É notável como a notícia abaixo é a MESMA da trazida no Blog Generación Y, postada anteriormente. Fracasso no ensino, obstáculos na seriação das matemáticas, etc. Muitas causas, evidentemente. Uma delas, no entanto, é a rejeição às matemáticas, próprias de culturas nutridas por suposto humanismo, no fundo pura ideologia, que vai contra o pensamento abstrato. Quando a ideologia populista segundo Paulo Freire dominava o setor da pedagogia (não digo, vejam bem, que a culpa é do pedagogo, mas suas teses ambiguas permitiram o deslanche das tolices), alguns adoecidos de ideologia na área de educação lutaram para abolir, nos cursos de pedagogia, a estatística, " ciência burguesa". E o fato não ocorreu no século 19, mas na década de 80 do século 20. Lutei com todas as forças para que o curriculum de filosofia tivesse orientações matemáticas fortes. Não existe filosofia sem matemática, basta abrir os textos de Platão, de Renato Descartes, de Leibniz, de I. Kant, mesmo a Grande Lógica de Hegel, o Capital, Bertrand Russell, Edmund Husserl, etc...Perdi a batalha. É tremendo o mal causado por Dilthey ao separar as disciplinas científicas das " humanísticas". Pagaremos o malefício enquanto a universidade for dividida desse modo arbitrário e infundado. Enfim...
RR São Paulo, segunda-feira, 06 de abril de 2009
Próximo Texto | Índice Matemática e ciências da computação têm alta taxa de abandono Esses cursos, além de administração, têm evasão média de 28%; pesquisadores apontam formação falha de exatas no ensino básico Curso que une hotelaria e turismo lidera ranking de saída de alunos antes do fim da graduação, mas, quando separados, índices caem
FÁBIO TAKAHASHI DA REPORTAGEM LOCAL Alunos de ciências da computação, matemática e administração estão entre os que mais abandonam o ensino superior, diz pesquisa com dados do Ministério da Educação. A evasão média nessas áreas é de 28%. A média nacional é de 22% -percentual que tem variado pouco nesta década. O líder do ranking, com 38%, é o curso que une turismo e hotelaria. Mas, quando separados, a taxa de evasão cai para 27% (hotelaria) e 24% (turismo). O indicador abrange o número de alunos que deixou de se matricular de um ano para outro. As taxas referem-se à média de cinco anos, presentes no Censo da Educação Superior (2007 é o mais recente). Para o aluno, abandonar o curso significa perda de tempo com a graduação incompleta e de dinheiro (com mensalidades). Para o mercado, significa menos formados qualificados, às vezes em áreas deficitárias. Pesquisadores dizem que um dos motivos para alunos abandonarem os cursos é a falta de informação na hora da escolha no vestibular -há frustração com o conteúdo do curso e com as perspectivas de emprego. Especificamente sobre ciências da computação, matemática e administração, é citado o ensino deficitário das matérias de exatas no ensino básico. São essas disciplinas que mais sofrem com a falta de professores, aponta levantamento do MEC. "Ciências da computação, por exemplo, é um curso muito puxado. O aluno quando entra tende a achar que vai fazer games, mas se depara com um conteúdo pesado de cálculos e contas. Fica difícil acompanhar", afirmou o autor do levantamento, Oscar Hipólito, ex-diretor do Instituto de Física da USP de São Carlos e consultor do Instituto Lobo. Além disso, afirma, a área de computação oferece muitas oportunidades de emprego, o que atrai mais o estudante do que a permanência no curso. Já nos cursos da área de serviços (caso de turismo e hotelaria), há uma baixa expectativa de empregabilidade. Para Hipólito, a explicação para o curso de turismo e hotelaria liderar o ranking, mas, separados, ficarem em 9º e 5º deve-se ao fato de que ao unir as duas disciplinas o curso ficou sem foco. "Algumas áreas são consideradas de menor prestígio. Portanto, não há estímulo adicional para a conclusão", disse João Ferreira de Oliveira, coordenador de grupo de trabalho sobre educação superior da Anped (associação nacional dos pesquisadores de educação). No outro extremo, medicina é o curso com o menor índice de abandono do país -5%.
A evasão nas instituições privadas é mais alta que nas públicas (12% e 25%, respectivamente). Para Hipólito, as mensalidades são apenas um aspecto que explica a diferença. "Se o curso é bom, o aluno vai fazer de tudo para continuar, pede ajuda para pagar mensalidade. Mas se ele encontra professores ruins, bibliotecas fracas, na primeira dificuldade financeira ele desiste", disse. Para o presidente da Anup (associação nacional das universidades particulares), Abib Salim Cury, a dificuldade é de financiamento dos alunos. "O Fies [programa federal] é insuficiente. Ele não atende o número suficiente e ainda há uma dificuldade adicional: o aluno entra no curso no início do ano e só pode conseguir os recursos no meio", afirmou Cury. "Com a crise econômica, a evasão só vai aumentar." O MEC diz que deve alterar algumas regras do Fies. Uma das mudanças será a possibilidade de pedir financiamento a qualquer momento do ano. |