Mulheres-bomba ganham corpo de Virgem Maria em Tel Aviv
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por Renata Malkes
Arte moderna ou mau gosto? Às vésperas da abertura de sua primeira exposição, duas artistas plásticas israelenses conseguiram ocupar as primeiras páginas dos jornais locais. Galina Blaich e Laila Tchak provocaram polêmica ao montar uma exibição de sete fotomontagens de mulheres palestinas que cometeram atentados-suicida em Israel no corpo da Virgem Maria, carregando o bebê Jesus em seus braços. A exposição, chamada "Feror", num trocadilho com "Terror Feminino", prevista para ser inaugurada esta noite em Tel Aviv, despertou a ira de famílias das vítimas dos atentados e corre o risco de ser cancelada.
Nas sete obras, além do rosto de cada mulher-bomba, há ainda detalhes de sua vida pessoal e informações sobre os atentados cometidos, além de quadros com resquícios de terra recolhidos no local de cada ataque.
- Se nós israelenses fazemos essa desgraça, como podemos reclamar de atos anti-Israel pelo mundo afora? Será que essas artistas não têm um pingo de consideração e respeito por nós? Fizeram isso por saber que iriam ganhar as manchetes e aparecer. Essas fotos me levaram de volta ao passado. É uma catástrofe - disse ao "Yediot Ahronot" Abigail Levi, que perdeu a filha Racheli num atentado no bairro de Kiriat Yovel, em Jerusalém, em 2002.
Já Orli Almog, que perdeu o marido e o filho de nove anos num forte ataque contra um restaurante da cidade de Haifa em 2003, se disse "horrorizada" com as imagens. Para ela, é inconcebível colocar uma terrorista com sangue nas mãos numa foto em que carrega uma criança no colo.
Nas sete obras, além do rosto de cada mulher-bomba, há ainda detalhes de sua vida pessoal e informações sobre os atentados cometidos, além de quadros com resquícios de terra recolhidos no local de cada ataque.
- Se nós israelenses fazemos essa desgraça, como podemos reclamar de atos anti-Israel pelo mundo afora? Será que essas artistas não têm um pingo de consideração e respeito por nós? Fizeram isso por saber que iriam ganhar as manchetes e aparecer. Essas fotos me levaram de volta ao passado. É uma catástrofe - disse ao "Yediot Ahronot" Abigail Levi, que perdeu a filha Racheli num atentado no bairro de Kiriat Yovel, em Jerusalém, em 2002.
Já Orli Almog, que perdeu o marido e o filho de nove anos num forte ataque contra um restaurante da cidade de Haifa em 2003, se disse "horrorizada" com as imagens. Para ela, é inconcebível colocar uma terrorista com sangue nas mãos numa foto em que carrega uma criança no colo.
- Onde é que essas duas estavam com a cabeça? Isso é horripilante! - disse Orli.
As artistas defendem o trabalho alegando que a exposição é justamente contra as mulheres-bomba. Segundo elas, o objetivo da arte moderna é questionar a realidade.
- Estamos questionando aqui como essas mulheres, mães, puderam se transformar em terroristas. O que acontece no nosso mundo em que o nome mulher, sinônimo de maternidade de amor, transformou-se em ódio? - indaga Laila Tchak, de 43 anos - Infelizmente a trégua e a relativa tranquilidade que vivemos agora são temporárias. Estamos chamando a atenção para uma realidade que pode se repetir. As terroristas ganharam corpo de santa porque, para parte da população palestina, são vistas assim, como santas e mártires - alega a artista.
Prevista para acontecer numa das salas da Associação de Jornalistas de Israel, a exposição, que deve durar três semanas e seguir para Paris, está em xeque. O diretor da associação, Yossi Bar-Mocha, está realizando uma série de consultas com os membros para decidir - ou não - pelo cancelamento.
- A Associação de Jornalistas é um lugar onde se defende a liberdade de expressão. Espero que dê tudo certo apesar da polêmica. Se as imagens causam tanta comoção, é sinal de que o objetivo foi cumprido - afirmou.
A palavra do dia em hebraico é "mechabel". (Pronuncia-se "merrabêl", "מחבל"). Em bom português, "terrorista".
- Estamos questionando aqui como essas mulheres, mães, puderam se transformar em terroristas. O que acontece no nosso mundo em que o nome mulher, sinônimo de maternidade de amor, transformou-se em ódio? - indaga Laila Tchak, de 43 anos - Infelizmente a trégua e a relativa tranquilidade que vivemos agora são temporárias. Estamos chamando a atenção para uma realidade que pode se repetir. As terroristas ganharam corpo de santa porque, para parte da população palestina, são vistas assim, como santas e mártires - alega a artista.
Prevista para acontecer numa das salas da Associação de Jornalistas de Israel, a exposição, que deve durar três semanas e seguir para Paris, está em xeque. O diretor da associação, Yossi Bar-Mocha, está realizando uma série de consultas com os membros para decidir - ou não - pelo cancelamento.
- A Associação de Jornalistas é um lugar onde se defende a liberdade de expressão. Espero que dê tudo certo apesar da polêmica. Se as imagens causam tanta comoção, é sinal de que o objetivo foi cumprido - afirmou.
A palavra do dia em hebraico é "mechabel". (Pronuncia-se "merrabêl", "מחבל"). Em bom português, "terrorista".
Sou um destes que abomina o argumento falso que tudo pode em nome da arte ou da liberdade de expressão. Primeiro porque devemos analisar o que é realmente arte e o que é apenas para chocar, a exemplo das palavras da artista no final do texto, quanto à liberdade de expressão, não é desculpa para ferir o bom senso, afinal apenas os idiotas e crianças de cinco anos de idade falam tudo o que vem a cabeça.
Os quadros são de um tremendo mau gosto e ofensivos. Eles não chocam, mas ofendem tanto as vítimas destes monstros irracionais quanto cristãos. Além de prestar um péssimo serviço no que tange a conturbada relação entre iraelenses e seus vizinhos genocidas, não contribui e não enriquece em nada o mundo da arte.