Roberto Romano critica reação do PT ao julgamento do mensalão
Para ele, ligação do STF a um tribunal de exceção é 'uma calúnia absolutamente insuportável'
10/10/12 - 14h53
Publicado Por: Gabriel Mandel
Publicado Por: Gabriel Mandel
A
condenação de José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares por corrupção
ativa tornou-se, após a sessão desta terça-feira, no principal capítulo
do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal e irritou
diversos representantes do PT, partido ao qual os três são filiados (na
época do caso, Dirceu era ministro-chefe da Casa Civil, Genoíno era
presidente e Delúbio, presidente da legenda), que criticaram a decisão
dos ministros.
Anchieta Filho conversou com Roberto Romano, professor de Ética da Unicamp e integrante do Linha de Frente da Jovem Pan,
para quem a corrupção na ética pública pode ser dividida em duas
etapas: uma envolvendo quem tenta subir na vida e a outra que está
relacionada à desculpa do “bem comum”, ou seja, a melhora das
instituições públicos através de “meios absolutamente refratários”, algo
muito comum no século passado.
Para Romano, o Partido dos Trabalhadores adota “uma técnica deslavada de
propaganda” ao afirmar que o STF está se transformando em um tribunal
de exceção. Julgado por uma instância do gênero durante a ditadura
militar, como ocorreu com José Genoíno e José Dirceu, ele classificou a
prática como “uma calúnia absolutamente insuportável, um desserviço à
democracia”. A legenda tem o direito de discordar da decisão, mas não
pode “deturpar o funcionamento das instituições”.