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A missa de 7º dia da UNE
seg, 20/07/09 por adalbertopiotto | categoria PolíticaNa verdade, pelas contas, o sétimo dia seria a quarta-feira. Pois foi na quinta da semana passada, tal como o posto abaixo “Ei, ei, ei…quem não pular, tá com Sarney” não me deixa mentir.
Mas como o 7º dia tem um quê de simbólico, vamos a ele hoje, segunda.
Apesar das críticas e do evidente contrassenso de propósitos e contradição ante sua própira história, a UNE elegeu seu novo presidente tal como sempre: de forma indireta. O Diretas Já ainda não chegou à diretoria da UNE, nem ao PC do B, os comunistas (comunistas?) que dominam ideologicamente a maioria dos dirigentes da entidade estudantil (estudantil?).
Três mil votaram “em nome” de cinco milhões de universitários.
Na entrevista de hoje no CBN Total, Roberto Romano, filósofo e titular da cadeira de Ética na UNICAMP, disse que a UNE não tem mais representatividade. Fala pelos seus, o que não significa no caso falar pelos estudantes.
E o dr. Romano fazia referência ao que pensa o novo presidente da UNE, o estudante de sistemas da informação da USP Augusto Chagas, de 27 anos. Perguntado pela Folha de S. Paulo se o fato de receber verbas do governo federal não afeta a independência da entidade, ele se saiu assim:
“Não. É dever do poder público financiar as atividades dos estudantes“.
Tomando hipoteticamente isso como verdade (hipoteticamente porque é um absurdo), minha pergunta:
Não seria igualmente dever da UNE, independentemente de receber dinheiro do governo Lula, ter perguntado ao presidente por que ele apóia Sarney e por que abraçou Fernando Collor, ambos ícones da política brasileira combatidos pela UNE?
Na semana passada, quando ainda estava viva em seu Congresso, preferiu o silêncio conveniente a constranger quem “financia as atividades do estudantes”.
Hoje, está morta. E mortos não falam.
Em tempo: no link abaixo, ouça a entrevista de Roberto Romano:
Ex-UNE, Sarney de sempre…e a vida segue difícil
Recebi vários emails de ouvintes no email da CBN fazendo referência a dois fatos desta semana. Dois grandes acontecimentos de como se faz e está a política deste país.
De traz pra frente, começo pela sexta, o comentário de Roseann Kennedy acerca do balanção de Sarney dos escândalos e das medidas que ele chama de moralizadoras. Foi o dia em que o presidente do Senado citou Sêneca.
O link para ouvir esse imperdível capítulo da história, está logo no post abaixo “Silêncio, paciência e tempo”. Mas, repito aqui: http://tinyurl.com/dl2af9
No dia anterior, a quinta-feira, o congresso da UNE teve o relato atento às contradições da eficiente Nara Lacerda, repórter da CBN Brasíia. Foi o Congresso, cujos próprios estudantes-delegados sepultaram a União Nacional dos Estudantes, conhecida combatente, lutadora e ativista dos direitos políticos…e que vai deixar saudades.
No post “Ei, ei, ei…quem não pular, tá com Sarney” - algo mais abaixo, uma descrição do abuso ao próprio histórico de luta de o que se transformou numa ex-agremiação de estudantes antenada com o governo - e ‘tudo de bom’ que ele pode dar, não com a sociedade.
O link para a reportagem de Nara segue à frente: http://migre.me/3Ru0