terça-feira, 27 de abril de 2010

Do amigo Alvaro Caputo.

Prioridade normal Do blog do Noblat - Negue para ser coerente


Negue para ser coerente


O PT mudou para alcançar o poder com Lula em 2002. Mas desde que chegou lá não mudou mais.

O Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia contra a "sofisticada organização criminosa" que tentou se apossar de parte do aparelho do Estado.

Trata-se do caso do mensalão - o pagamento de propinas para que deputados votassem como mandava o governo.

Mensalão? Mas que mensalão?.

Jamais o PT admitiu sua existência. Por não admitir, não puniu os mensaleiros. Faz sentido.

Lula preferiu chamar o mensalão de Caixa 2. Como se Caixa 2 não fosse crime. Ou fosse um crime menor.

A máquina do Estado atuou de maneira rápida, avassaladora e ilegal para quebrar o sigilo bancário e fiscal do caseiro Francenildo da Costa, testemunha das idas e vindas do ministro Antonio Palocci a uma alegre mansão de Brasília.

Ali se levava uma vida divertida, amena, relaxante, e se discutia negócios.

Palocci perdeu o emprego devido ao escândalo. Mas deu-se um jeito de poupá-lo da acusação de ter acionado a máquina contra o caseiro. Sobrou para o ex-presidente da Caixa Econömica Federal. Até o Supremo Tribunal Federal embarcou na canoa.

A Casa Civil da presidência da República montou um dossiê sobre despesas sigilosas do governo FHC para constranger a CPI instalada para apurar gastos irregulares com cartões de crédito corporativo.

Dilma? O que Dilma teve a ver com o dossiê?

Ela era responsável pela Casa Civil, mas daí a se envolver com dossiês vai uma distância que passa pelo gabinete de Erenice Guerra, seu braço direito.

Pensando bem, aquilo nem mesmo era um dossiê - era um banco de dados.

Foi impossível negar a ação dos aloprados que em 2006 forjaram um dossiê contra candidatos do PSDB.

Quem viu por aí um daqueles aloprados encrencado com a Justiça?

O processo está para ser arquivado.

Contra todas as evidências, a orientação é negar. Negar tudo. E jamais pedir desculpas.

A orientação vem sendo cumprida à risca e, admita-se, com razoável sucesso.

Um dos assessores de Dilma postou no site dela uma foto da atriz Norma Benguell.

Ao lado do título "Minha Vida" havia trës fotos da candidata - ou pelo menos era assim que parecia.

Dilma criança, Dilma mocinha protestando contra a ditadura militar de 64, Dilma madura, aspirante à sucessão de Lula.

No que se descobriu que Dilma mocinha era na verdade a atriz Norma Benguel, que explicação foi oferecida para justificar a farsa?

Transferiu-se a culpa para aqueles que "equivocadamente" imaginaram estar diante de uma farsa. Porque a foto era de Norma, sim. Mas em nenhum momento o site informou que a foto era de Dilma.

Entendeu?

Coerência acima de tudo.

Essa tem sido a marca indelével do comportamento do PT desde que subiu a rampa do Palácio do Planalto.