"Quem é você, que não sabe o que diz...meu Deus do céu, que palpite infeliz, salve Estácio, Salgueiro e Mangueira, Oswaldo Cruz e matriz, que sempre souberam muito bem...".
Uma bola fora da excelente articulista, que ontem não estava nos seus melhores dias.
RRUma bola fora da excelente articulista, que ontem não estava nos seus melhores dias.
São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2009
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice ELIANE CANTANHÊDE Isolamento BRASÍLIA - Israel alegou autodefesa para atacar a densa faixa de Gaza, foi apoiado pelos EUA e condenado mundo afora pela "reação desproporcional". Com a morte de líderes do Hamas e de mais de 800 palestinos (mais de duas centenas de crianças), é hora de recuar. Em guerras, perdem-se vidas, armamentos, infraestrutura, bilhões de dólares e, muitas vezes, amor-próprio. Mas Israel está jogando fora algo mais: a sua imagem. Ao explodir uma escola da ONU, um caminhão de suprimentos da organização e provavelmente um abrigo para onde atraíra cem civis, Israel permite a suspeita de que não apenas combate um inimigo, mas perdeu o controle do próprio ódio. E mais: ao confrontar a ONU, confronta o mundo. Isola-se. Em entrevista ao "Guardian", jornal inglês, a alta-comissária de direitos humanos da ONU, Navi Pillay, defendeu que o Exército de Israel seja julgado por "crimes de guerra". A guerra acaba, mais cedo ou mais tarde, mas o julgamento, sobretudo moral, continua. É importante defender o direito de existir do Estado de Israel e não cabe a comparação ofensiva entre as ações israelenses de hoje e os massacres nazistas de ontem contra os judeus. Mas o fato é que o ódio de Israel faz nascer, ou crescer, em diferentes regiões, o ódio a Israel. São vários erros de cálculo do atual governo israelense: sair militarmente vitorioso, mas derrotado politicamente; fortalecido internamente para a eleição de fevereiro, mas enfraquecido internacionalmente. E a cúpula do radical e inconsequente Hamas sair aos frangalhos, mas aguando a semente de ódio das novas gerações e secando o poder moral e político da Autoridade Nacional Palestina. Toda guerra produz vítimas, mas esta deixa para a história montanhas de corpos infantis, de um lado, e exércitos infantis prontos a tudo, do outro. Todos perdem, ninguém ganha. E o grande vitorioso pode ser o principal derrotado. |