sábado, 21 de março de 2009

Blog Panorama de Mario Araújo Filho


19/03/2009

A suave arrogância do universitário chique

Leonardo Trevisan

A análise dos resultados do último vestibular para o curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) contém uma novidade: 37,7% dos aprovados estudaram os três anos do ensino médio em escolas públicas. Esse fato não significa, necessariamente, que o ensino nas redes oficiais melhorou. A razão dessa novidade é o Inclusp, o programa de inclusão da USP. Por esse programa o aluno que estudou o ensino médio na rede pública recebe um bônus que pode chegar até 12% de pontos a mais, a partir do número de acertos do vestibulando. Resultado: das 175 vagas do mais disputado vestibular para Medicina do País, 66 ficaram com alunos da rede pública. Em 2007, quando o bônus foi só de 3%, só 9,7% dessas vagas foram para alunos da escola pública.

A média exigida para entrar em Medicina foi de 80 acertos em 90 questões, portanto esse bônus tem muito peso. Como mostrou matéria de O Estado de S. Paulo de 13/3, diferença de centésimos decidiu quem entrava na lista dos aprovados. Um aluno com 75 acertos, com 12% de bônus, passaria na frente de quem obteve, por exemplo, 81 acertos na prova, mas não estudou em escola pública. Esse bônus alterou o perfil de todos os cursos de elite da USP.

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