domingo, 18 de abril de 2010
O Cinemax extrapolou os próprios limites.
Não pretendo começar uma campanha ‘puritana’ contra os canais de filmes da TV paga, mas há muito o nível de qualidade e bom senso dos canais já extrapolou os limites do tolerável. Os canais da rede HBO (que curiosamente pertencem ao grupo ‘família’ e ‘puritano’ Disney) são famosos por passarem pornografia explícita depois da meia noite na TV paga. Mais uma vez: existem canais adultos (o nome sofisticado que dão para canais pornográficos) nos pacotes da TV paga, e eles existem exatamente para passar este conteúdo para quem quer assitir. Creio ser um absurdo passar filmes deste conteúdo em mais de 50% dos canais convencionais após a meia noite. É um problema tratado constantemente neste blog (e em outros).
Mas desta vez o Cinemax passou de todos os limites aceitáveis. Na semana passada enquanto passava nos canais me deparei com um documentário do Iron Maiden, Flight 666 e com um show da banda “Somewhere Back in Time” em seguida, uma raridade o Maiden passando em canais convencionais de TV, quanto a isto ok, além dos integrantes do Iron Maiden não passarem de senhores ingleses “bem caretas” (não se drogam e no máximo tomam umas), eu incentivaria mais Heavy Metal na TV. Brincadeiras à parte, na sequência do canal Cinemax (número 77 pela Sky) começou um dos filmes mais nojentos que vi na vida (os primeiros 3 minutos que vi) chamado Shortbus. A preguiça me vencia, confesso com vergonha, pois eram umas 22:30h e estava realmente jogado no sofá e com preguiça de levantar apenas o tronco para pegar o controle remoto e resolvi dar “uma chance ao filme” que passaria em seguida (traduzindo: não estou afim de me esticar para pegar o controle remoto). A cena inicial mostra que era um filme pornográfico homossexual, a cena repugnante venceu meu cansaço e peguei o controle remoto e troquei de canal, mas antes li a sinopse do filme na grade e constava o filme como erótico.
O filme me revoltou tanto pelo horário, que não só peguei o controle como imediatamente entrei na internet e fui a página da rede Cinemax/HBO para pegar um e-mail ou canal de comunicação para expressar a minha revolta com o que entendo ser uma violação do meu direito como cidadão, afinal passar um lixo daqueles com um conteúdo explícito às 22:30h da noite era demais e me soou como uma ofensa e provocação do tipo: já que passamos Heavy Metal antes, podemos passar este lixo.
Porém antes de escrever procurei por dados do filme na internet (e por dados do diretor que descobri após ler sobre o filme). O filme passou em mostras de cinema e é descrito com várias cenas de sexo explícito homossexual com direito a orgias e sadomasoquismo. O diretor, um tal de John Cameron Mitchell é um gay ativista assumido. O mais revoltante foi ler várias críticas positivas, inclusive na Folha de S. Paulo (bom, só podia ser lá), com afirmações ainda de que a “trama é tão bem amarrada que o filme não pode ser considerado de sexo explícito”, ainda condenando quem, ao meu exemplo, quase vomitou na cena grotesca inicial. Li poucas críticas (em blogs) falando do filme sobre o que ele realmente é. Um filme pornográfico gay.
A imprensa em consenso elogiou o filme. Depois de tudo isto, mandei um extenso e-mail para os canais Cinemax e HBO no Brasil e nos Estados Unidos. Dos canais americanos recebi uma resposta eletrônica imediata, agradecendo o meu e-mail e explicando que a resposta do mesmo poderia demorar devido à grande demanda de mensagem que eles recebem diariamente e que minha opinião é importante e etc. (a ladainha costumeira destas mensagens).
Dos canais Cinemax/HBO nacional, recebi apenas uma resposta hoje do canal Cinemax dizendo que a grade de programação do canal é previamente selecionada respeitando o conteúdo pelo limite de idade e pelo horário e há avisos para faixa-etária no início da programação (como se isto amenizasse alguma coisa, além de ser uma mentira). E que o filme em questão passou em salas de cinemas, festivais de filmes e foi muito bem recebido pela crítica e premiado, sendo um “filme independente de arte.”Respondi a este e-mail e não de uma maneira agradável, inclusive apontando as contradições e mentiras da mensagem enviada pelo canal.
Estou revoltado até agora e por uma série de motivos, além dos já citados até agora, existe ainda o que o ativismo de certos grupos e certas causas estão fazendo com a nossa sociedade. Por pressão de movimentos gays, filmes nojentos como shortbus são eleitos como “Cult” e não podem receber críticas, pois quem as faz é automaticamente: homofóbico, puritano, reprimido sexualmente, carola e outros rótulos impostos por ativistas como o diretor desta coisa degradante e seus amigos. E o quão a sociedade aceita certas coisas, o brilhante canal resolveu passar um filme de sexo explícito, não importa se gay ou heterossexual (em plena dez horas da noite em canal que não é voltado para este conteúdo) pelo simples fato desta porcaria ter recebido prêmios e boas críticas.
Não importa o que ativistas ou não, o que festival e mostras de cinemas ou o que críticos de cinema dizem. Shortbus é um filme grotesco e nojento que jamais deveria passar em um canal convencional de filmes. Muito menos às 22:00h. Tomei como uma agressão em minha própria casa e estirado em meu sofá.