Instituto Humanitas, Unisinos.
Domingo, 16 de março de 2014
A banalidade das engrenagens da máquina nazista.
Entrevista especial com Saul Kirschbaum
“Eu não diria que ‘o nazismo legitimou a irracionalidade e a barbárie’,
mas sim que mostrou que, nestas circunstâncias, os homens parecem propensos a
abrir mão de sua condição de indivíduos, a afastar-se da realidade, a deixar de
pensar”, avalia o pesquisador.'
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A Maldade foi um dos grandes temas sobre os quais a filósofa Hannah Arendt se debruçou. Se
anteriormente o Mal era encarado, do ponto de vista religioso, como algo
demoníaco, capaz de corromper os homens e explorar suas fraquezas morais, a
partir do julgamento de Adolf Eichmann, no entanto, a pensadora passa a
refletir sobre o tipo de maldade que se estabeleceu durante o regime nazista.
Os atos eram monstruosos, mas para Arendt, aquele agente pequeno,
adoentado e, acima de tudo, superficial não transparecia o mal diabólico tão
alardeado.
“Se é assim, a barbárie não é um atributo exclusivo de ‘bárbaros’.
Pode perfeitamente irromper entre povos muito civilizados”, esclarece Saul Kirschbaum, pesquisador da
cultura hebraica. “Basta que ‘a raça eleita’ ou ‘a religião verdadeira’, ou
qualquer outra construção fundamentalista se sinta ameaçada”. É o que ocorreu
com o desmoronamento da Iugoslávia e, segundo Kirschbaum, o que
parece estar acontecendo na esteira da Primavera Árabe, “com as
tentativas de grupos fundamentalistas de obter o poder no Egito e na Síria,
para instalar estados de estrita e excludente observância religiosa”.
Em entrevista concedida por e-mail à IHU On-Line, o pesquisador
destaca a evolução do pensamento de Hannah Arendt que perpassa todas as
suas obras. Chama atenção também para o fato de que, mesmo hoje, 50 anos
depois, a filósofa ainda não foi totalmente compreendida. E destaca: “Não é
dizer, claro, que não houvesse, entre os nazistas, o mal demoníaco, monstruoso;
mas o que preocupa é que, para o funcionamento da máquina nazista, para a
irrupção da barbárie, bastam agentes comuns, simples funcionários de carreira”.
Saul Kirschbaum possui graduação em
Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS,
mestrado e doutorado em Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaica pela
Universidade de São Paulo – USP e pós-doutorado pela Unicamp. É autor de Viagens
de um caminhante solitário: Ética e estética na obra de Samuel Rawet (São
Paulo: Humanitas, 2011), Transliteração do Hebraico para Leitores
Brasileiros (São Paulo: Ateliê Editorial, 2009) e A presença judaica na
Idade Média Ibérica: a poesia laica e o idioma hebraico (São Paulo: Edições
Targumim, 2008). Foi também organizador de Dez Ensaios para Samuel Rawet
(Brasília: LGE Editora, 2007) e de Ensaios sobre literatura israelense
contemporânea (São Paulo: Humanitas, 2011).
A Programação de Páscoa do IHU deste ano
terá como fio condutor a problemática do mal na contemporaneidade. A
programação propõe uma abordagem transdisciplinar do tema, que toma em
consideração a manifestação e o engendramento do mal em contextos
sociopolíticos e culturais impulsionados pela racionalidade moderna e seus
impactos na organização política da sociedade desde o último século. A
inscrição para o evento pode ser feita aqui.
Nesta semana, nos dias 19 e 20, ou seja, quarta e quinta-feira, será
exibido o filme Hannah Arendt de Margarethe von Trotta. O filme
será comentado e debatido pelo Prof. Dr. Adriano Correia Silva - UFG.
Por sua vez, Abrão Slavutzky, psicanalista, proferirá duas conferências,
respectivamente às17h30min e às 19h30min, sob o título Humor e crueldade no
século XX e Crueldade e condição humana. Nos dias seguintes será
exibido e comentado o documentário Shoah de Claude Lanzmann.
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Confira a entrevista.
IHU On-Line - Por que a obra "Eichmann em Jerusalém. Um relato
sobre a banalidade do mal", de Hannah Arendt, foi tão criticada pela
comunidade judaica? Quais foram os principais pontos que causaram essa
repercussão negativa?
