terça-feira, 2 de abril de 2013
terça-feira, 2 de abril de 2013
O ódio destilado no congresso. Braziu, ziu ziu...
do Portal em Pauta
Deputado chama ministra de 'sapatona' e diz que a Presidente não tem compromisso com a família
Postado por Simone de Moraes 13:24:00 01/04/2013
Crédito : Wilson Dias / AB
Do Terra (com vídeo) - O
líder do governo na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP),
disse nesta segunda-feira que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) fez
ataques "absolutamente desrespeitosos e covardes à presidente" Dilma
Rousseff. Na última quarta-feira, em sessão no plenário da Casa,
Bolsonaro afirmou que os protestos que pedem a saída do deputado Pastor
Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão dos Direitos Humanos
(CDH) é uma pressão feita por Dilma, que “não tem compromisso nenhum
com a família”.
Para embasar seu discurso, Bolsonaro argumentou que se a presidente
tivesse esse compromisso não teria nomeado a ministra da Secretaria de
Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, para o cargo, uma
"sapatona”, segundo ele. "Essa mulher (Eleonora) representa a sua mãe,
Dilma Rousseff, a minha não. E nem as mulheres brasileiras”, criticou.
"Bolsonaro é um notório defensor da ditadura. Ele fez ataques
absolutamente desrespeitosos e covardes à presidente, atacou a mãe dela,
inclusive. Isso é de uma brutalidade, de uma covardia ímpar. Portanto,
ele merece um lugar: o lixo", rebateu Chinaglia. "Não creio que alguém
com uma sensibilidade mínima não tenha nojo disso", completou o
petista.
Elogios a Feliciano
Na mesma sessão em que criticou a família de Dilma e a ministra Eleonora
Menicucci, Bolsonaro falou que o Plano Nacional de Promoção e Cidadania
de Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais, feito pela Secretaria de Direitos Humanos e outros
ministérios, é um “estímulo à pedofilia”.
O plano era defendido por deputados como Domingo Dutra (PT-MA), membro
da Comissão de Direitos Humanos antes da eleição de Feliciano como
presidente. Dutra renunciou a seu cargo na comissão em protesto à
indicação do pastor no início deste mês. Citando medidas presentes no
plano, Bolsonaro disse que a “inclusão da população LGBT em programas de
alfabetização nas escolas públicas” são “cotas para professor
homossexual na escola do ensino fundamental”.
Segundo ele, a medida fará com que os alunos, principalmente os mais
pobres, tenham como exemplo "um traveco”. Para o deputado, antes de
Feliciano assumir a presidência da comissão, ela representava um
“estímulo ao homossexualismo (sic) infantil” e pedofilia, além de
garantir “grana no orçamento para paradas gays”. O parlamentar ainda
parabenizou a bancada evangélica da Câmara e disse que entregou ao
presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) - que
chegou a pedir a saída de Feliciano do cargo - o plano, que , segundo
ele, é um “bacanal do PT e da Dilma Rousseff”.
Leia notas taquigráficas sem revisão:
O SR. JAIR BOLSONARO (PP-RJ.
Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, não fugindo a minha rotina
aqui, quero me dirigir às mulheres do Brasil, sejam católicas,
evangélicas, ou que não tenham nenhuma religião, mulheres que tenham ou
queiram constituir uma família, pois é assunto extremamente grave.
Quando se vota neste País, no caso, a Presidente da República, espera-se
que a pessoa alçada a essa função escolha Ministros ou Ministras que
venham a bem fazer o seu papel e a nos orgulhar de uma forma ou de
outra. Quero me referir agora à Sra. Eleonora Menicucci de Oliveira, 68
anos de idade, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, cargo com status de Ministro.
Não tenho nada a ver com a opção sexual da Sra. Eleonora Menicucci, é
problema dela. Mas a partir do momento em que ela se expressa, dá uma
entrevista ao jornal Correio Braziliense e fala da sua opção sexual, passa a ser problema de todos nós, em especial das mulheres brasileiras.
Eu vou ler um parágrafo apenas da entrevista de uma página, para não falarem que eu tirei uma frase e a descontextualizei.
Diz aqui, no parágrafo que fala de orgulho da Sra. Menicucci, Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Atenção mulheres do Brasil. Aqui vem a matéria.
Outro ingrediente do preconceito teve a ver com sua orientação sexual, no caso, da Ministra. A Ministra já afirmou — olha só, a Ministra afirmou — manter relações sexuais com homens e mulheres. Abre aspas: Não é porque eu tenho mais de 60 anos que não namoro. Relaciono-me com homens e mulheres e tenho orgulho de minha filha, que é gay".
Pelo amor de Deus! Uma Ministra! Essa senhora está representando as
mulheres brasileiras. Ela representa as mulheres brasileiras dizendo que
é homossexual, que tem orgulho de uma filha gay. Para mim, não
representa. Para você, mulher que está me ouvindo, tenho certeza de que
também não representa. Agora, por que a Sra. Dilma Rousseff botou essa
mulher lá? Porque ficaram juntas por 3 anos presas em São Paulo?
Não quero discutir opção sexual de quem quer que seja. Eu quero que seja
levado à sociedade e que a sociedade discuta quem a Sra. Dilma Rousseff
colocou para representar as mulheres de nosso País. Essa mulher
representa as mulheres do nosso País? As mulheres da minha família,
minha mãe, que ainda é viva, esposa, filha, tias? Tenho certeza absoluta
de que não representa.
Agora, por que isso? Por que colocar uma mulher com esse perfil?
E mais, ela declara, em outro trecho da entrevista, que a sua
especialidade é AMIU, a especialidade dela é Aspiração Manual
Intrauterina, ou seja, ensinar as mulheres a fazerem o autoaborto.
Concluo, Sr. Presidente. Peço pelo amor de Deus — se é que os petistas
acreditam em Deus, porque o lema, a orientação de comunistas, ditadores e
nazistas é não acreditar em Deus, e sabemos que o PT tem um viés muito
forte nesse sentido —, essa mulher não pode continuar representando as
mulheres brasileiras.
Sr. Presidente, obrigado pela oportunidade. Lamento, não vou pedir
desculpas porque a responsabilidade não é minha, mas fico envergonhado
de ter a Sra. Eleonora Menicucci representando as mulheres brasileiras,
em função do que ela declarou ao jornal Correio Braziliense.
Muito obrigado