domingo, 11 de abril de 2010

It´s about nothing, com todo meu apoio. Na quarta feira, no Correio, virão as causas.

sábado, 10 de abril de 2010

Taming the rage when it arises

Não é novidade, ao menos para aqueles que me conhecem ou que são leitores deste blog – mesmo sendo um milagre este blog possuir leitores, admito, que sinto um profundo desprezo pelo geral da população brasileira, isto não é recente vem desde a minha pré-adolescência e piora com tempo, quanto mais vejo do comportamento de meus compatriotas, mas este sentimento cresce.

Ontem estava com a minha mãe em estacionamento de um hipermercado de Campinas, enquanto guardava o que fui ajudá-la a comprar no porta-malas, minha mãe se dirigia para entrar na porta do passageiro do carro, quando um automóvel breca violentamente a um centímetro de minha mãe que estava entrando no carro. Um motorista entrou com tudo na vaga ao lado sem sequer olhar. Brecou, teve que dar ré, pois se continuasse bateria em meu carro. Eu parei e fiquei olhando para o sujeito, que devia ter uns quarenta anos. Ele engatou a ré todo nervosinho, arrumou o carro na vaga, desceu e sequer fez uma menção se de se desculpar. Desde a hora do incidente, meu sangue ferveu e mentalmente me vi enfiando a cara dele no vidro do próprio carro depois de um kotegaeshi, ou apenas enfiando um bom e “old fashion” socão no meio da cara deslavada dele. Mas domei estes instintos, respirei fundo e disse: “Meu senhor, por acaso não deve desculpas a minha mãe? Afinal quase a atropelou por sua imprudência.”

Ele olhou para mim (e a mulher que o acompanhava também) e notei que ele ficou irritado com a minha intervenção, mas como sou muito maior e mais forte do que ele engoliu seco e se limitou a dizer: “ela tem que prestar a atenção no carro!” Naquele momento comprimi o punho para segurar novamente à vontade de partir aquele cretino em dois, pois ela era enorme, mas domei meus instintos coléricos e disse, mas desta vez em um tom ríspido e posicionando em frente a ele: “Você é cego ou possui algum problema mesmo? Não se entra em uma vaga de supermercado com a velocidade e imprudência que você usou, por acaso não sabe que esta é uma área de embarque e desembarque a transição constante de pedestres? Quem deve prestar a atenção meu senhor, é você que está conduzindo o veículo, afinal é desproporcional a colisão do veículo com o corpo humano é a mesma desproporcionalidade do meu punho no meio do seu rosto, coisa que estou com vontade de fazer desde que você jogou a carro sobre minha mãe e sequer pediu desculpas!”

O homem disse em tom agressivo e sarcástico: “desculpa, então! Feliz?” Eu olhei para ele e respondi: “Feliz eu não estou, você além de mal educado e imprudente é arrogante e cínico. Se dê por satisfeito de não ter a sua cara partida em duas agora, homenzinho, mas lembre-se você não encontrará esta mesma piedade novamente no mundo de hoje, se fosse eu um desajustado teria lhe agredido.”

O homem passou por mim e quando eu já estava entrando no carro, corajosamente (como a grande parte de nosso povo) começou a gritar do meio do estacionamento (há uns oito metros de distância) que conhecia o delegado tal, que se ele quisesse também me pegava e etc. Típico! Na minha frente mesmo morrendo de raiva não conseguiu esboçar reação, ou mesmo, admitir o seu erro e se desculpar. Há uma distância segura mostrou como ele era “homem” e não levava desaforo para casa para a mulher que estava com ele.

Este comportamento animalesco e irritadiço é marca da média da população, pelo menos falo com propriedade e conhecimento de causa em Campinas, os mais jovens são os piores, mas os cidadãos em geral, não importando se homens, mulheres, adolescentes, jovens ou pessoas adultas, classe A, B,C,D, religião Y ou Z, descontam suas frustrações no trânsito e se portam como animais em qualquer local público esbarrando na pessoas e não pedindo desculpas ou mesmo descontado suas frustrações e seus ódios em buzinadas, xingos ou jogando seus carros sobre as pessoas.

Estou cheio de todos eles, sempre que creio ser justo, confronto-os. Se estivesse sozinho ou o carro viesse em minha direção, provavelmente olharia feio para o mal educado e iria embora, mas quando a agressão é feita com alguma pessoa que está comigo (principalmente se for minha mãe) não me contenho e confronto. Meu primeiro impulso foi recheado de uma série de pensamentos raivosos que clamavam pela agressão física, porém eles eram interrompidos pela noção de civilidade, não por conta de “se bater neste cara, serei processado e até preso” isto é a última coisa que passa pela cabeça, mas pelo “se bater neste cara, me tornarei um lixo como ele.” Além do que seria uma covardia tão grande quanto à dele em atirar seu veículo sobre minha mãe e demonstraria a mesma prepotência e arrogância ao saber que poderia surrá-lo sem muita dificuldade e ele pouco poderia fazer para se safar. Como ele demonstrou sabendo que não seria punido por seu ato, já que não havia infringido nenhuma lei ao fazer o que fez.

Hoje há um ódio gratuito latente ajudado por uma completa da falta de educação. É raro escutar um “com licença”, “por favor”, “senhor ou senhora” antes de tratamento com pessoas que não conhecemos, um “boa tarde”, “bom dia” ou “boa noite” ou "obriagdo" e um “desculpe” nem se fale. Tudo por conta dos pais de hoje se preocuparem em ser os irmãos mais velhos dos filhos adolescentes. São os “bacanas compreensivos” que não ensinam limites e valores para os filhos, se saem com a máxima: “Ih, na idade dele eu fazia o mesmo (ou era pior)”. Quando são chamados de senhor ou senhora, respondem “Senhor(a) está no céu”.

O respeito e os bons modos viraram coisa “careta”, “datada” ou até soa como ofensa em alguns casos. Os ódios são alimentados diariamente em qualquer lugar, odeia-se e se faz agressões gratuitas por tudo: se torce para o time A ou B, se gosta do estilo musical X ou Y, se é fã ou não do ator/atriz ou cantor/cantora C ou D, se nasceu no estado ou na cidade tal, se é da religião W ou Z ou se não possui religião alguma, se é ateu e etc. Pegue tudo isto e coloque na noção nacional de liberdade que parte do pressuposto de que "eu posso fazer o que quiser", resultado temos a educação exemplar do cidadão citado acima, que é só um exemplos dentre os milhares de pequenas agressões que sofremos (eu sofro e sei que muitas pessoas sofrem) diariamente por conta deste comportamento erratíco por pessoas que depois comentam que o político tal é um sem vergonha, que a vizinha não presta e que o vilão da novela deveria levar um surra.