Saul Kirschbaum - Como a autora explicou no “Pós-escrito”, o livro se tornou foco
de controvérsia antes mesmo de sua publicação, dela vindo a participar “gente
que se gabava de não ter lido o livro e prometia não o ler nunca”. Foram
levantadas questões que, segundo Arendt, nada tinham a ver com o livro,
ou que distorciam seriamente seu pensamento.
Foram-lhe imputadas opiniões que nunca expressara. Martin Buber [1],
por exemplo, até então muito seu amigo, a acusou de não ter ahavat Israel,
amor pelo povo de Israel.
A primeira delas dizia respeito à conduta do povo judeu durante os anos
da Solução Final, ou seja, se os judeus podiam ou deviam ter se
defendido, e envolvia conceitos como “mentalidade de gueto” e um
“desejo de morte”, inconsciente, de todo o povo judeu. A autora lembra que
tinha “descartado essa questão como tola e cruel, porque atestava uma fatal
ignorância das condições da época”. Na verdade, ela se limitara a discutir o
papel da liderança judaica, dos Conselhos Judaicos, insistindo na
“diferença entre ajudar judeus a emigrar e ajudar os nazistas a deportá-los”.
Em 1972, Isaiah Trunk [2] publicou Judenrat - The Jewish Councils in
Eastern Europe under Nazi Occupation (Lincoln: University of Nebraska Press,
1996) [3], leitura indispensável para quem quer entender melhor esse
assunto.
Outra questão importante tinha a ver com o subtítulo do livro, o
conceito novo de “banalidade do mal”. Isto foi entendido pelos críticos
como uma tentativa de inocentar Eichmann, ou substancialmente reduzir
sua culpabilidade. Tenho a impressão de que, passadas cinco décadas, o que
Arendt quis expressar com “banalidade do mal” ainda não foi
plenamente entendido. A seu ver, Eichmann não tinha a mentalidade de um
criminoso, nunca teve a intenção de fazer o mal. Seu esforço para obter
progressos pessoais, típico de funcionários de carreira, “não era de forma
alguma criminoso; ele certamente nunca teria matado seu superior para ficar com
seu posto”. Ela atribuiu a predisposição de Eichmann “a se tornar um dos
grandes criminosos desta época” a “pura irreflexão”, não a “qualquer
profundidade diabólica ou demoníaca”.
Por fim, acho que importa pôr em evidência a crítica ao interesse da
autora em investigar o tipo de pessoa que era Eichmann, que envolve a questão, ainda
atual, de se “alguém que não estava presente tem o direito de ‘julgar’ o
passado”. Ou seja, que falar sobre o Holocausto seria privilégio dos
sobreviventes. Para alguns desses críticos, “não deviam ter deixado que ele [Eichmann]
falasse nada — ou seja, que o julgamento fosse conduzido sem defesa”.
IHU On-Line - Qual foi o impacto da afirmação de Arendt de que Eichmann
era um homem comum, um sujeito qualquer, um burocrata que se autoproclamava
cumpridor de ordens, e não um monstro, um psicopata que se comprazia com sua
tarefa de organizar a logística dos judeus para os campos de extermínio?
Saul Kirschbaum - Esta afirmação, a meu ver, vai de encontro a uma corrente de opinião
amplamente difundida, segundo a qual o nazismo foi o resultado da tomada do poder
na Alemanha por um bando de loucos assassinos, monstros psicopatas. Se o
nazismo foi operado por homens comuns, burocratas cumpridores de ordens, então
pode se pensar que não se tratou de um evento singular, uma interrupção anômala
do fluxo histórico — que no geral vai na direção do progresso —, mas de uma
possibilidade inerente à civilização ocidental, ou talvez à própria espécie
humana. A extensão dos crimes nazistas, então, seria resultado da maior
disponibilidade de meios técnicos de destruição em massa.
IHU On-Line - Em que medida o conceito de banalidade do mal arendtiano
ajuda na reflexão sobre a relação entre os totalitarismos, a burocracia e a
impessoalidade num mundo marcado pela técnica?
