Após críticas, Bahia cancela edital que daria pontos a militantes partidários e sindicais
Carlos Madeiro
Do UOL, em Maceió
Atualizada 23/02/2012 - 15h54
A
Secult-BA (Secretaria de Cultura do Estado da Bahia) cancelou o edital
para contratação de nove representantes territoriais de cultura na tarde
desta quinta (23). A seleção gerou polêmica porque a comprovação de
anos de “experiência sindical e partidária” poderia acrescentar até dez
pontos aos candidatos.
A crítica de especialistas em concursos públicos sugere que esse item
poderia favorecer militantes do PT (Partido dos Trabalhadores), que
governa o Estado.
Procurada pelo UOL,
a Secretaria disse apenas que o edital foi cancelado, que os itens
previstos serão revistos e que não há prazo para publicação de um novo
documento. Apesar de questionado, o órgão não comentou sobre os motivos
que levaram à inclusão dos itens na seleção, nem informou de que forma a
experiência sindical ou partidária ajudaria no exercício de um cargo na
área cultural.
Tempo no sindicato valeria mais que faculdade
As inscrições deveriam ser iniciadas hoje para o certame. Os técnicos
permaceriam na função até dezembro, com salário mensal de R$ 1.980. O
edital que gerou confusão foi publicado no início do mês e previa que um
candidato ganhasse até 10 pontos pela atuação em sindicatos, partidos e
organizações da sociedade civil. Para conseguir a pontuação, seria
preciso provar que atuou por quatro anos --são 2,5 pontos por ano.
Pelos critérios do edital, o ano de atuação sindical ou política valeria
mais que as atividades artísticas (atividade-fim da função), que prevê
apenas dois pontos a cada 12 meses de participação.
De
acordo com o edital, uma pessoa que tenha feito graduação na área teria
sete pontos na análise de currículo – três a menos que a atuação em
sindicatos ou partidos. Já uma pós-graduação na área vale os mesmos dez
pontos da atuação política. Já outras pós-graduações valeriam apenas
sete pontos.