São Paulo, sábado, 21 de março de 2009
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Após escândalos, rejeição ao Congresso volta a subir Datafolha mostra que 37% avaliam desempenho do Legislativo como ruim ou péssimo Reprovação cresceu 6 pontos desde novembro; castelo em Minas e horas extras nas férias foram algumas das denúncias contra as Casas RANIER BRAGON DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Alvo de escândalos recentes que envolveram castelo no interior de Minas, mansão "escondida" da Justiça e pagamento de horas extras durante as férias, o Congresso Nacional viu sua reprovação atingir 37%, segundo pesquisa Datafolha. O índice dos brasileiros que consideram ruim ou péssimo o desempenho dos 594 deputados federais e senadores subiu seis pontos percentuais em comparação com a pesquisa anterior, de novembro de 2008. Avaliam o trabalho do Legislativo como ótimo ou bom 16%. A atual rejeição à Câmara e ao Senado ainda é oito pontos percentuais menor do que o ápice negativo atingido nesta legislatura (2007-2011), de 45%, em novembro de 2007. Na época, o então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), enfrentava a denúncia de ter tido contas pessoais pagas por um lobista. Ele renunciou um mês depois. A maior rejeição ao desempenho do Legislativo medida pelo Datafolha aconteceu em novembro de 1993 -56% de "ruim/ péssimo"-, durante o escândalo dos anões do Orçamento, quando dez congressista perderam o mandato. A atual pesquisa, feita entre segunda e anteontem, com 11.204 entrevistados, tem margem de erro de dois pontos. Segundo o instituto, o desempenho dos congressistas encontra maior rejeição entre os mais escolarizados (47% de "ruim e péssimo"), os que têm maior renda familiar mensal (45%) e aqueles que moram em capitais e regiões metropolitanas do país (41%). A maior aprovação ao trabalho de deputados e senadores está entre os que têm de 16 a 24 anos (21%), os que moram no Norte/Centro-oeste (20%), os que ganham até dois salários mínimos (19%) e os que têm até o ensino fundamental (18%). Desde 2 de fevereiro sob o comando dos peemedebistas José Sarney (AP), no Senado, e Michel Temer (SP), na Câmara, o Congresso Nacional começou sua atividades em 2009 elegendo como corregedor da Câmara Edmar Moreira (sem partido-MG), que sete dias depois renunciou ao posto sob a suspeita de ter omitido a posse de um castelo no interior de Minas. Semanas depois, a Folha revelou que o então diretor-geral do Senado, Agaciel da Silva Maia, escondeu da Justiça uma casa avaliada em R$ 5 milhões. Agaciel caiu, mas a lista de atividades suspeitas do Senado não parou por aí. Em nova reportagem, a Folha mostrou ter havido pagamento de horas extras a funcionários no mês de janeiro, quando o Congresso estava em recesso. Dias depois, soube-se que a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) distribuiu a aliados passagens aéreas bancadas pelo Senado e que o petista Tião Viana (AC), ex-presidente da Casa, cedeu à filha, para uso em uma viagem particular ao México, um telefone celular cuja conta é bancada pelos cofres públicos. Nesta semana, o Senado "descobriu" ter 181 diretores. |