Saul Kirschbaum - A meu ver, esta é a grande contribuição de Hannah Arendt. Segundo ela, os
totalitarismos implementam “o governo de Ninguém”. Em suas palavras, “a
essência do governo totalitário, e talvez a natureza de toda burocracia, seja
transformar homens em funcionários e meras engrenagens, assim os
desumanizando”. Então, qualquer forma de totalitarismo, seja qual for a
ideologia que o alimenta, qualquer forma de fundamentalismo, de “posse da
verdade”, deve ser vista como potencialmente desumanizadora, tendente a
transformar homens em funcionários, meras engrenagens. Estas seriam as
condições necessárias e suficientes para a autoanulação do indivíduo e para a
irrupção do mal “banal”.
IHU On-Line - Em que aspectos a obra dessa filósofa nos alerta para a
irrupção da barbárie, que pode acontecer em qualquer lugar e entre quaisquer
povos?
Saul Kirschbaum - Em 1971, ao escrever O pensar, primeira parte de A Vida do
Espírito (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009), Hannah Arendt
lembrava que, assistindo ao julgamento de Eichmann, não tinha
confirmado “nossa tradição de pensamento — literário, teológico ou filosófico —
sobre o fenômeno do mal”. Ou seja, que o mal “é algo demoníaco”, que “os
homens maus agem por inveja”, ou “por fraqueza”, ou “pelo ódio
poderoso que a maldade sente pela pura bondade”, ou “pela cobiça”. Ao
contrário, observou que a “superficialidade do agente tornava impossível
retraçar o mal incontestável de seus atos, em suas raízes ou motivos, em
quaisquer níveis mais profundos. Os atos eram monstruosos, mas o agente — ao
menos aquele que estava agora em julgamento — era bastante comum, banal, e não
demoníaco ou monstruoso”. Se é assim, a barbárie não é um atributo exclusivo de
“bárbaros”. Pode perfeitamente irromper entre povos muito civilizados, basta
que “a raça eleita” ou “a religião verdadeira”, ou qualquer outra construção
fundamentalista se sinta ameaçada. O esclarecimento, o progresso da razão, não
é suficiente para impedir a irrupção do ódio interétnico ou interconfessional.
Não é dizer, claro, que não houvesse, entre os nazistas, o mal
demoníaco, monstruoso; mas o que preocupa é que, para o funcionamento da
máquina nazista, para a irrupção da barbárie, bastam agentes comuns, simples
funcionários de carreira.
IHU On-Line - Que nexos podem ser estabelecidos entre a irrupção do mal
na Shoá e a importância da categoria cristã da memória? Isto é, da importância
em se lembrar o que houve para que uma segunda injustiça não seja imputada às
vítimas?
Saul Kirschbaum - A importância dessa questão não passou despercebida para Hannah
Arendt. No “pós-escrito”, buscando analisar o sentido do julgamento de Eichmann,
ela manifesta sua opinião de que o julgamento devia acontecer no interesse da
justiça e nada mais. E lembra que ficou “contente ao ver que a sentença citava Grotius
[4], que explica [...] que a punição é necessária ‘para defender a honra ou
a autoridade daquele que foi afetado pelo crime, de forma a impedir que a falta
de punição possa causar sua desonra’”. A indiferença, que acompanha a
desumanização dos indivíduos, sua transformação em funcionários, em meras
engrenagens, conduz à impunidade dos agressores, a qual imputa às vítimas uma
segunda injustiça — a presunção de sua culpabilidade.
Essa postura se manifesta claramente no comentário de Jean Améry [5] em Além do crime e
castigo - tentativas de superação (Rio de Janeiro: Contraponto, 2013): “Nem
o grito de ‘rebenta!’, nem as suspeitas que se comentavam pela rua, ou seja,
que os judeus deviam ter cometido algo grave, pois em caso contrário não seriam
tratados tão severamente, eram alucinações histéricas. ‘Se estão sendo detidos
é porque algo devem ter tramado’, conjecturou em Viena uma operária
social-democrata.”
IHU On-Line - Em que sentido a Shoá e a peculiaridade que o mal assumiu
nesse episódio são emblemáticas para compreendermos a política do nosso tempo?
