domingo, 18 de abril de 2010
Falando em James Cameron...
Poucos filmecos me irritaram tanto quanto o tal Avatar (candidatos não faltam: Matrix, Titanic, Harry Porter, Crepúsculo e outras porcarias blockbuster que viram modismos chatos e longos), não vi esta porcaria inteira, porque simplesmente não suportei. É uma bomba com efeitos especiais, ponto. Na realidade assisti esta droga só para poder criticar com conhecimento de causa, não precisa assistir o filme para saber que se trata de uma porcaria.
Nesta época de conhecimento descartável e ‘express’, as gerações que sorvem este tipo de conhecimento se impressionam com qualquer porcaria e conseguem aprender ‘lições de vida e mensagens’ até lendo tubos de pasta de dentes. James Cameron já fez bons filmes, entretanto está irritantemente babaca nesta onda que pegou com Avatar. James Cameron acredita realmente nas frases de efeito sobre ecologia? James Cameron vai ocupar o lugar que já pertenceu a Sting no coração das tribos amazônicas? Ele, de fato, vai adiante com este papel de Ent que resolveu interpretar? Provavelmente não, ele está vendendo as sequências do lixo que produziu.
O que realmente me irrita nesta história toda não são as platéias impressionáveis e tão pouco o próprio Cameron. Lixos produzidos pela cultura pop existem aos montes e em qualquer época e lugar (sejam filmes, músicas, livros, peças de teatro e ‘obras de arte’), o que realmente me tira do sério é esta cobertura idiotizante de cada passo dado por ele em suas ações de promoção da sequência do filme. Todas as bobagens ditas por Cameron são repetidas como ensinamentos dados por um velho xamã, ensinando a nós, malvados e poluidores homens brancos como devemos tratar a mãe terra, ou seja, Gaia. A sua última pérola foi: “Bloquear os rios pode provocar um ataque cardíaco ou aneurisma na natureza.”
Se tivéssemos uma imprensa um pouco mais pensante e ácida, James Cameron seria motivo de piada de 9 entre 10 veículos de comunicação no mundo. Logo ele estará dando palestras (e cobrando horrores) sobre biodiversidade e responsabilidade social em empresas. Mark my words...