quinta-feira, 2 de abril de 2009

No Blog images & Visions...

Quando Collor estava para ser impedido, ninguém no Brasil tinha nele votado. Impressionante. Muitos, no entanto, sairam às ruas para aplaudir o " moço bonito que fala muitas linguas", etc. O encanto das massas com líderes e grupos fortes, ditatoriais, tem conotação erótica. E como nos orgasmos, logo é esquecido. Pobre de quem persiste em suas ilusões: é linchado. A canalha francesa, em massa inumerável, colaborou com entusiasmo para o domínio dos "boches" em Paris, Lyon, etc. Mas quem pagou a conta? As mulheres que foram para a cama com alguns alemães.

Intelectuais, poetas, teatrólogos, padres, pastores, policiais, juizes, todos tiveram suas relações eróticas, sado masoquistas, com a brutalidade das botas germânicas. Mas no final, todos era excelentes heróis da resistência que se exerceu como a viuva Porcina, a que foi sem nunca ter sido. Covardia. Estupidez. Massa. É muito mais fácil bater no bode espiatório, mulheres indefesas, do que bater nos soldados de Hitler. Trata-se de um negro capítulo a mais na história mundial da infâmia.
RR

PS: mesmo para os que fazem profissão de desprezar Sartre, se tiverem um pingo de honestidade ganharão muito em lucidez ao ler o magnifíco e melancólico ensaio " O que significa ser um colaborador?". Desconheço escrito mais certeiro do que este, em se tratando de análises de culpas coletivas.

Quinta-feira, 2 de Abril de 2009

A humilhação depois da libertação

© Foto de Robert Capa. Mulher acusada de se relacionar com alemães durante a ocupação é perseguida e humilhada pela multidão depois da libertação, Chartres, França, 1944.

Esse é um dos célebres instantâneos do fotógrafo norte-americano Robert Capa feito depois da libertação da França. A foto mostra uma mulher francesa sendo detida acusada de se relacionar com alemães durante a ocupação. Carregando um bebê nos braços, ela foi seguida por algumas moças e homens que a provocaram e a humilharam, na cidade de Chartres, no dia 18 de agosto de 1944. Várias mulheres foram sumariamente executadas nas horas que se seguiram à Libertação, muitas cometeram suicídio na prisão.