Saul Kirschbaum - Voltando ao julgamento de Eichmann, a autora sugeriu que a
peculiaridade do episódio nazista não é o genocídio, “pela simples razão de que
os massacres de povos inteiros não são sem precedentes”. O tipo de crime de que
se tratava poderia ser melhor descrito pela expressão “massacre
administrativo”, que “tem a virtude de dissipar a suposição de que tais atos só
podem ser cometidos contra nações estrangeiras ou de raça diferente”. Assim,
“esse tipo de morte pode ser dirigido contra qualquer grupo determinado, isto é,
que o princípio de seleção é dependente apenas de fatores circunstanciais”. E
alerta para uma potencialidade que já vem sendo explorada em obras de ficção
científica: “na economia automatizada de um futuro não muito distante, os
homens podem tentar exterminar todos aqueles cujo quociente de inteligência
esteja abaixo de determinado nível”.
Uma das características, portanto, da política moderna é a permanente
possibilidade de que um grupo, motivado por alguma ideologia racial ou
religiosa ou social, possa tomar conta do aparelho do Estado e mobilizar a
população para o imperativo de promover a “limpeza” étnica ou religiosa ou
social.
IHU On-Line - A partir dessa constatação, em que aspectos o nazismo
legitimou a irracionalidade e a barbárie?
Saul Kirschbaum - Para os nazistas, os judeus impediam a “legítima” e necessária ascensão
do povo alemão, e por isso mereciam ser exterminados. Eu não diria que “o
nazismo legitimou a irracionalidade e a barbárie”, mas sim que mostrou que,
nestas circunstâncias, os homens parecem propensos a abrir mão de sua condição
de indivíduos, a afastar-se da realidade, a deixar de pensar. Há um líder, ou
partido, ou centro religioso, que pensa por eles. E assim nem percebem que
estão participando ativamente na irrupção da irracionalidade e da barbárie. É o
que aconteceu no desmoronamento da Iugoslávia e o que parece estar
acontecendo na esteira da “primavera árabe”, com as tentativas
de grupos fundamentalistas de obter o poder no Egito e na Síria,
para instalar estados de estrita e excludente observância religiosa.
IHU On-Line - Em outra entrevista à IHU On-Line, o senhor menciona que
persiste na Europa o ódio ao Outro, ao Estrangeiro, àqueles que tiram as vagas
de trabalho dos cidadãos “autênticos”. Qual é o limite para que esse ódio se
converta numa expressão objetiva do mal?
Saul Kirschbaum - A presença do estrangeiro, do imigrante — especialmente se for “ilegal”
— sempre pode ser mobilizada, na forma de ódio ao Outro, como fator de
consolidação da unidade da nação, ou como argumento para justificar
dificuldades econômicas. Isto aconteceu na Espanha do século XV e
na Alemanha da primeira metade do século XX, para citar apenas dois
exemplos em que os judeus estiveram na posição de “outro”.
Manifestações de xenofobia continuam a ocorrer nos principais estados
europeus. Se as circunstâncias econômicas forem favoráveis (ou seja,
negativas), o ódio ao Outro pode converter-se em expressão objetiva do mal,
seja na forma de “massacres administrativos”, seja na forma de rejeição de
refugiados que tentam entrar ilegalmente no país, o que frequentemente tem dado
origem a desastres com imensas perdas de vidas.
IHU On-Line - Nessa lógica, como analisa a questão dos refugiados e do
conflito persistente entre Israel e Palestina?
Saul Kirschbaum - Aparentemente, o conflito persistente entre Israel e
Palestina não pode ser resolvido, a curto prazo, de forma satisfatória para
os dois lados. Questões como o destino dos refugiados palestinos e a
sobrevivência de Israel como estado seguro, dentro de fronteiras
reconhecidas, indicam que ambos terão de fazer concessões dolorosas para que a
paz possa ser construída, e eu não me sinto capaz de oferecer qualquer sugestão
de solução que já não tenha sido exaustivamente considerada. Mas devemos ter
presente que os fundamentalistas de parte a parte ocupam-se em dificultar ainda
mais esse difícil processo. Enquanto uns se opõem à criação de um estado
palestino por conta do “direito histórico dos judeus a todo o território da
Grande Israel”, e argumentos similares, outros afirmam que a paz no Oriente
Médio só poderá ser construída com a extirpação do Estado de Israel e a
expulsão de todos os judeus.
