quinta-feira, 29 de abril de 2010

Estado de São Paulo

Esta é uma das razões pelas quais me bati contra o desarmamento das pessoas civis. O Estado não consegue manter o monopólio da força, haja vista a soberania de quadrilhas que decretam toque de recolher e são obedecidas por cidadãos apavorados e desassistidos. Além disso, o roubo de armas "privativas" das Forças Armadas, a partir de dentro dos quartéis (vendidas por gente que porta a farda e não punida conforme o rigor necessário, e não venham com as "exceções", um monopólio como o força ou é monopólio ou não é) e quejandos. E não é segredo que as firmas de segurança são geradas justamente pelo...desarmamento dos cidadãos. Enfim, os iluminados estatistas jogaram na bacia das almas o direito de milícia, um direito coessencial ao direito democrático. É por semelhante motivo que os "santos desarmadores" ainda não conseguiram, nos EUA, estabelecer leis anti-democráticas como a que impera (a única coisa que impera, ao lado dos bandidos de todas as espécies, na quadrilha ou na política) no Brasil.
RR

Em 6 anos, 21.240 armas de guardas privados foram para mãos de bandidos

29 de abril de 2010 | 0h 00

Bruno Paes Manso - O Estado de S.Paulo

Das 97.549 armas de fogo que foram registradas em nome de empresas de segurança e de transportes de valores em São Paulo desde 2004, 21.240 (22%) foram furtadas ou roubadas. Ou seja, uma em cada cinco armas do arsenal das empresas de segurança foi parar nas mãos de bandidos.

Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Sou da Paz, como parte da pesquisa Implementação do Estatuto do Desarmamento: do Papel para a Prática. As informações têm por base o Sistema de Segurança e Vigilância Privada (Sisvip) da Polícia Federal e a pesquisa traz um balanço de seis anos do Estatuto do Desarmamento.

"O dado permite diferentes leituras. Uma delas é a de que o porte de armas não parece inibir a abordagem dos ladrões. Outra sugere que os seguranças podem estar sendo procurados porque diminuiu a quantidade de armas nas mãos dos civis", afirma o diretor do Sou da Paz, Denis Mizne. "Mas esses números também revelam que existem problemas no setor que devem ser investigados pela PF." Segundo os pesquisadores, há brechas na fiscalização por parte da PF.

Números da CPI do Tráfico de Armas já apontavam para a gravidade do problema. Conforme dados da Polícia Civil do Rio, das 10 mil armas apreendidas com criminosos entre 1998 e 2003 no Estado, 17% pertenciam a empresas de segurança privada.

Clandestinidade. Existem hoje no Brasil 1,1 milhão de vigilantes - e 350 mil trabalham em empresas de segurança. Só em São Paulo, de acordo com o sindicato patronal (Sesvesp), há 128 mil vigilantes. "Podemos dizer ainda que, para cada funcionário de empresa regularizada, existem dois em empresas irregulares", afirma o empresário Vitor Saeta, diretor do Sesvesp. "As empresas que atuam com segurança externa costumam ser as mais visadas. Em cada ação dos ladrões, podem ser roubadas até cinco armas de uma vez", diz.

Em julho, uma viatura de escolta armada da empresa Pentágono, que Saeta dirige, foi abordada por um desses grupos. A quadrilha estava em dois carros e usava armas longas e fuzis. Os vigilantes acompanhavam um caminhão que transportava um insumo industrial na Grande São Paulo. A carga foi desviada e a viatura, com os vigilantes, abandonada em Pirituba, na zona norte de São Paulo. "As armas mais usadas pelos vigilantes são os revólveres calibre 38. Quando roubadas, são usadas em crimes comuns. Escoltas externas são as que usam armas longas, que interessam ao crime organizado."