segunda-feira, 20 de abril de 2009

Susan Boyle, um sileno de Alcibíades.

O caso Susan Boyle retoma o adágio de Erasmo "Os silenos de Alcibíades". Na Grécia da época clássica, existiam estatuetas feias de faunos e de outros seres não agradáveis ao olhar convencional. Dentro, belíssimas estátuas de ninfas e deuses maravilhosos. A reação da platéia e dos jurados do programa de calouros é a mesma de sempre, nas éticas perversas do mundo: gente "feia" é feia e deve ser vaiada, ridicularizada, etc. É a ética da covardia. Sempre, em tais situações, é preciso um choque para abalar a ética nojenta e convencional. Susan deu o choque de beleza inesperado. "Quem era ruim para mim, diz ela em entrevista posterior, agora me trata bem". Ela mostrou o que é, eles continuam, medíocres e tolos, à espera de outros feios para vaiar. É a cabeça miúda (narrow mind) e o coração pequeno. Infelizmente, tal é a base da cultura, ontem e hoje, ontem e sempre.

RR