segunda-feira, 3 de junho de 2013
E o Braziu...
As gestões (merecem aspas, mas me recuso a usá-las) dos diferentes governos atacam com bônus, na velha conhecida rota do é dando que se recebe. Dando bônus e não aumento de salários, quer se privilegiar o indivíduo acima do sistema, do coletivo. Aqui entramos em um terreno difícil que é o debate coletivo versus indivíduo. Todavia, para os governos nem é essa discussão (de cunho filosófico, sociológico, psicológico) que que está em cena. Ao dar bônus vai ao estímulo das mercadorias, nem é do sujeito. Qual a mercadoria/sujeito que trabalhará mais, será mais eficiente, renderá mais? No RJ a polícia ganha bônus e o governo diz que isso melhorou sua eficiência. Que eficiência? Mais prisões, mais vigilância. Até quando? Quando tiver mais bônus.
A falácia é
tão evidente que, na matéria abaixo, a Falconi, uma consultoria de
resultados que presta serviço a órgãos públicos, diz que "a estratégia é
premiar toda a equipe envolvida em um projeto e não individualizar o
cumprimento das metas". O bônus aos indivíduos continua, mas o elogio é
ao coletivo.
Isso ocorre na saúde. Médico com bônus é melhor médico? Como? Atendendo mais pacientes? Onde?
O SUS como
mostra a matéria foi completamente terceirizado. A política pública de
saúde é privada. FHC inveja o PT. Começou e o PT ex-terminou.
Enfim, joga-se
com o indivíduo, com as supostas liberdades dos indivíduos, mas dentro
de um Estado corrupto, inepto por um lado e pelo outro com uma concepção
de sujeito descolado do mundo social, mas colado na ideia de
mercadoria. Quem compra esse indivíduo só pode dar os bônus. Salários,
aposentadoria integral são coisas ineficientes. Para os bonistas.