quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Sobre o post, no qual um autor aproxima homens e formigas. Espaço democrático é para debates. E vamos... Há o livro de Elisabeth de Fontenay (Le silences des bêtes), obra prima de confronto entre os "nossos direitos absolutos à natureza"e o mundo animal. A autora mostra o quanto somos impiedosos para com os nossos irmãos de existência no planeta. Eu diria, no entanto, que agimos como bestas feras mesmo quando refinados pela assim dita "cultura". Ou seja, agimos como os mais ameaçadores dentre os bichos. Graças à razão, inventamos leis que nos protegem uns dos outros. E viva a lei humana, jamais a natural.

Na verdade o autor professa uma sociobiologia arcaica que nem Edward Wilson concordaria. Wilson era mais culto. Primeiro: não sou anti animal, mas penso que o sinal de igualdade entre nós e os animais, no caso desse texto, é somente para propor uma eugenia aos velhos.
Segundo: biólogos como Bárbara Smuts (que estudou babuínos na Tanzânia mais de 20 anos) aproximam o animal do humano em sua dimensão de solidariedade. Sim, os babuínos são solidários, não matam os mais velhos, cuidam deles. Um bom livro também é de Franz de Waall, A era da empatia. 

Terceiro: faz bem conhecer o livro de Jhon Coetzee, A vida dos animais, para não nos alienarmos na ideia homem é igual a formiga. 

Quarto: não sei, mas é para se perguntar se todas as espécies de formigas são iguais. 

Quinto: este texto é bem primário. Pega Wilson como argumento de autoridade e é só. Simples assim. Mas o mundo em que está discussão se dá é bem mais rico. Nota zero. 

Marta Bellini