segunda-feira, 10 de maio de 2010
Paulo Roberto Alexandre, que assim escreve sobre minha mini entrevista ao jornal Zero Hora. Muito obrigado!
Prof. Dr. Roberto Romano:
Boa noite. Teclo de Po rto Alegre-RS, filósofo na formação(UFRGS),admirador do que chamo Filosofia do Cotidiano, e todas as suas relações(Política, Ética, Estética,Existencialismo,etc.).
Sou um simples filósofo, já lecionei, atualmente parado devido problemas de saúde, mas sempre lendo o que defino como textos, livros, artigos inteligentes.
Sua entrevista em Zero Hora Dominical(09/05/2010) com o título " O Brasil é uma falsa Federação" é uma perfeita análise da Política que chamamos de Democracia em nosso país.
Bem, já salvei nos meus favoritos o seu blog(site). Prometo ler os artigos brevemente, pois fazendo uma leitura rápida me parecem de alta qualidade filosófica, e posteriormente peço permissão para fazer perguntas, pois com certeza terei várias dúvidas.
Quanto a entrevista para o Jornal Zero Hora tenho perguntas, ten ho algumas ideias, que as vezes geram mais dúvidas...
Em primeiro lugar questiono o nosso conceito, ou definição de Democracia. Afinal, vivemos num Estado Democrático? Parto para esta conclusão de suas próprias palavras: " Os Estados têm muito pouca autonomia", "vivemos ainda com traços do Império", e que " há corrupção devidos aos vários intermediários existentes quando é necessário buscarmos recursos para os Estados".
Peço desculpas pela minha ignorância, mas vivemos numa Democracia?
Utilizando um pouco o Pensamento de Denis Diderot acredito que " A Política é a arte de eliminar as desigualdades sociais", e isso lamentavelmente desde que me conheço como cidadão não enxergo na prática em nosso Brasil, portanto, impossível afirmar que vivemos numa Democracia.
O que tenho visto desde pequeno(tipo 13/14 anos) é o uso de uma Política no Brasil de exploração social, pois o conceito de Democracia para mim exige tomada de ações, boa vontade, e direcionamento de soluções para todos. Evidentemente que o conceito de Democracia é muito mais amplo, mas como um "amante" da Filosofia do Cotidiano aqui apenas direciono para a busca do fim das desigualdades sociais.
Tenho 48 anos. Não vejo na prática Política Brasileira a Democracia Verdadeira. Ao contrário, concordo plenamente com você ao dizer que ainda vivemos com traços do Império. Todas as nossas ações Políticas não são naturais respeitando o conceito de Democracia, mas sim uma manipulação psicológica e física do cidadão (a grande maioria da população vive sob pressão dos MEDOS - Religiosos, Econômicos, Políticos, Morais (O Povo precisa ser correto, mas aos Políticos,e Governantes é permitido tudo)). Com certeza poucos vivem num Estado Democrático no Brasil (isso é, a sensação de Respeito, Consideração, Preservação da Vida, Liberdade, etc. só a minoria usufrui), pois explorar a dor da maioria é uma das melhores maneiras de se manter o Poder Político.
Sem uma Educação que realmente forme cidadãos desde o primário, chegando nas faculdades como formadores de opiniões e transformadores sociais é impossível acreditar numa Democracia Real e Verdadeira.
O "traços de Império" existentes no Brasil é um ciclo vicioso e doentio.
Não temos Educação. Não temos cidadãos conscientes. Não temos Homens Políticos com capacidade de exercer a Arte da Política.
Isso só gera este "traço de Império".
Como cidadão estou enojado, cansado de não enxergar uma possibilidade de mudança em nosso Brasil para uma Política mais Justa, Igual para todos, Limp a.
Como filósofo apenas fico a me corroer dentro do meu ser, pois cada dia que passa vejo que a maldade humana é ainda a grande culpada das desigualdades sociais, ainda mais num país sem cidadãos conscientes.
Não sei como me definir. Otimista? Pessimista? Materialista? Racionalista? Juro que não sei.
Apenas não vejo uma Luz que permita que o conceito de Democracia entre em exercício em nossa Política.
Prof. Dr. Roberto Romano parabéns pela entrevista ao jornal Zero Hora. Espero que quem a leia tenha a capacidade não apenas de entender, mas de refletir a nossa condição de brasileiro.
Muito obrigado pela sua atenção.
Um grande abraço.
Paulo Roberto Alexandre