segunda-feira, 10 de maio de 2010

No Zero Hora o problema de Dilma, e a possível solução!

Dilma enfrenta divisões no comando da campanha

Equipe tem sofrido críticas dos próprios petistas

O comando da campanha de Dilma Rousseff à Presidência enfrenta disputas de poder e "fogo amigo" do PT. Subdividida em várias "repartições", que ocupam três casas e um andar de hotel, a equipe tem sofrido críticas dos próprios petistas por ruídos de comunicação da pré-candidata em público e na internet. Na prática, o problema é político.

Na primeira eleição disputada pelo PT sem o nome de Luiz Inácio Lula da Silva na chapa presidencial, a distribuição de tarefas obedece a comandos que nem sempre falam a mesma língua. O coordenador-geral da campanha é o presidente do PT, José Eduardo Dutra, que representa o partido na difícil negociação dos palanques com o PMDB e demais aliados. Há outros dois caciques no núcleo político: o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, e o deputado Antônio Palocci (PT-SP).

Pimentel fala em nome de Dilma e Palocci é o homem de Lula. A corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, quer fortalecer Dutra em relação a Pimentel - que, apesar de ser da mesma ala, abriu dissidência no grupo. Ex-ministro da Fazenda, Palocci cuida mais, por enquanto, da aproximação de Dilma com os empresários.

Deputados do PT que sempre participaram das maratonas de Lula também ficaram "sem teto". Alguns não conseguiram vaga na equipe porque estão marcados pelo escândalo do mensalão, de 2005. Outros não foram chamados sob o argumento de que o staff já tinha gente demais. Nos bastidores, todos se sentem excluídos e se queixam de "bagunça" no time.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Geral | 08/05/2010 | 18h55min

Pecuarista usa o som do violino para atrair búfalos no Vale do Rio Pardo

Apaixonado por instrumentos musicais e pelos animais que cria, Trierweiler descobriu uma curiosa forma de unir as duas paixões

Letícia Mendes | leticia.mendes@zerohora.com.br

Quando o delicado arco encontra as cordas do violino e faz emergir as primeiras notas, ao longe o rebanho ergue a cabeça, fareja o som e começa a deixar o pasto de lado. No Sítio dos Búfalos, como em uma marcha ensaiada, um a um e enfileirados, os animais buscam o som da melodia e se aproximam do músico.

É em General Câmara, no Vale do Rio Pardo, que vive um homem capaz de encantar com acordes delicados esses animais de aparência feroz. Façanha intrigante que garantiu ao pecuarista Antônio Carlos Trierweiler, 47 anos, a alcunha de encantador de búfalos.

Quando as primeiras notas alcançam o rebanho, Trierweiler une duas paixões: os búfalos e a música. Assim como fazem atualmente os seus animais, Trierweiler seguiu o som das melodias por toda sua vida. Ao contrário dos búfalos, que só se inspiram com a canção Amazing Grace, famosa na voz de Elvis Presley, o veterinário, também formado em Direito, aventurou-se em diversos estilos e instrumentos musicais.

A mãe adorava música clássica e, quando adolescente, aos 14 anos, o pecuarista teve aulas de violão clássico e piano. Um acidente com uma porta de vidro, sofrido dois anos antes, castigou os tendões da mão direita. Quando começou a evoluir nas partituras, o piano se tornou um sofrimento.

–Toda vez que tentava tocar sentia muita dor. Sem ter como evoluir no piano, desisti – relembra Trierweiler.

As aulas de violão resistiram por mais tempo, mas ele precisou escolher entre a música e a universidade. Para tocar o instrumento, era preciso deixar as unhas da mão direita compridas. Luxo que o jovem estudante de veterinária não poderia se dar. Pela dor e pela faculdade, deixou a arte de lado.

O reencontro com a música

Assim como a música, a curiosidade pelos búfalos surgiu na adolescência. Morador de Porto Alegre, ele via os animais quando visitava a fazenda do avô, em General Câmara, onde um vizinho estava entre os grandes criadores da raça na região. Com o curso de veterinária, o interesse pelos búfalos aumentou, e a música era um dom apagado. Já formado, mudou-se para a fazenda e iniciou seu rebanho, no início dos anos 1980. Se dedicou tanto que atualmente é um especialista e faz palestras sobre os animais. Foi apenas duas décadas depois, em 2000, que o reencontro com os instrumentos musicais aconteceu.

Aos 37 anos, o criador descobriu que podia conduzir o arco com a mão direita, sem desconforto, e começou a tocar violino. Dedicado, logo entrou para a Orquestra de Concertos de Lajeado e a Orquestra Jovem Unisc, em Santa Cruz do Sul. Durante um ensaio, na varanda de casa, viu os animais reagirem à música pela primeira vez:

– Quando toquei Amazing Grace os animais pararam de pastar e começaram a me seguir.

Um animal especial

Intrigado, o músico começou a fazer testes em horários e locais diferentes. Não importava o momento, os animais sempre deixavam o pasto e começavam a segui-lo. Desde então, todas as vezes em que quer mostrá-los para alguém só é necessário tocar a música e os grandalhões de pelagem negra surgem em passos lentos. A façanha dispensou o uso de cavalos no trabalho. Para trocá-los de potreiro, basta assumir o papel de músico que o rebanho o segue.

Um dos animais, de tão manso que se tornou, ganhou regalias do dono. Os búfalos criados na fazenda – cem cabeças atualmente – são vendidos para o abate. O de número 16 foi poupado. O coração falou mais alto:

– Me apeguei a ele, preferi deixá-lo no campo, como touro.

Veja o momento em que o pecuarista atrai os animais com seu violino:

ZERO HORA