quinta-feira, 3 de setembro de 2009

No It's abouth Nothing ...lembrando que o golpe de 1964 teve como estopim uma caricatura da Virgem com a cara do Pelé...

Mulheres-bomba ganham corpo de Virgem Maria em Tel Aviv




por Renata Malkes


Arte moderna ou mau gosto? Às vésperas da abertura de sua primeira exposição, duas artistas plásticas israelenses conseguiram ocupar as primeiras páginas dos jornais locais. Galina Blaich e Laila Tchak provocaram polêmica ao montar uma exibição de sete fotomontagens de mulheres palestinas que cometeram atentados-suicida em Israel no corpo da Virgem Maria, carregando o bebê Jesus em seus braços. A exposição, chamada "Feror", num trocadilho com "Terror Feminino", prevista para ser inaugurada esta noite em Tel Aviv, despertou a ira de famílias das vítimas dos atentados e corre o risco de ser cancelada.
Nas sete obras, além do rosto de cada mulher-bomba, há ainda detalhes de sua vida pessoal e informações sobre os atentados cometidos, além de quadros com resquícios de terra recolhidos no local de cada ataque.
- Se nós israelenses fazemos essa desgraça, como podemos reclamar de atos anti-Israel pelo mundo afora? Será que essas artistas não têm um pingo de consideração e respeito por nós? Fizeram isso por saber que iriam ganhar as manchetes e aparecer. Essas fotos me levaram de volta ao passado. É uma catástrofe - disse ao "Yediot Ahronot" Abigail Levi, que perdeu a filha Racheli num atentado no bairro de
Kiriat Yovel, em Jerusalém, em 2002.
Já Orli Almog, que perdeu o marido e o filho de nove anos num forte ataque contra um
restaurante da cidade de Haifa em 2003, se disse "horrorizada" com as imagens. Para ela, é inconcebível colocar uma terrorista com sangue nas mãos numa foto em que carrega uma criança no colo.
- Onde é que essas duas estavam com a cabeça? Isso é horripilante! - disse Orli.
As artistas defendem o trabalho alegando que a exposição é justamente contra as mulheres-bomba. Segundo elas, o objetivo da arte moderna é questionar a realidade.
- Estamos questionando aqui como essas mulheres, mães, puderam se transformar em terroristas. O que acontece no nosso mundo em que o nome mulher, sinônimo de maternidade de amor, transformou-se em ódio? - indaga Laila Tchak, de 43 anos - Infelizmente a trégua e a relativa tranquilidade que vivemos agora são temporárias. Estamos chamando a atenção para uma realidade que pode se repetir. As terroristas ganharam corpo de santa porque, para parte da população palestina, são vistas assim, como santas e mártires - alega a artista.
Prevista para acontecer numa das salas da Associação de Jornalistas de Israel, a exposição, que deve durar três semanas e seguir para Paris, está em xeque. O diretor da associação, Yossi Bar-Mocha, está realizando uma série de consultas com os membros para decidir - ou não - pelo cancelamento.
- A Associação de Jornalistas é um lugar onde se defende a liberdade de expressão. Espero que dê tudo certo apesar da polêmica. Se as imagens causam tanta comoção, é sinal de que o objetivo foi cumprido - afirmou.
A palavra do dia em hebraico é "mechabel". (Pronuncia-se "merrabêl", "מחבל"). Em bom português, "terrorista".

Sou um destes que abomina o argumento falso que tudo pode em nome da arte ou da liberdade de expressão. Primeiro porque devemos analisar o que é realmente arte e o que é apenas para chocar, a exemplo das palavras da artista no final do texto, quanto à liberdade de expressão, não é desculpa para ferir o bom senso, afinal apenas os idiotas e crianças de cinco anos de idade falam tudo o que vem a cabeça.

Os quadros são de um tremendo mau gosto e ofensivos. Eles não chocam, mas ofendem tanto as vítimas destes monstros irracionais quanto cristãos. Além de prestar um péssimo serviço no que tange a conturbada relação entre iraelenses e seus vizinhos genocidas, não contribui e não enriquece em nada o mundo da arte.