domingo, 15 de março de 2015

café filosófico cpfl | o poder dos palácios e a força das praças, com roberto romano

Café Filosófico CPFL | O poder dos palácios e a força das ...

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18 de out de 2013 - 18/10| sex | 19h. O poder dos palácios e a força das praças. ComRoberto Romano, filósofo, professor da Unicamp.

café filosófico cpfl | o poder dos palácios e a força das praças, com roberto romano

18/10| sex | 19h
o poder dos palácios e a força das praças
com roberto romano, filósofo, professor da unicamp
A máquina estatal ganhou, com os princípios democráticos, maior capacidade de auto-regeneração. mas, por outro lado, ela manteve e incrementou os elementos mecânicos (platônicos…)  do poder, com a burocracia. as massas apresentam suas reivindicações múltiplas, mas cujos elementos constantes entram no campo dos serviços que deveriam ser prestados pelos poderes: educação, saúde, segurança, cultura, emprego. entre o domínio dos escritórios e as movimentações das massas, os governantes agem como se a máquina estatal estivesse em plena forma. mas ela está avariada e é obsoleta na maior parte de seus integrantes. como sair dessa aporia entre poder maquinal e reivindicações democráticas?
roberto romano é filósofo, é doutor pela école des hautes études en sciences sociales de paris e professor titular da unicamp.
módulo: fragmentos da democracia – as “jornadas de junho” no brasil
“jornadas de junho”: a onda de manifestações populares no brasil precisava de um nome próprio, apropriado tanto às suas dimensões quanto aos seus estreitos limites temporais. maiores que os protestos dos “cara-pintadas” que provocaram a renúncia de fernando collor, em 1992, e comparáveis às manifestações públicas da campanha das diretas, em 1983-84, as “jornadas de junho” distinguiram-se pela ausência dos principais atores políticos institucionais – partidos e centrais sindicais – e pela capacidade de mobilização das redes sociais.
“não é pelos vinte centavos”, dizia uma faixa que se tornou célebre. o estopim foram passeatas convocadas pelo movimento passe livre contra aumentos nas passagens de ônibus e metrô, mas as manifestações só ganharam dimensões de massa após as primeiras violências policiais – e, então, as reivindicações já eram outras. saúde, educação, corrupção: palavras de ordem substanciais, porém genéricas, evidenciaram uma crise do sistema político e das instituições da democracia brasileira.
“hospitais padrão fifa”, gritaram os manifestantes que ocuparam as ruas após um longo ciclo de crescimento da economia, da renda e do consumo. a copa das confederações, ensaio geral da copa do mundo, figurou como detonador auxiliar das “jornadas de junho”, que se encerraram na hora do apito final. depois, como rescaldo, permaneceram nas ruas pequenos grupos organizados (e encapuzados), que revivem as táticas de “ação direta” empregadas na europa dos anos 1970 e 1980.
os enigmas estão por todos os lados. eles são tão numerosos quanto as narrativas concorrentes sobre o sentido, o significado e o futuro das manifestações que, como um raio no céu claro, introduziram a incerteza na paisagem degradada da vida política do país.
café filosófico cpfl
módulo:
  fragmentos da democracia – as “jornadas de junho” no brasil
curadoria:  demétrio magnoli
tema: o poder dos palácios e a força das praças
palestrante: roberto romano
data:
 18 de outubro de 2013
horário: 19h
local: instituto cpfl | cultura (rua jorge figueiredo corrêa, 1632, chácara primavera, campinas – sp)