Roberto Romano atribui sucesso inicial de Russomanno a erros do PT e do PSDB
Professor da Unicamp analisa queda-relâmpago do candidato do PRB, derrotado por Serra e Haddad em SP
07/10/12 - 19h39
Publicado Por: Rodrigo Garibaldi
Publicado Por: Rodrigo Garibaldi
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A
definição do segundo turno nas eleições para a prefeitura de São Paulo
entre os candidadtos José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) envolvem
num segundo plano a já anunciada queda livre de Celso Russomanno (PRB)
nos últimos momentos pré-eleitorais. Líder isolado nas pesquisas desde o
início do período eleitoral, Russomanno perdeu fôlego e é o virtual
terceiro colocado do pleito paulistano, com cerca de 21% dos votos
válidos.
A acentuada queda do candidato do PRB na reta final foi avaliada na Rádio Jovem Pan pelo especialista Roberto
Romano, professor de Ética e Filosofia da Unicamp. "Isto pode acontecer
naturalmente quando um político não tem sólida formação partidária. Acho
que foi exatamente isto que aconteceu com o Russomanno", cravou.
Segundo Romano, o domínio inicial de Russomanno nas pesquisas foi, em
parte, fruto de uma busca da população por quebrar a polarização
paulistana entre o PSDB de José Serra e o PT de Fernando Haddad. "Neste
ponto foi depositada muita esperança em Russomanno. Tanto o PT quanto o
PSDB cometeram muitos erros na eleição: Lula tirou um candidato de 'seu
bolso' (Haddad) e o PSDB apresentou diversos rachas internos."
Quanto ao quarto colocado Gabriel Chalita, do PMDB, Romano atribui o
fato de sua candidatura não ter decolado o suficiente ao "descanso do
PMDB em torno de sua própria força". "Ele era uma opção do 'novo', mas o
partido confiou demais em seu poder. Na verdade, o crescimento da
candidatura do Russomanno foi baseado no vácuo deixado pelos outros três
partidos - PSDB, PT e PMDB", concluiu.