Quarta-feira, 9 de Setembro de 2009
Ser ou não ser
Grata pelo envio, Professor!
CONCORDÂNCIA DO VERBO SER
José Augusto Carvalho, Professor Dr da Universidade Federal do Espírito Santo.
Na concordância do verbo ser devemos considerar basicamente a seguinte hierarquia: a) o pronome pessoal prevalece sobre qualquer classe de palavra; b) o substantivo referente a pessoas, próprio ou comum, prevalece sobre os outros; c) o plural prevalece sobre o singular e sobre os seguintes pronomes sujeitos: quem, tudo, isto, isso, aquilo, o. Se, contudo, houver dois pronomes pessoais, o pronome sujeito predomina na concordância (Ex.: “Você não é eu, e eu não sou você”.). Eis alguns exemplos que ilustram a hierarquia acima: Os donos da fazenda somos nós. Minha filha é os meus mimos. Esta menina é as esperanças da escola. Chico Anísio é os personagens dele. O Brasil são os brasileiros. O telhado eram palhas secas.
Obs.: Se o predicativo for parte do corpo, também é possível fazer a concordância com ele: Maria é dois olhinhos azuis. Maria são dois olhinhos azuis.
Se o sujeito for o pronome quem, a concordância se fará com o predicativo, conforme vimos: Quem são os interessados no negócio?
Se o predicativo forem as expressões pouco, muito, bastante, demais, dando idéia de quantidade, a concordância se fará no singular Ex: Um é pouco, dois é bom, três é demais. Dez reais é pouco para comprar uma casa. Cinquenta quilômetros é muito para uma maratona. Três colheres de sopa já é bastante para matar a fome dele.
Obs.: Com o adjetivo suficiente funcionando como predicativo, o verbo poderá ir para o singular ou para o plural, dependendo da flexão desse adjetivo. Ex;: Cem reais é suficiente para o que ele quer comprar. Três livros são suficientes para meu lazer de uma semana.
O verbo ser relacionado a expressões ou a idéias de tempo, distância e medida concorda com o numeral: É uma hora. Daqui até minha casa são vinte quilômetros.
Na acepção de tempo, aparecendo as expressões perto de, cerca de, pode-se usar o singular ou o plural. Ex.: Era perto de duas horas. Eram cerca de duas horas. Nas datas, a concordância deve fazer-se com o numeral se a palavra dia não estiver expressa (há um equívoco oriundo de uma lição do livro de 1961, Manual de Expressão Oral e Escrita, de Mattoso Câmara Júnior, renegada por ele mesmo, posteriormente, na segunda edição, mas generalizada entre gramáticos que pressupõem indevidamente a elipse da palavra dia e admitem a concordância tanto no singular quanto no plural): Hoje é dia 15. Hoje são 15. (É incorreto, portanto, dizer-se “Hoje é 15”.Cf. BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999, p. 558)
A expressão de realce é que é invariável se os elementos que a formam estão juntos; se estiverem separados, a concordância se fará normalmente, segundo as regras gramaticais. Ex.: “As rosas é que são belas./ Os espinhos é que picam. / Mas são as rosas que caem./ São os espinhos que ficam.”
Com títulos articulados ou nomes de países com artigo, a concordância do verbo ser se faz com o artigo. Admite-se, segundo Evanildo Bechara (Moderna gramática portuguesa. 37.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999. p. 564-5), a concordância com o predicativo no singular só com títulos. Ex.: Os Lusíadas são (é) um belo poema. Os Estados Unidos são um país poderoso. Se o verbo do predicado não for o verbo ser, a concordância se fará obrigatoriamente com o artigo dos títulos: Os Sertões contam (plural) o episódio histórico de Canudos.
CONCORDÂNCIA DO VERBO SER
José Augusto Carvalho, Professor Dr da Universidade Federal do Espírito Santo.
Na concordância do verbo ser devemos considerar basicamente a seguinte hierarquia: a) o pronome pessoal prevalece sobre qualquer classe de palavra; b) o substantivo referente a pessoas, próprio ou comum, prevalece sobre os outros; c) o plural prevalece sobre o singular e sobre os seguintes pronomes sujeitos: quem, tudo, isto, isso, aquilo, o. Se, contudo, houver dois pronomes pessoais, o pronome sujeito predomina na concordância (Ex.: “Você não é eu, e eu não sou você”.). Eis alguns exemplos que ilustram a hierarquia acima: Os donos da fazenda somos nós. Minha filha é os meus mimos. Esta menina é as esperanças da escola. Chico Anísio é os personagens dele. O Brasil são os brasileiros. O telhado eram palhas secas.
Obs.: Se o predicativo for parte do corpo, também é possível fazer a concordância com ele: Maria é dois olhinhos azuis. Maria são dois olhinhos azuis.
Se o sujeito for o pronome quem, a concordância se fará com o predicativo, conforme vimos: Quem são os interessados no negócio?
Se o predicativo forem as expressões pouco, muito, bastante, demais, dando idéia de quantidade, a concordância se fará no singular Ex: Um é pouco, dois é bom, três é demais. Dez reais é pouco para comprar uma casa. Cinquenta quilômetros é muito para uma maratona. Três colheres de sopa já é bastante para matar a fome dele.
Obs.: Com o adjetivo suficiente funcionando como predicativo, o verbo poderá ir para o singular ou para o plural, dependendo da flexão desse adjetivo. Ex;: Cem reais é suficiente para o que ele quer comprar. Três livros são suficientes para meu lazer de uma semana.
O verbo ser relacionado a expressões ou a idéias de tempo, distância e medida concorda com o numeral: É uma hora. Daqui até minha casa são vinte quilômetros.
Na acepção de tempo, aparecendo as expressões perto de, cerca de, pode-se usar o singular ou o plural. Ex.: Era perto de duas horas. Eram cerca de duas horas. Nas datas, a concordância deve fazer-se com o numeral se a palavra dia não estiver expressa (há um equívoco oriundo de uma lição do livro de 1961, Manual de Expressão Oral e Escrita, de Mattoso Câmara Júnior, renegada por ele mesmo, posteriormente, na segunda edição, mas generalizada entre gramáticos que pressupõem indevidamente a elipse da palavra dia e admitem a concordância tanto no singular quanto no plural): Hoje é dia 15. Hoje são 15. (É incorreto, portanto, dizer-se “Hoje é 15”.Cf. BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999, p. 558)
A expressão de realce é que é invariável se os elementos que a formam estão juntos; se estiverem separados, a concordância se fará normalmente, segundo as regras gramaticais. Ex.: “As rosas é que são belas./ Os espinhos é que picam. / Mas são as rosas que caem./ São os espinhos que ficam.”
Com títulos articulados ou nomes de países com artigo, a concordância do verbo ser se faz com o artigo. Admite-se, segundo Evanildo Bechara (Moderna gramática portuguesa. 37.ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999. p. 564-5), a concordância com o predicativo no singular só com títulos. Ex.: Os Lusíadas são (é) um belo poema. Os Estados Unidos são um país poderoso. Se o verbo do predicado não for o verbo ser, a concordância se fará obrigatoriamente com o artigo dos títulos: Os Sertões contam (plural) o episódio histórico de Canudos.