Humor negro da madame
Do Blog de Joana Lopes, Portugal
A compaixão de Madame Lagarde
Uma entrevista a Christine Lagarde, ontem publicada em The Guardian, está a correr mundo.
Quando a jornalista lhe pergunta se, ao analisar as contas da Grécia, só
pensa em números ou também se lembra das mulheres gregas sem
assistência quando dão à luz, dos doentes sem medicamentos e dos velhos
que morrem sozinhos sem direito a cuidados, responde:
«Penso mais nas criancinhas de uma escola numa pequena aldeia da
Nigéria, que têm duas horas por dia de aula, com uma cadeira para três
crianças e que, mesmo assim, conseguem estudar. Penso nelas
permanentemente e acho que precisam de mais ajuda do que as pessoas em
Atenas.»
Se estamos em maré de humor negro, vamos a isso: na tal aldeia da
Nigéria não existirão prédios mas só palhotas, e não haverá portanto o
perigo de um homem de 60 anos, desesperado, se atirar de uma janela de
mão dada com a mãe, de 90, como aconteceu na Grécia. Se também querem defenestrar-se, construam arranha-céus, seus idiotas!
Há sangue...
do Solda
Há sangue frio na geladeira, silva-se.
Enquanto organizo, prenso: histórias de cavalheiros e damas, etiópias e
lamas, cronópios, corrupios e famas. É o kaos. Dizem as más línguas.
Pois é, poesia, pois é: petit pois, já maneirando fulano e sicrano de
bergerac. A idade dá razão à trinta anos de mim mesmo. Salvaboiam
haroldos, augustus & decius pelas ribanceiras entrepostas.
Espremelham resquícios de angelis, ave, cézar! Os que vão morrer vão te
cobrir de porrada antes que o sol despinguele atrás do açudeziano
velhasério. Missas cheias de moças velhoiras bundudas, tesões
estremecidos no gargarejo da água morna. Apedeutas empalhados açoitam
personagens pendurados no altar do seu egocego barbicacho, münchenfests
aleluias, tende piedade de marcelino, pão e vinho, hasta la vista!
Jurisfósseis repimbocam en la parafuseta del paraplégico, impressionados
com a justalógica estremunção que o vigário geral aplica na cabeçonda
de hipócritas, já sem pelo nenhum, careca de corpo inteiroliço!
Hipócrita não peida, flatos contidos, odores embucetandos, insepulto!
Insepulto! O cadavérico se esconde entre as pelancas recheadas de banha
da progenitora secular, fétida, exposta em pedaços nas ruas quinzes do
mundo inteiro, vírgulaprudentis, és tu, chatus de galochas?
De repente uma explosão de furúnculos
baragoléticos! Especimezinha que brotoeja esotérica na alinhavada
esfinge halitosa de sacco & vanzetti, última dor do inácio, aquele
magrela, hipócritas entregam pizzas na academia curitibana de letraset,
comedor de quejandos entocado na cavernosa idiotice, cantando mantra: só
lamente uma vez, bigodites, cavanhaquices sisudas misturam ditados de
poetas philósophos pelados descendo o nhundiaquara de bóia fria, à
margem esquerda de quem sai e espera o barreado frígido locopaca,
embutido no insepulto que já fede. Urubus vomitam. Ninguém é prefeito.
O protofônico que tem medo de virginia
wolff não quer esperar a perícia montada; de como ser vaiado pela
gargantula da républica curitibana: essa é mais uma tarifa para o supra
hipócrita, amoscanhento regrudado no teto do aeroaperto do alfa rábius
oculto entre teias de homens aranha; o parecer do banco central detona
relatórios hediondos e condena reles vocês sabem quem a ler catataus e
livros dos contrários por toda eternidade, para afugentar os corvos
monossilábicos, parte do guruato lhe atira pedras, pratos de sopapos
embotam o cérebro fétido: já não cogita, ergo, o caralhaquatro!
A mão que afaga é a mesma que desenha. Calungas desbotados se amontoam de maneira cruel em minha mesa.
Habeas corpus moles, nesse espaço de
tempo, hipócrita mostra a bunda reluzente de necrófilo estapafúrdio,
fanzines de carteirinhas abrem as bocálidas e respiram mau hálito
resplandescente, barata com caspa, assim excitou o daltônico trevisélico
emparelhado com o vampiro de curitiba na subida de sísifo, comendo o
fígaro de prometeu acorrentado, tratando os algozes com respeitinho de
adolescente, intumescido. Vade retro, hipócrita, quem te viu na mtv?
Toda família curitibana tem um louquinho trancado no porão, macaqueando
hipérboles antagônicas sobre eras trevisânicas, moléculas que andam de
biciclétula. O protomedicato decidiu fechar as boticas, evitando tumulto
barbalho defronte ao paulanque da marechal
Começam a chegar los libros, milhares
deles, exército trivial, hoje é quinta-feira da semana passada, nada de
novo, nada, nada, nada e de novo, sentenciou leminscoso, não dá em nada!
