SNI acusou Brizola e Cesar Maia de receberem propina
Em plena abertura política, a ditadura militar acionou seus esquemas de espionagem para vigiar o primeiro governo de Leonel Brizola (PDT) no Rio, eleito em 1982. Os relatórios do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) acusam o pedetista de corrupção e dizem que havia "caixinhas" pagas pelas empresas de ônibus e pelos bicheiros.
De acordo com informe de 1985 da Marinha, a propina paga pelas empresas de ônibus chegou a Cr$ 500 milhões - R$ 980 mil em valores de hoje - e era administrada pelo então secretário de Fazenda Cesar Maia, como informa a reportagem de Bernardo Mello Franco, publicada na edição do GLOBO deste domingo.
Brizola teria rateado o dinheiro entre o partido e projetos de educação do governo. Cesar nega as acusações. Segundo ele, Brizola sabia ser espionado o tempo todo pelos militares.
- Brizola nunca teve dúvidas. Abria as reuniões na mesa redonda da casa dele dizendo assim: 'Boa tarde a todos e um abraço especial a você que está ao lado, no Hotel Othon, fazendo escuta'", contou Cesar, que rompeu politicamente com o pedetista antes de se candidatar pela primeira vez à prefeitura, em 1992, pelo PMDB.