Confirmada concessão dos aeroportos do Galeão e de Confins
Operação deve gerar investimentos de R$ 11,4 bilhões, que serão investidos pelo governo no setor aéreo regional
20 de dezembro de 2012 | 11h 03
João Villaverde e Ricardo Brito, da Agência Estado
BRASÍLIA - O governo anunciou na manhã desta
quinta-feira, 20, um pacote de investimentos para os aeroportos. A
expectativa é que a concessão dos aeroportos de Galeão, no Rio de
Janeiro, e de Confins, em Minas Gerais - confirmada na cerimônia oficial
de hoje -, gere um investimento de R$ 11,4 bilhões. Com os recursos, o
governo pretende estimular fortemente companhias aéreas regionais, de
forma a tornar mais competitivo o mercado nacional. O edital deve ser
lançado em agosto do ano que vem e a licitação será realizada no fim do
segundo semestre.
VEJA TAMBÉM
"Esse pacote de concessões tem o objetivo de melhorar a qualidade da
infraestrutura aeroportuária e ampliar a oferta de transporte aéreo para
a população", disse o ministro Wagner Bittencourt, da Secretaria de
Aviação Civil (SAC).
O aeroporto do Galeão deve receber investimentos de R$ 6,6 bilhões, e
outros R$ 4,8 bilhões serão aplicados no terminal de Confins. O governo
vai exigir que os participantes do leilão, no ano que vem, tenham
experiência com terminais que movimentam no mínimo 35 milhões de
passageiros por ano.
"São pouco mais de 30 operadores de grandes aeroportos no mundo com tal
experiência, os leilões serão competitivos", disse Bittencourt. "Não é
um corte muito pequeno e inclui todos os que participaram do primeiro
leilão", afirmou, confirmando que as controladoras dos três aeroportos
concedidos no início do ano - Guarulhos (SP), Viracopos-Campinas (SP) e
Brasília (DF) - não poderão concorrer no leilão de Galeão e Confins.
Ele disse que a experiência das concessões já realizadas "foi
vitoriosa". "A relação da Infraero com os concessionários que estão nos
aeroportos é muito boa, não existe nenhum problema", afirmou.
Aeroportos regionais
Os aeroportos regionais receberão R$ 7,3 bilhões do governo. Haverá
ainda uma parceria com o Banco do Brasil (BB) para viabilizar os
projetos. "Esse modelo foi formulado para dar mais agilidade a esses
investimentos", disse Bittencourt. Para o ministro, todos esses
investimentos, públicos e privados, devem ser feitos rapidamente. "Até o
fim do ano que vem, queremos que todas as obras estejam a todo o
vapor", disse.
Pelo modelo, a Região Norte contará com o maior número de novos
aeroportos, 67, nos quais deverão ser investidos R$ 1,7 bilhão. O
Nordeste, por sua vez, terá o maior investimento em recursos, da ordem
de R$ 2,1 bilhões empregados em 64 aeroportos. A Região Sudeste contará
com 65 novos aeroportos regionais, nos quais serão empregados R$ 1,6
bilhão. Em São Paulo, serão construídos, pelo projeto, 19 deles. A
Região Sul contará com 43 aeroportos, com investimentos de R$ 1 bilhão, e
o Centro-Oeste, a menor quantidade de aeroportos e de recursos: 61
novos locais, com R$ 900 mil em recursos.
O ministro destacou que a preferência é por voos diretos entre os
novos aeroportos ou deles para as capitais. "Esse setor é cada vez mais
fundamental para a competitividade", afirmou Bittencourt.
O modelo da aviação regional, segundo o ministro, será dividido em
aeroportos pequenos, médios e grandes. Ele disse ainda que esse programa
de implantação e construção da aviação regional será de
responsabilidade do governo federal, o que liberará Estados e municípios
para cuidar de outros investimentos correlatos ao setor.