Múmia leprosa habitando uma tumba em forma de atabaque (cadê os ovos
que a galinha pôs?), o tear de chardin envigota marapendi; crustáceos
bucéfalos procrastinam ao pôr-do-sol, morro de são paulo: vivo de
curitiba; espantalhoso itarareense fincado no primeiro planalto, quilate
mas não morde, me entupi guarani, sou fadado ao fracasso. Milhares de
mulheres incendeiam sutiãs em protesto contra os peitinhos intumescidos
das martasrochas. Um faulo prancis desmorona e desaba sobre o
palestrante proibido. Uma procissão de lúgubre aspecto passa levando
hipócritas à frente, estandartétrico, ensinando como se vaia curityba,
num instante interveniente o povo mirrado desaquece e segue a
ortografia, a parte da gramática que ensina a escrever corretamente as
palavras.
Hipócrita tem horror à luz, heliofóbico;
nas trevas elabora sonetos para encantar meninos em idade escolar. Poeta
em compota. Repito: hoje é um dia quinhentista, segunda-feira da semana
que vem e o calendárioscopista é severo, não dá pra fugir do açoite. A
chibata é certa. Envoleios paracélticos cunturcinam militares aos
borbotões, ao futebol de botões, cáspite moçambosa! Lero lero, bangue
bangue, três tiros ecoam na madrugaridante vaginosa! Alguém fede ao sol
do meio-dia, moscas oleaginosas envergalham sacripantas nos poemas
empenduricalhados nas conas escandalosas.
Evoé, bakun, pinceladas murchas, almodóvar
subitantis, resquícios celebritosos aviltam juízes e bandeirinhas,
escanteio rápido e certeiro e o gol é eminente. Um a um. Um por todos e
todos por um porungo. Retrocesso. Ridendo castigat mores!
Retrato de doris day, escola de moliéres.
Um, dois, ivo viu a uva virar conhaque; à pata nada? A punheta bate à
porta, em frenesi. Tudo é piquenique no front, pois um dia chegou a
haver nada por lá; calaboteco, o elo e o frio da traição. Arrancam os
órgãos reprodutivos de “poetinhas” e jogam sal grosso, siririca
trabuzana e molibidato de chumbo grosso. Na barreinha, todos os polacos
provam do saboro nossuco; em rápidas pincelas: não devia ser legal ser
negão em 1808: a coisa começava a ficar preta.
O bar dos bardos não fecha pra são
bernardo, assim pintou moçambique: simonais ejaculam gotas périplas
sobre o corpo inerte, isso, isso, espermalandros procuram a vã gina
espremida na bochecha de perdigotus antiofídicus. Hipocretes aos
borbotões tentam prestar a última homenagem ao guru, exposto ao sol,
caralhaquático, encardelúmedo, pulterívico, gota d’água em mar morto, o
licor de rosa foi às favas, fasterpúnculo. No lintrópico da serra da
tiririca lameríndica o assombroso bate nas moscatéias seculares, isso:
tarétsias explica depois. O compromisso é um contraponto, as portas, a
perseguição, bombas de reis barbudos. O rato rói unhas.
Acidente em jantares: três mortos e quatro
feridos, saldo dos reflexos do braille. Ser mãe é o pai descer ao
paraíso. O apanhador no campo de centeio e outras poeazias poéticas,
entre poemas sujos e cantatas castas, bulas fazem bulosas fantásticas
entre libros de manueles y retratos de artistas quando jovens. Mas não
se mata cavalo, madame bovary? Cravo coluna dois e sete dias desmaio. Um
sonho americano atinge-lhe a testa, é o despertar do monstro, o
renascer do capitão amérika. O tio do canalha mora na esquina, sem anos
de soletrão. Na cadeira, o velho e o mar de parkinson. Tadelépidos e
antisacrifócidos, trocafilhos de uma putza, xexênicos de uma merdosa
enfileirando venezuelanos empipados mastofintosamente carabélicos. Quem
há de paralelepipeidar? Moças bonitas são as mocinhas da cidade.
Hipócrita não peida. Murcha, desmancha na sala.
A máquina de lavar pororocou no meio da
redícula transilvânica. Rebolética e cincinatefélica, cataputa!
