.
.
.
.
Ementa: . "Sempre foi dito que os parlamentos estão em declínio desde a ´idade áurea´ do século 19. (....) Críticos influentes dizem que o desenvolvimento de partidos organizados e de interesses grupais abalam a independência e dignidade do parlamento. Diversos líderes e instituições governamentais, desde então, atacam sem cautela a autoridade parlamentar e a lista inclui presidentes eleitos pelo povo, técnicos e burocratas, líderes militares e cortes constitucionais. Também recentemente era comum para os parlamentos serem avaliados apenas por sua influência na construção das políticas públicas. No século 20, aumentou a habilidade dos governos para iniciar e determinar tais políticas, com presença nos partidos políticos de parlamentares leais ao mesmo governo. Ao julgar o parlamento apenas com tal critério, este desenvolvimento parece confirmar a teoria do declínio parlamentar. Se os parlamentos são julgados no todo de suas atividades, no entanto, é claro que eles continuam a desempenhar tarefas essenciais para o governo democrático. Em alguns países, os parlamentos se mostraram ainda mais significativos nos últimos anos”. (Patricia Hogwood e Geoffrey K. Roberts :
European Politics Today, Manchester University Press, 2003, p. 151)
Os enunciados acima permitem obter uma idéia da realidade que, no mundo inteiro, se convencionou chamar "a crise dos Parlamentos". No Brasil, a crise dos poderes estatais apresenta, no Legislativo, a sua face mais evidente e grave. Os sucessivos escândalos no Congresso Nacional trazem desconfiança da população diante da ordem representativa. Diante de situação assim, complexa e alarmante, importa consultar os filósofos e juristas que se pronunciaram, ao longo do século 20, sobre a forma representativa de governo e legislação. Um dos opositores radicais da representação foi Carl Schmitt. O curso, portanto, será centrado na análise da crítica elaborada pelo jurista que deu certeiros slogans ao poder nazista, e nos frutos de sua doutrina nas correntes políticas, filosóficas e jurídicas de nossos dias.
Bibliografia :
Não exaustiva, dado que o assunto é vasto. A lista abaixo ajuda a busca de referências iniciais para o curso.
Balakrishnan, G. : The enemy, an intellectual portrait of Carl Schmitt (Verso Ed., 2002).
Best, H. e Cotta, M. :
Parliamentary representatives in Europe, 1848-2000, (Oxford University Press, 2009).
Bobbio, N. :
Politica e cultura (Einaudi Ed. 1980)
—
L´Utopia capovolta (La Stampa Ed., 1990).
—
Da estrutura à função (Manole Ed., 2007).
Bloch, E. :
Droit naturel et dignité humaine (Paris, Payot, 1976).
Bolsinger, E. :
The autonomy of the political, Carl Schmitt and Lenin´s realism (Greenwood Ed., 2001).
Calwell, P. C. :
Popular sovereignty and the crisis of German constitutional law (Duke University Press, 1997).
Dyzenhaus, D.:
Legality and Legitimacy : Carl Schmitt, Hans Kelsen and Hermann Heller in Weimar (Oxford University Press, 1999).
Dyzenhaus, D. :
Law as politics ( Duke University Press, 1998).
Engelbrekt, K. : “Darker legacies, Schmitt´s shadow and Europe in
German Law Journal, 2006
Faye, J.P. :
Introdução às linguagens totalitárias (Perspectiva Ed., 2009).
Gunlicks, A. B. :
The Lander and German Federalism (Manchester University Press, 2003).
Haggard, S. (e outros) :
Presidents, Parliaments, and Policy (New York/Cambridge, Cambrige University Press, 2001).
Herndon Fife Jr. :
The German Empire between Two Wars: A Study of the Political and Social Development of the Nation between 1871 and 1914. (The Chautauqua Press, 1916).
Hayward, R. e J. E. Shalom :
The crisis of representation in Europe (London, Frank Cass & Co. 1995)
Huber, John D. :
Rationalizing Parliament , political economy of institutions and decisions (Cambridge/New York, Cambridge University Press, 1996).
J. Jacobson, J. , B, Schlink, B. Cooper:
Weimar: A Jurisprudence of Crisis (University of California Press, 2000).
