O direito de resistência serve, até hoje nos EUA, para impedir que cidadãos sejam desarmados pelos governos. É o direito de milícia. Aqui, país onde todos os que lesam os cidadãos têm armas na mão (sejam elas oficiais ou clandestinas) existem pessoas que defendem "o desarmamento" alegando o monopólio da força pelo Estado. Qual Estado, eles não perguntam. Aqui, é o Estado bandoleiro que recebe propinas e pressões tirânicas e age como tirano contra os cidadãos desprovidos de meios (de preferência os pobres que não tem amigos nem dinheiro nem poder para pagar advogados peritos na arte de fechar as portas da cadeia). Lembro sempre a advertência de Diderot aos insurgentes da América: "quando vocês forem conversar com os governantes, levem o fusil nos ombros". Se os brasileiros levassem o fusil nos ombros, os abusos tirânicos seriam bem menores, podem ter certeza. Enquanto existir Estado armado, com seus cúmplices clandestinos (o narcotráfico, os "empresários", etc), teremos o que temos hoje, tirania. RR
« Onde acaba o direito, a tirania começa, desde que a lei seja desobedecida em prejuízo de alguém. Toda pessoa investida de uma autoridade que exceda o poder que a lei lhe concedeu e usa a força submetida ao seu comando para fazer, às expensas dos governados, atos ilegais, deixa ipso facto de ser um magistrado e, como ela age sem poder, temos o direito de resistir contra ela, como também em relação a quelquer homem que lesa os direitos de um outro pela força".
LOCKE, Segundo Tratado do Governo Civil, §202.
LOCKE, Segundo Tratado do Governo Civil, §202.