terça-feira, 15 de setembro de 2009

Do amigo Alvaro Caputo...

AUMENTO RECORDE DA PRODUTIVIDADE NOS EUA! SINAIS INVERSOS NO BRASIL!

1. Um ponto consensual sobre a crise econômica: em sua superação, as economias terão que se tornar mais competitivas, pois a gordura de demanda induzida pelos derivativos e informalidades terá sido, em parte, queimada. Com outro nível de demanda, as empresas que não tiverem condições de competir, especialmente em nível internacional, serão excluídas. Ou de outra forma: sobreviverão as que operam num nível de produtividade maior, ou as que entenderem esse processo e se anteciparem. O mesmo, e por maior razão, se deve afirmar em relação aos países, e nesse caso entram os elementos de infraestrutura econômica.

2. Os números dos EUA em 2009 são, nesse sentido, surpreendentes. Enquanto o PIB cai, a produtividade aumenta e muito. A produtividade não-agrícola, já no primeiro trimestre-09, crescia 0,8%, sustentando o último trimestre de 2008, quando aumentou 2.2%. Mas no segundo trimestre de 2009 a produtividade teve um auge de 6,4% anual, o maior em 6 anos. Com isso, os custos relativos por trabalhador diminuíram 5,8% entre abril e junho.

3. Na recessão 1980/81 a produtividade nos EUA caiu 4,4%. Na depressão de 1929/32 despencou 5,5%. Agora cresce de forma notável (6,4% no trim2-09), o que significa uma reestruturação ampla e uma intensificação sem precedentes, nessa situação, na produção e distribuição. Os analistas explicam que a indústria de tecnologia de processamento da informação e internet está dando passo à indústria de "sistemas" que abarca os equipamentos e conteúdos.

4. Os dados do Brasil na saída da crise são, nesse sentido, preocupantes, pois não há sinais de incremento de produtividade, e quando se observa aumento de produtividade média em um setor é por eliminação das empresas menos produtivas, sem aumento de produtividade nas empresas de ponta do setor. Os números do PIB divulgados semana passada permitem se inferir este quadro.

5. (ESP, 12/09) A queda constatada pelo IBGE de 17% nos investimentos, foi o pior resultado da série histórica, iniciada em 1996. O saldo revelado pela pesquisa invalidou os planos do governo de elevar no curto prazo a taxa de investimentos brasileira para 20% do PIB, nível perseguido nos últimos anos. (FSP, 12/09) A parcela da renda nacional destinada aos investimentos caiu abaixo até dos percentuais que vigoravam antes do PAC lançado em 2007 justamente para elevar essas despesas. No trimestre, a taxa ficou em 15,7%, a menor desde 2003. No lançamento do PAC, calculava-se que o país precisaria investir algo entre 20% e 25% do PIB para sustentar o crescimento a longo prazo.

Obs.: Veja abaixo os quadros de 9 a 14 apresentados pelo analista argentino Jorge Castro.