Kohler-Koch, Beate : “Political representation and civil society in the EU”
Connex Thematic Conference on Political Representation, European University Institute, Florença, 2007).
Kornberg, A. :
The Resurgence of Conservatism in Anglo-American Democracies (Duke University Press, 1988).
Kosellleck, R. :
Critique and Crisis, enlightenment and the pathogenesis of modern society (MIT Press, 1988.
Lukács, G. :
El Asalto a la Razon (Grijalbo, 1972)
McCormick, J. P. :
Carl Schmitt´s critique of liberalism (Cambridge University Press, 1997).
Meier, H. :
The lesson of Carl Schmitt (University of Chicago Press, 1998).
Mouffe, Ch. (Ed.) :
The challenge of Carl Schmitt (Verso Ed., 1999)
Müller, J. W. :
A dangerous mind, Carl Schmitt in post-war European thought. (Yale University Press, 2003).
Nolte, E. :
Fascisme et totalitarisme (Robert Laffont Ed., 2008).
Norris, Pippa : “Representation and the democratic deficit” in European Journal of Political Reasearch, 32: 273-282, 1997)
Reynolds, A. .
The Architecture of Democracy: Constitutional Design, Conflict Management, and Democracy (Oxford University Press, 2002).
Rolef, Susan Hattis : “Public trust in parliament, a comparative study (Israel,
The Knesset, 2009).
Romano, R. : “Notas para uma filosofia do segredo” no seguinte endereço eletrônico: http://filosofiaunicamp.blogspot.com/2008/05/notas-para-uma-filosofia-do-segredo.html
Romano, R. : “O pensamento conservador” no seguinte endereço eletrônico : http://br.geocities.com/profpito/opensamentoconservadorromano.html
Romano R. : “A igualdade, considerações críticas”. Foglio Spinoziano, Itália, no seguinte endereço eletrônico ( www.fogliospinoziano.it/Roberto%20Romano.pdf -
Romano R. : “Mentira e Razão de Estado” no Blog da Escola Superior da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, no seguinte endereço eletrônico : http://escolapge.blogspot.com/2007_03_01_archive.html#8375465921568058484
Romano, R. :
O desafio do Islã e outros desafios (SP, Ed. Perspectiva, 2004).
Romano, R. :
Ponta de Lança (SP, Lazuli Ed. 2007).
Romano, R. :
Brasil, Igreja contra Estado (SP, Kayrós Ed. 1979).
Schmitt, C. :
Die Diktatur (Duncker & Humblot, 1978, quarta edição)
-
La Dictadura (Alianza Editorial, 2007)
-
La dittatura (Laterza Ed., 1975).
Schmitt, C. :
Der Hüter der Verfassung (Duncker & Humblot, 1996).
—
O Guardião da Constituição (Del Rey Ed, 2007).
Schmitt, C.:
The Crisis of Parliamentary Democracy /trad. Ellen Kennedy) (MIT, 1988)
—
A Crise da Democracia Parlamentar (Scritta, 1991).
Schmitt, C.:
Le categorie del ´politico´(Il Mulino, 1972).
Schmitt, Carl :
Verfassungslehre (Duncker & Humblot, 1989).
—
Constitutional theory ( Duke University Press, 2008)
Schmitt, C. :
Ex captivitate salus (Adelphi Ed., 1987).
Schmitt, C.:
The concept of the political (Chicago, University of Chicago Press, 1995).
Schmitt, C. :
Legality and Legitimacy ( Duke University Press, 2004)
Schmitt, C. :
Roman Catholicism and political form (Greenwood Ed., 1996).
Schmitt, C.:
The Leviathan in the state theory of Thomas Hobbes ( Greenwood Ed., 1996).
Seitzer, Jeffrey :
Comparative history and legal theory (Greenwood Press, 2001).
Stolleis, M. :
A history of public law in Germany 1914-1945 (Oxford University Press, 2004).
Vallauri, L.L. e Dilcher, G. :
Cristianesimo, secolarizzazione e Dirito Moderno (Giuffrè Ed.(Nomos verlagsgesellschaft, 1981)
Zarka, Y. Ch.:
Un détail nazi dans la pensée de Carl Schmitt (PUF Ed. 2005).
Wright, V. :
Government and Politics of France (Routledge, 2001)