmaram que conversaram com Annan em Paris alguns dias antes de a Cotecna vencer o contrato de um ano no valor de 10 milhões de dólares. No e-mail também estava escrito que eles tinham o apoio do secretário-geral.
Kofi Annan reagiu à notícia negando contatos com a Cotecna (depois confirmados) e falando com o filho (mais tarde nega esta conversa para depois admiti-la). Kofi ordena uma investigação dentro da ONU que dura menos de um dia e conclui que nada está errado. Kofi não investiga mais e a Cotecna mantém o contrato até 2004. Durante as investigações de Volcker, o chefe de gabinete de Annan destrói vários documentos.
Porém um artigo jornal Sunday Times britânico revela as ligações de Kojo com a companhia. A Cotecna e Kojo afirmam que a relação entre ambos havia terminado em Outubro de 1998, para evitar conflitos de interesse no contrato com a ONU. Volcker, depois de exaustivo trabalho de cruzar dados e documentos, descobriu que Kojo recebeu da companhia U$ 2.500 por mês entre Janeiro de 1999 e 2004 por conta de um acordo de “não-competição” e mais $484.492 por consultoria a várias empresas-fantasma do mesmo grupo.
Em Setembro de 1998, Kojo Annan se reuniu com vários chefes de Estado e ministros de governos durante a sessão de abertura da Assembléia Geral da ONU. Em dezembro, a Cotecna ganhou U$ 4,8 milhões pelo contrato do “Petróleo por Alimentos”.
Qual foi o papel de Kofi Annan? O seu filho, Kojo Annan, foi contratado em 1995 pela empresa Cotecna, onde trabalhava um amigo próximo do pai. Esta empresa, especializada em inspeções internacionais, em 1998 encontrava-se em apuros que incluíam um processo-crime na Suíça à conta de subornos a Benazir Bhutto e outros no Paquistão. A Cotecna decide concorrer ao contrato principal do programa “Petróleo-por-Comida” e, em Setembro, Kojo encontra-se com o seu pai e arranja uma reunião entre Kofi e o seu patrão. A Cotecna ganha à licitação em Dezembro. Apesar de ter feito a oferta mais barata, revê os seus custos em alta apenas uns meses depois, de uma forma que os auditores da ONU agora consideram danosa.
O relatório público final de Volcker é muito crítico quanto à falta de transparência e o ambiente de corrupção na ONU.
O programa foi um fiasco tremendo. Logo no início, o contrato de supervisão financeira foi entregue ao BNP Paribas. O Paribas não só era um dos concorrentes mais caros (e recebeu $700 milhões em comissões), como tinha como maior acionista privado um iraquiano. Há sérios indícios que o banco efetuou vários pagamentos sem recibos de alimentos em troca.
Além disso, Saddam Hussein usou o programa para rearmar o Iraque. Para receber um dos contratos exclusivos, as empresas internacionais tinham de lhe pagar uma “comissão,“ por vezes justificada com recibos para “serviços de transporte” inexistentes. Estima-se que Saddam recebeu mais de U$10 milhões em subornos, tendo inclusive usado algum deste dinheiro para pagar às famílias de homens bombas na Palestina para atentados em Israel. A supervisão da ONU foi, por vezes inexistente, outras vezes incompetente, e talvez mesmo conivente com a corrupção. O diretor da ONU, Benon Sevan, recebeu alguns pagamentos suspeitos que estão sob investigação.
Há sérios indícios de que o “Programa Petróleo-por-Comida” das Nações Unidas foi usado de forma irregular para desviar recursos para algumas empresas e para o ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein.
Kojo Annan ainda é acusado nos relatórios de envolvimento com traficantes de armas e de apoio e ‘consultoria’a ditadores como Muammar Kadafi, inclusive atuando como consultor de Kadafi e facilitando o ingresso do mesmo como consultor da ONU. Kojo possuia várias ligações com ditadores africanos da Angola, República Democrática do Congo, Ruanda, Serra Leoa e Sudão, entre eles Charles Taylor, ditador da Libéria. Taylor vendeu pedras para ninguém menos que Osama Bin Laden para que esse negociasse armamentos para Al Quaeda, segundo relatórios da Interpol Kojo é citado como um dos negociadores da transação, junto com Abdul Rahman El-Assir, libanês traficante de armas e apontado como um dos parceiros de Kojo na venda de armas para ditaduras na África e no Oriente Médio.
Kofi Annan permaneceu por longos 10 anos à frente da ONU. Desde que assumiu a organização, que nunca foi um primor, piorou e muito a sua atuação.
Muitas suspeitas pesavam sobre Annan, mas em 2004 havia um rastro de provas a serem investigadas. Paul Volcker ex-diretor do FED (The Federal Reserve System) – O Banco Central dos Estados Unidos - aceitou investigar o comportamento da ONU no programa “Oil-for-Food” (Petróleo-por-Comida) criado em 1994, após o fim da primeira guerra no Iraque, este programa vendia licenças de exportação de petróleo iraquiano a companhias internacionais e usava as receitas para comprar alimentos para os iraquianos devastados pela guerra e para compensar o Kuwait. A ONU, num dos raros casos em que passou das palavras à ação, supervisionou o processo até ao fim, em 2003.
Paul Volcker liderou uma comissão independente e investigou minuciosamente as denúncias contra a ONU. Um relatório emitido pela comissão de investigação criticou a forma como Kofi Annan gerenciou os 65 bilhões de dólares do programa “Petróleo-por-Comida”. Contudo, o relatório disse que não havia provas suficientes para afirmar a denúncia de que o secretário-geral influenciou na escolha de contratos milionários.
