domingo, 2 de setembro de 2012
A isenção dos hipócritas
Em um mundo onde imperam o ego e
as vaidades pessoais é difícil acreditar que exista 100% de isenção. O meio
acadêmico, diverso e complexo, não é, nunca foi e jamais será um lugar
imparcial (já que toda imparcialidade é questionável). No entanto, usar do poder
e da influência para fazer juízo de valor dos pares, reprovar projetos, recusar
artigos, denegrir colegas, enfim, é de tamanha hipocrisia que dá nojo. O pior
de tudo é que essa mesquinhez hipócrita age nos bastidores e esconde-se no
anonimato. Quando o mérito é subjetivo, o critério mais utilizado nas
universidades parece ser amizade. Parafraseando Jean-Marie Balestre (1921-1989)
"Aos meus amigos, tudo; aos meus inimigos, a lei", ficaria: "Se
é do meu amigo é bom e aprovo. Se é do inimigo é ruim e reprovo. Ou ainda: se é
indiferente fica em segundo plano. Essa é a isenção dos hipócritas. E a vida
continua, a fachada persiste, a imagem ilibada e a falsa idoneidade moral na
percepção da maioria permanecem, infelizmente.