sexta-feira, 19 de abril de 2013
Greve da UEPB: RC endurece o jogo, MP pede ilegalidade e reitor lava as mãos
Do blog de Helder Moura (Jornal da Paraíba):
Greve da UEPB: RC endurece o jogo, MP pede ilegalidade e reitor lava as mãos
Há um festival de fatos estranhos nessa greve dos servidores da UEPB.
Após dois meses de paralisação, o reitor Rangel Júnior se mantém fechado
em copas, não atente às reivindicações dos servidores que o elegeram, e
ainda lava as mãos nas negociações com o Governo RC. É realmente de
causar estranheza. Sem ser pressionado, é tudo o que o Governo quer.
Aliás, a secretária Aracilba Rocha (Finanças), que assina o cheque desde
o fim da autonomia da UEPB, já avisou que não cabe ao Governo RC
negociar com os grevistas. Segundo ela, isso é papel do reitor. Por seu
turno, o reitor alega que a universidade não tem orçamento para atender
aos servidores, e não vai cobrar mais recursos do Estado. Ou seja, não
tem saída.
Na verdade, o comportamento do reitor reforça o argumento do governador,
de que os professores da UEPB são os mais bem pagos do e não precisam
de reajuste. Também corrobora a tese de RC de que a universidade já vem
recebendo o orçamento adequado. Vai, inclusive, na contramão do que se
dizia antes, que RC havia deixado de repassar mais de R$ 120 milhões, em
dois anos.
Agora, para coroar o surrealismo reinante, o Ministério Público decide
requerer a ilegalidade da greve dos servidores, cumprindo um papel
inerente ao Governo RC, que ficou livre do ônus dessa iniciativa. O MP
da Paraíba costuma ser um tanto solícito com o governador, desde o
início quando respaldou a cruel demissão de 30 mil servidores do Estado.
Tenho minhas dúvidas se, numa greve que passa de 60 dias, o Governo RC
estaria com todo esse céu de brigadeiro, caso Marlene Alves fosse a
reitora. A tendência será o retorno dos servidores cabisbaixos, sem um
centavo de aumento e sem as melhorias pedagógicas que reivindicam. O
governador deve vencer a parada com o respaldo do Ministério Público e o
silêncio conivente do reitor Rangel Júnior.