Porém a descoberta de um e-mail pela comissão fez com que ela anunciasse que iria rever a sua opinião sobre as declarações feitas pelo secretário-geral, e sua participação na escolha de contratos.
O e-mail sugeria que Kofi Annan sabia bem mais acerca do contrato com a Cotecna, do que aquilo que ele havia admitido para a comissão de investigação. No e-mail um amigo da família de Annan, chamado Michael Wilson, e um funcionário da Cotecna afirmaram que conversaram com Annan em Paris alguns dias antes de a Cotecna vencer o contrato de um ano no valor de 10 milhões de dólares. No e-mail também estava escrito que eles tinham o apoio do secretário-geral.
Kofi Annan reagiu à notícia negando contatos com a Cotecna (depois confirmados) e falando com o filho (mais tarde nega esta conversa para depois admiti-la). Kofi ordena uma investigação dentro da ONU que dura menos de um dia e conclui que nada está errado. Kofi não investiga mais e a Cotecna mantém o contrato até 2004. Durante as investigações de Volcker, o chefe de gabinete de Annan destrói vários documentos.
Porém um artigo jornal Sunday Times britânico revela as ligações de Kojo com a companhia. A Cotecna e Kojo afirmam que a relação entre ambos havia terminado em Outubro de 1998, para evitar conflitos de interesse no contrato com a ONU. Volcker, depois de exaustivo trabalho de cruzar dados e documentos, descobriu que Kojo recebeu da companhia U$ 2.500 por mês entre Janeiro de 1999 e 2004 por conta de um acordo de “não-competição” e mais $484.492 por consultoria a várias empresas-fantasma do mesmo grupo.
Em Setembro de 1998, Kojo Annan se reuniu com vários chefes de Estado e ministros de governos durante a sessão de abertura da Assembléia Geral da ONU. Em dezembro, a Cotecna ganhou U$ 4,8 milhões pelo contrato do “Petróleo por Alimentos”.
Qual foi o papel de Kofi Annan? O seu filho, Kojo Annan, foi contratado em 1995 pela empresa Cotecna, onde trabalhava um amigo próximo do pai. Esta empresa, especializada em inspeções internacionais, em 1998 encontrava-se em apuros que incluíam um processo-crime na Suíça à conta de subornos a Benazir Bhutto e outros no Paquistão. A Cotecna decide concorrer ao contrato principal do programa “Petróleo-por-Comida” e, em Setembro, Kojo encontra-se com o seu pai e arranja uma reunião entre Kofi e o seu patrão. A Cotecna ganha à licitação em Dezembro. Apesar de ter feito a oferta mais barata, revê os seus custos em alta apenas uns meses depois, de uma forma que os auditores da ONU agora consideram danosa.
O relatório público final de Volcker é muito crítico quanto à falta de transparência e o ambiente de corrupção na ONU.
O programa foi um fiasco tremendo. Logo no início, o contrato de supervisão financeira foi entregue ao BNP Paribas. O Paribas não só era um dos concorrentes mais caros (e recebeu $700 milhões em comissões), como tinha como maior acionista privado um iraquiano. Há sérios indícios que o banco efetuou vários pagamentos sem recibos de alimentos em troca.
Além disso, Saddam Hussein usou o programa para rearmar o Iraque. Para receber um dos contratos exclusivos, as empresas internacionais tinham de lhe pagar uma “comissão,“ por vezes justificada com recibos para “serviços de transporte” inexistentes. Estima-se que Saddam recebeu mais de U$10 milhões em subornos, tendo inclusive usado algum deste dinheiro para pagar às famílias de homens bombas na Palestina para atentados em Israel. A supervisão da ONU foi, por vezes inexistente, outras vezes incompetente, e talvez mesmo conivente com a corrupção. O diretor da ONU, Benon Sevan, recebeu alguns pagamentos suspeitos que estão sob investigação.
Há sérios indícios de que o “Programa Petróleo-por-Comida” das Nações Unidas foi usado de forma irregular para desviar recursos para algumas empresas e para o ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein.
Kojo Annan ainda é acusado nos relatórios de envolvimento com traficantes de armas e de apoio e ‘consultoria’a ditadores como Muammar Kadafi, inclusive atuando como consultor de Kadafi e facilitando o ingresso do mesmo como consultor da ONU. Kojo possuia várias ligações com ditadores africanos da Angola, República Democrática do Congo, Ruanda, Serra Leoa e Sudão, entre eles Charles Taylor, ditador da Libéria. Taylor vendeu pedras para ninguém menos que Osama Bin Laden para que esse negociasse armamentos para Al Quaeda, segundo relatórios da Interpol Kojo é citado como um dos negociadores da transação, junto com Abdul Rahman El-Assir, libanês traficante de armas e apontado como um dos parceiros de Kojo na venda de armas para ditaduras na África e no Oriente Médio.
Kofi Annan nunca renunciou a seu cargo na ONU e influênciou na escolha de seu sucessor, o sul-coreano Ban Ki-moon.
Dá para se entender porque terroristas e ditadores gozam da simpatia e do apoio da United Abominations, afinal muitos de seus funcionários, contemporâneos de Annan, continuam mantendo relações comerciais com a sua clientela.
Dá para se entender porque terroristas e ditadores gozam da simpatia e do apoio da United Abominations, afinal muitos de seus funcionários, contemporâneos de Annan, continuam mantendo relações comerciais com a sua clientela.