Jamesbonditosa água torneiral, os livros que aqui livreiam bóiam
supimpas, haja estante para esse maestro. Poluicéia desvairada, zorba, a
cueca do grego amarela no varal. Ira, não sabes de onde vens? Numa
meia-noite, quando eu lia, lento e triste, vagos, curiosos tomos de
ciências astrais encontrei tartufo entre o diabo e o bom deus, vassalo
de cinco asas. Ele se chama um lices e está até o gogol de dublin. Vai
sair quando a neblina baixar o pau na irlanda e macunaíma sair da toca
com os olhos do cão azul. O cadáver parece respirar, só parece. Um
atrabalho no trapalho, transmimento de pensação, sandela de
mortanduíche, leminsquisitices orwellianas. Joicíades de lennon são
sandices urbanas, a máquina de escrever respira fundo e insinua enormes
parágrafos desvirgulados. Isso assusta insepultos e toda a sua trupe!
Necas de pitibiriba! Trancetê! Cada magalho no seu caco: as bananas
despencam é o verão, a curutié fugiu da gaiola, o lábaro que ostentas
estrelado implodiu.
Um nicho recheado de ninfomaníacas ensaia
canto gregoriano na sala dos fundos, timbórdice de mileto ocupa a maior
parte do livro caixa de fósforos de helio leites. Ulisses cambaleia
entre parágrafos incompreendidos, sobre adjetivos perdidos nas areias
escaldantes.
Filósofos helênicos abotoaram o paletó
injustamente: libório arrancou as teclas da máquina de escrever para
machucar os dedos enquanto datilografa. Eles sangram pra lá e pra cá,
sujando a mesa de um vermelho vivo. Chicletes grudam na massa cinzenta
já aprodecida de insepultos, agora de bruços, senho fechado. Campos de
carvalhos me acenam da estante. Ilíadas e mais ilíadas, lidas, relidas,
esmiuçadas por algum selvagem de motocicleta.
O homem do mato de mãos dadas com a
mística feminina. É proibido. Chegou godot, três dias atrasado, esteve
viajando, diz, no país das maravilhas. Lá se come bem. Os certões
estavam errados, a revolução no fruturo começa semana que vem, com o
teatro do comprimido e outras rimas poéticas. Mas à essa altura do
campeonato, quem tem medo da megera domada? Ter certeza da dentista
cansada de guerra e paz, elementar, meu caro watson! A avó está no mundo
há oitenta anos e ainda não viu a luz no fim do tonel; um certo cafetão
rodrigo quer beber sete: é oito e meio, além do imposto. Enterrem meu
coração no encouraçado na curva do calombo, junto com os cada vez mais
estupefactos que ainda bebem leite de onça. Tragélida cosmopolenta,
fadiga na perna esquerda, carne da minha carne, sangue do meu sangue,
mesoparina de antanho, esquálida borboletra zanzando sobre as flores de
maracujá, agora mesmo, neste instante.
Hipócrita fede. E tem hipócrita que cheira, mas só na casa dos outros.
Oposição frontal: não há duelo solitário,
ninguém assassina a própria sombra sem motivo; ser explícito no acesso à
leiteratura, literatejar em abundância sem ser versado em literatura
nem em letras, dig it? Arrebentar a proveta, provecto. Veja o diário da
tia. Vejam só, fins negam os sheiks sem fundos. É a guerra com o jogral,
deixa o alfredo falar. Só o vento sabe a resposta. Esquadrão do norte,
espumando pelo canto da boca, a cólera do cão; livro vermelho dos
millôres, erros de sifilização. Caiu o pano! Essas coisas insaciáveis, o
tempo e o vento, lá vou, gulliver! Divina comédia, fizeste aval de três
freiras que assombram o país. A cinza das noras, morte e vida sem
verina; feliz ano novo, tia zulmira. Carona do pai thomaz: é do tipo do
rei. Cavalinhos de platiplanto. Os dentes ao sol. Rei posto, ele está
pelado, com a navalha na carne. Mas traga. Catatchau.
Pior que o hipócrita, só a mulher do
hipócrita, sem pai nem mãe. Mas com o hipócrita, de braços dados. Esse
casamento não vai longe: no máximo, até o banheiro, pra vomitar. O corpo
se decompõe; o baluarte inexiste, finalmente. Ninguém reclama do cheiro
desagradável. Lanfônesas costifúnculas esmerilham cabelécidos em plena
bouca malditante, esforétidos maraquintinius! A bebedeira, a ebriedade,
êxtase, enlevação, a embriaguez! Fiat lux! Circulam informações de
cocheira sobre a nossa ração cultural diária. O balaustre é atingido,
quase no fim da feira. Daqui ouço os milagres no palacete do tico tico:
es muy bueno! Corruíras helioleitosas abrem o mar paraguayo.
Enquanto agonizo, pinto. Em rápidas
pinceladas, porque o gambá do ano passado invade a minha sala, o
exército inimigo bate à minha porta: correndo, perco as sandálias mas
não perco o trocadilho. Atiro primeiro: se a vítima não rir, gastei bala
zequinha em poeta de compota.