Operação Lava Jato
Estou indignado com a corrupção, diz Lula em ato em defesa do governo
Do UOL, em São Paulo
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Nelson Antoine/Frame/Estadão ConteúdoEx-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante ato em favor do governo, em São Paulo
Em discurso nesta terça-feira (31) para sindicalistas e lideranças políticas de esquerda no Sindicato dos Bancários de São Paulo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a Petrobras, afirmando que os delatores da operação Lava Jato são "bandidos que passaram a virar heróis" para os partidos de oposição e que está "indignado" com a corrupção.
"Se tem um brasileiro indignado, este sou eu. Quero saber se alguém vai
ter coragem de dizer que esse moço esteve envolvido com corrupção. Mas
ele conquistou o direito de andar de cabeça erguida", disse Lula,
referindo-se ao ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, presente no
evento. "Já o bandido pega 40 anos, vai fazer delação premiada e vira
herói. Diz 'ouvi falar', 'eu acho que...' e nem precisa de juiz, a
imprensa já condenou."
"O que estão fazendo com a Petrobras, que tudo é bandalheira, se
esquecem de dizer uma coisa. A Petrobras é uma empresa de alta
governância, mas se teve corruptos lá dentro, não foi uma totalidade,
mas uma ou outra pessoa que deve pagar o preço por ter enganando o povo
brasileiro", disse.
Lula também discursou em defesa da presidente Dilma Rousseff, que vem
sendo alvo de uma onda pró-impeachment por parte de novos movimentos
políticos como o Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre.
"Esse país nunca teve ninguém com a coragem de Dilma para fazer
investigações onde quer que seja preciso. Fomos nós [os governos
petistas] que colocamos um representante do Ministério Público indicado
pela categoria, sem interferência do governo. Fomos nós que dobramos o
número de policiais federais, os investimentos em inteligência".
Recentemente acusado de dividir politicamente o país em seus discursos,
Lula disse que não pretendia fazer isso, mas que "os de baixo nunca
apareceram no discurso deles. Só queria que os pobres subissem um degrau
na escala social deste país".
De acordo com a direção do PT, o evento desta noite é "em defesa dos
direitos da classe trabalhadora, por mais democracia, pelo combate à
corrupção e em defesa da Petrobras". Além de São Paulo, outras cidades também estão realizando plenárias pró-governo nesta noite.
Rui Falcão
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, também defendeu Gabrielli.
"Ele levou a Petrobras a ser uma das maiores empresas do mundo e agora
está sendo injustamente perseguido", afirmou Falcão sobre Gabrielli, que
estava presente no ato. O presidente do partido atacou os opositores.
"Não queremos afirmar o projeto do PT ou do PC do B, mas o projeto de
desenvolvimento do nosso país".
"Eles [a oposição] querem criminalizar as doações legais. Para nós,
dizem que é propina; para eles, é contribuição", disse Falcão. As
doações de campanha ao PT nas últimas eleições estão sob suspeita nas
investigações da Lava Jato, devido à proximidade de datas entre pagamentos feitos pela estatal e contribuições eleitorais de empresas envolvidas no caso.