domingo, 6 de maio de 2012
Na Europa
Se duas eleições não se fazem uma primavera... Por Joana Lopes, Blog Entre as brumas da memória
… as que terão lugar amanhã, na Grécia e em França, inscreverão
certamente o dia 6 de Maio de 2012 como um marco no percurso próximo da
Europa. Em The Guardian,
diz-se que pode tratar-se do primeiro dia de uma «Primavera europeia», o
que, apesar de tudo, me parece talvez um pouco exagerado.
Tudo leva a crer que Hollande baterá Sarkozy (mas, até ao lavar dos
cestos…). Embora o meu entusiasmo pelo provável vencedor seja mais do
que mitigado, a saída de Sarkozy será um enorme alívio para a França e
para a Europa e, nesta segunda volta, nem se põe a questão de voto útil
ou inútil, mas sim de voto inevitável. Outra questão será o dia seguinte
e as promessas que ficarão por cumprir, mas isso faz parte de muitas
regras de vários jogos.
Interessa-me mais a Grécia. Pela incerteza quanto aos resultados, pelo
que está em jogo para um povo martirizado e pela novidade trazida pela
ascensão garantida das forças fora do centro – para o bem e para o mal.
Diz-se, no artigo acima referido, que é todo o sistema do poder que
está à beira de um ataque de nervos, mas que, apesar dos perigos vindos
da extrema-direita, a queda das elites gregas marcará o início de uma
nova fase que poderá levar a um «fim catártico» da tragédia grega.
Extremamente significativo é certamente o facto de três partidos
anti-austeritários – Syriza, Comunista e Esquerda Democrática – somarem
cerca de 40% das intenções de voto, embora com posições diferenciadas em
relação à União Europeia e à eventual participação num futuro governo.
Uma coisa é garantida: não poderão ser ignorados.
Será?