terça-feira, 11 de maio de 2010

De Rerum Natura...

terça-feira, 11 de Maio de 2010

Futebol, Fado, Fátima: Ainda os Três F


Texto recebido de Augusto Küttner de Magalhães:


Será porventura assim tão fora de propósito, hoje, lembrar estes três F que foram tão defendidos nos tempos de Salazar e Caetano e tão atacados depois deles? Não terá havido exageros em ambas as alturas? E não haverá neste momento alguma confusão que permita estar, talvez, a sentir-se que os três F voltaram?

Seria interessante hoje pensarmos um pouco no tanto que temos ouvido falar em Futebol, em Fátima e na nova onda de Fado! Sem esta a pretender de modo algum fazer juízos de valor, seria curioso friamente analisarmos o tempo que no domingo 9 de Maio de 2010 as nossas televisões – todas!!!- utilizaram a mostrar futebol, e uns grandes ajuntamentos de pessoas em função do Futebol. E quase o mesmo se passou no domingo anterior, e no domingo antes do anterior, para já não falar no que se relaciona com os futebóis na África do Sul, agora próximos. Muito futebol? Demasiado futebol? Ou não?

E Fátima, não tem sido também tão falada, e tudo o que se relaciona com Fátima, com quem lá vai estar e com quem já lá esteve?

E o novo Fado, e as novas fadistas que recordam as antigas, e a saudade e a angústia que continua a ser passada pelo Fado?

Talvez devêssemos ver estes três F com alguma distanciação, e não nos deixarmos influenciar pelo que qualquer um deles nos possa dizer. Podemos gostar muito de Futebol e pensarmos ser mais do que normal o relevo que ao mesmo está a ser dado, ou não. Também é possível o mesmo com Fátima e com o Fado. Podemos ser católicos, 86% dos nossos concidadãos o são e acharmos perfeito que assim hoje se fala de Fátima, bem como podemos estar nos outros 14% e obstinadamente ou não, pendermos para o inverso. E podemos gostar ou não de Fado.

Todos terão o direito de gostar dos três F, mas talvez sem tanto obsessão. Não poderemos pensar que os nossos meios de Comunicação Social dão um relevo desmesurado a estes temas? Não estarão eles a dar uma excessiva evidência a estes temas tão portugueses?

De facto, parece haver nestes últimos tempos uma nova e intensa focagem nos três F! Será necessidade, será falta de alternativas, será o nosso fado? Talvez esses temas façam parte da nossa maneira de estar, ou pelo menos da maneira de estar da maioria de nós, mas será decerto conveniente pensarmos também noutros temas, os problemas reais que afectam o País, que exigem soluções a tempo.

Não estaremos focados em excesso em determinados temas laterais? Positivamente, todos incluindo os média, poderíamos evitar exageros…

Augusto Küttner de Magalhães