Protestos e economia entre razões para queda
- Reprovação a Dilma é maior em segmentos de renda mais alta
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SÃO PAULO e BRASÍLIA - A hostilidade nas ruas em relação a partidos
políticos já se reflete em pesquisas de intenção de voto para a eleição
de 2014. Segundo o coordenador de Pesquisas do Instituto Datafolha,
Mauro Paulino, além da drástica queda na aprovação do governo Dilma e no
percentual dos que pretendem votar nela em 2014, chama atenção o
aumento no número de pessoas que dizem não ter preferência por nenhum
dos partidos e que não têm candidato a presidente.
— É uma crise generalizada. Há desconfiança geral em relação a políticos e partidos. Já havia expectativa ruim na economia. Agora, a crise provocada pelas manifestações nas ruas se aliou ao pessimismo econômico. A crise de representação atinge todo o Executivo — diz Paulino, acrescentando que as pesquisas divulgadas este fim de semana refletem momento de alta volatilidade; por isso, é preciso esperar pelas próximas para detectar efeitos mais duradouros.
Segundo Paulino, um terço dos que consideram o governo Dilma ótimo ou bom é formado por pessoas que dizem ter preferência pelo PT como partido. Mas essa preferência está em queda. Em relação à pesquisa feita em 6 e 7 de junho, caiu de 23% para 19% o índice dos que dizem preferir o PT. A preferência pelo PSDB subiu de 4% para 6% e pelo PMDB, de 5% para 7%. Mas subiu para 64% o índice dos que não preferem nenhuma sigla.
Queda em todas as classes
O governo Dilma perdeu popularidade em todas as classes sociais, mas o percentual de apoio segue maior entre os que ganham até dois salários mínimos por mês: 35%. Ainda assim, nessa faixa de renda a popularidade de Dilma despencou 25 pontos s em relação ao início do mês, de 60% para 35%. O índice de aprovação cai na medida em que a renda da população cresce. Entre os que têm renda acima de dez salários mínimos, ficou em 21%.
Para os cientistas políticos, é preciso esperar passar o efeito dos protestos para avaliar possíveis mudanças no cenário eleitoral. Eles lembram que o ex-presidente Lula teve a popularidade abalada pelo mensalão, mas se recuperou.
— A imagem de Dilma é descolada da imagem do PT, só que era previsível que fosse atingida. Mas a leitura dos dados vai depender do cenário econômico — ressalta o cientista político Fernando Azevedo, da UFSCar.
— Nenhum outro governo enfrentou uma multidão nas ruas que não foi dirigida por nenhum partido. É um acontecimento inédito — lembra Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia na Unicamp; para ele, a popularidade de Dilma pode voltar a crescer, mas isso dependerá da ação de sua base no Congresso, além de uma melhora no diálogo com sindicatos e movimentos sociais. — O PT descansou sobre as alianças e o governo Dilma piorou muito a situação, ao alargar tanto a base de apoio.
David Fleischer, da UnB, diz que Dilma foi atingida “por tabela” pelas manifestações:
— Embora por tabela, o povo está associando a presidente com os protestos, que levantaram o que o povo sente. Ele está descontente há meses com os preços nos supermercados.
— É uma crise generalizada. Há desconfiança geral em relação a políticos e partidos. Já havia expectativa ruim na economia. Agora, a crise provocada pelas manifestações nas ruas se aliou ao pessimismo econômico. A crise de representação atinge todo o Executivo — diz Paulino, acrescentando que as pesquisas divulgadas este fim de semana refletem momento de alta volatilidade; por isso, é preciso esperar pelas próximas para detectar efeitos mais duradouros.
Segundo Paulino, um terço dos que consideram o governo Dilma ótimo ou bom é formado por pessoas que dizem ter preferência pelo PT como partido. Mas essa preferência está em queda. Em relação à pesquisa feita em 6 e 7 de junho, caiu de 23% para 19% o índice dos que dizem preferir o PT. A preferência pelo PSDB subiu de 4% para 6% e pelo PMDB, de 5% para 7%. Mas subiu para 64% o índice dos que não preferem nenhuma sigla.
Queda em todas as classes
O governo Dilma perdeu popularidade em todas as classes sociais, mas o percentual de apoio segue maior entre os que ganham até dois salários mínimos por mês: 35%. Ainda assim, nessa faixa de renda a popularidade de Dilma despencou 25 pontos s em relação ao início do mês, de 60% para 35%. O índice de aprovação cai na medida em que a renda da população cresce. Entre os que têm renda acima de dez salários mínimos, ficou em 21%.
Para os cientistas políticos, é preciso esperar passar o efeito dos protestos para avaliar possíveis mudanças no cenário eleitoral. Eles lembram que o ex-presidente Lula teve a popularidade abalada pelo mensalão, mas se recuperou.
— A imagem de Dilma é descolada da imagem do PT, só que era previsível que fosse atingida. Mas a leitura dos dados vai depender do cenário econômico — ressalta o cientista político Fernando Azevedo, da UFSCar.
— Nenhum outro governo enfrentou uma multidão nas ruas que não foi dirigida por nenhum partido. É um acontecimento inédito — lembra Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia na Unicamp; para ele, a popularidade de Dilma pode voltar a crescer, mas isso dependerá da ação de sua base no Congresso, além de uma melhora no diálogo com sindicatos e movimentos sociais. — O PT descansou sobre as alianças e o governo Dilma piorou muito a situação, ao alargar tanto a base de apoio.
David Fleischer, da UnB, diz que Dilma foi atingida “por tabela” pelas manifestações:
— Embora por tabela, o povo está associando a presidente com os protestos, que levantaram o que o povo sente. Ele está descontente há meses com os preços nos supermercados.
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