IHU On-Line - Gostaria de acrescentar algum aspecto não questionado?
Saul Kirschbaum - Sim, gostaria de aproveitar a oportunidade para encerrar esta
entrevista com um comentário de Zygmunt Bauman [6] em Modernidade e
Holocausto (Rio de Janeiro: Zahar, 1998), escrito em 1989.
Não é o
Holocausto que achamos difícil de entender em toda a sua monstruosidade. É a
nossa Civilização Ocidental que o Holocausto tornou quase incompreensível
[grifo no original] [...] Se Hilberg tem razão ao afirmar que nossas
instituições sociais mais decisivas nos escapam ao controle prático e ao
alcance mental, então não são apenas os acadêmicos profissionais que devem se
preocupar. Verdade, o Holocausto aconteceu há quase meio século. Verdade, seus
resultados imediatos estão ficando rapidamente para trás. A geração que viveu
essa experiência direta praticamente já desapareceu. Mas — e este é um terrível
e sinistro “mas” — aqueles aspectos de nossa civilização outrora familiares e
que o Holocausto tornou de novo misteriosos ainda fazem bem parte de nossa
vida. Não foram eliminados. Também não o foi, portanto, a possibilidade do
Holocausto. (BAUMAN, 1989, p. 107).
Por Márcia Junges e Andriolli Costa
Notas
[1] Martin Buber (1878-1965): filósofo vienense de origem judaica, foi o
primeiro professor de uma cátedra de Judaísmo na Universidade de Frankfurt.
Com a ascensão do nazismo, abandonou a cátedra e mudou-se para Jerusalém, onde
passou a lecionar como professor da Universidade Hebraica. A obra de Buber
centra-se na afirmação das relações interpessoais e comunitárias da condição
humana. (Nota da IHU On-Line)
[2] Isaiah Trunk (1905-1981): historiador polonês, reconhecido como um dos
maiores pesquisadores do extermínio judeu durante o regime nazista. Após fugir
para a União Soviética, Israel e Canadá, estabeleceu-se
nos Estados Unidos, onde se tornou chefe arquivista do Institute for Jewish
Research - YIVO, em Nova York. (Nota da IHU On-Line)
[3] Judenrat ou Judenräte: Conselho Judeu, em alemão. (Nota da IHU
On-Line)
[4] Hugo Grotius (1583-1645): jurista a serviço da República dos Países
Baixos. É considerado o precursor, junto com Francisco de Vitória,
do Direito internacional, baseando-se no Direito natural. Foi também
filósofo, dramaturgo, poeta e um grande nome da apologética cristã. (Nota da
IHU On-Line)
[5] Jean Améry (1912-1978): escritor e filósofo austríaco, pseudônimo de Hans
Mayer, trocado após o final da II Guerra Mundial. Recusou-se a
escrever em alemão por muitos anos. Mudou-se para a Bélgica para fugir dos
nazistas, e quando estes invadiram a cidade participou ativamente da
resistência. Foi capturado e mantido prisioneiro nos campos de concentração de Auschwitz,
Buchenwald e Bergen-Belsen, e liberado em 1945. De suas obras,
citamos Más allá de la culpa y la expiación. Tentativas de superación
de una víctima de la violencia (Valencia: Pre-Textos, 2004), At the
Mind’s Limits: Contemplations by a Survivor On Auschwitz and its Realities
(Bloomington: Indiana University Press, 1998) e a emblemática On Suicide
- A Discourse on Voluntary Death (Bloomington: Indiana University Press, 1999).
Améry cometeu suicídio em 1978. (Nota da IHU On-Line)
[6] Zygmunt Bauman (1925): sociólogo polonês, professor emérito nas Universidades
de Varsóvia, na Polônia e de Leeds, na Inglaterra.
Publicamos uma resenha do seu livro Amor Líquido (São Paulo: Jorge Zahar
Editores, 2004), na 113ª edição do IHU On-Line, de 30-08-2004,
disponível em http://bit.ly/ihuon113. Publicamos uma entrevista exclusiva com Bauman
na revista IHU On-Line edição 181, de 22-05-2006, disponível para
download em http://bit.ly/ihuon181. (Nota da IHU On-Line)
Para ler mais: