segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

O direito de defesa é sagrado. Mas ele não impede de pensar. De minha parte, acho sintomático que a família inteira de quem provocou a morte da criança estivesse "em choque". No meu entender, em choque ficou a mãe e a família da vítima. E fugir de helicóptero não é, por certo, situação de pessoas chocadas. Falta de piedade me parece o mais certo para definir quem faz do próximo apenas um empecilho para a sua vida. Prestar socorro é o princípio da retidão. Esperemos o andamento da justiça. Agora, também estranho que "por curiosidade"apenas a ignição do veículo tenha se deslanchado. Mais provável é que o adolescente estivesse usando ojet ski. Como boa parte dos filhos de classe média, que usam o carro do pai ou da mãe, fazem barbaridades (inclusive matam) e depois recebem o "tratamento rigoroso"reservado à sua classe e gente. Esperemos, mas não abro mão de pensar.

20/02/2012 - 19h18

'Foi uma fatalidade', diz advogado de garoto que dirigia o jet ski


MARINA GAMA

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
 
O advogado do adolescente suspeito de dirigir o jet ski que matou uma menina de 3 anos no último sábado (18), em Bertioga (103 km de SP), lamentou o acidente e disse ter sido "uma fatalidade". 

 
O garoto irá se apresentar com os pais na próxima quinta-feira (23) na delegacia de Bertioga, às 16h, para ser ouvido. 

De acordo com o advogado, Maurimar Bosco Chiasso, o adolescente de 14 anos estava com um colega da mesma idade na praia, próximo a casa do padrinho onde passava o feriado, quando, "por curiosidade", decidiu ligar o jet ski. 

"Ao acionar o jet ski ele caiu e o jet ski se projetou, indo embora para praia, pegando a menininha", disse o advogado. 

Questionado sobre o motivo pelo qual o garoto e sua família não prestaram socorro à vítima, Chiasso afirmou que todos ficaram em choque. 

"[O menino] voltou pra casa correndo procurando uma orientação. A mãe entrou em choque, tentou localizar o marido, que estava em Mogi da Cruzes, e saíram correndo na tentativa de tomar alguma medida para reparar alguma coisa", disse. 

Ainda de acordo com o advogado, o garoto está recolhido em uma clínica de repouso em Mogi das Cruzes, onde a família mora, acompanhado de uma psicóloga porque está muito abalado. 

ACIDENTE
 
Grazielly Almeida Lames, 3, brincava na areia com a mãe na praia de Guaratuba quando foi atingida na cabeça por um jet ski em alta velocidade, segundo a polícia. Testemunhas relataram que um adolescente dirigia o jet ski. 

O socorro teria demorado cerca de 40 minutos. A menina foi levada para o hospital municipal pelo Águia da PM, mas não resistiu. 

Ainda de acordo com a polícia, o adolescente que conduzia o jet ski abandonou o veículo e fugiu.
A família da menina mora na cidade de Artur Nogueira (145 km de SP) e passava o Carnaval no litoral. 

Na manhã desta segunda, Grazielly foi enterrada no cemitério municipal de Artur Nogueira. 

Em nota, a Capitania dos Portos de São Paulo informou que foi aberto um inquérito administrativo para investigar as responsabilidades.