UMA PSEUDO ARTE DA TERRA DE
MAO ANIQUILA
A ARTE BRASILEIRA
J. R. Guedes de Oliveira*
Há alguns anos passados,
em pequeno artigo meu, falei do triste final de uma empresa de guarda-chuvas,
de Indaiatuba, SP, que fechou as suas portas ante aos importados chineses. Na
época, mais de uma centena de funcionários perderam o seu emprego e, seu
proprietário, se viu falido, literalmente falido.
Hoje, falo da pseudo arte
chinesa que invade o nosso mercado, destrói os nossos artistas e aniquila a
nossa alma. São inúmeros “bagulhos” que chegam ao nosso mercado, espalham pelas
nossas cidades e determinam que podem acabar com a arte brasileira.
Posso falar, porque vi e
senti em algumas cidades, como Poços de Caldas, Campos do Jordão e, nestes
dias, a cidade de Pedreira, invadida por louças, principalmente chinesas.
Pasmem: Pedreira era a “Meca” da louça (pratos, travessas, etc.).
É lamentável o que vem
ocorrendo em nosso país, já que não estão mais fazendo trabalhos artísticos. É
preferível comprar um quadro de estampa de “sei lá de onde”, mas nunca de um
artista brasileiro. Pratos desenhados, em série, são artigos que importamos aos
montes da China. Perdoem-me Mao Tse Tung ou mesmo Deng Xiaoping, mas a invasão
de seus produtos, no Brasil, é caso de deter, ter um paradeiro.
Os chamados “bagulhos”,
que avançam nas prateleiras dos Xing-Lings da vida já estão enterrando a nossa
arte, parando os nossos corações e aniquilando qualquer tentativa de reversão
desse todo volume que arrasa a nossa economia e nos deixa entre os piores
índices na Terra.
Os artistas já não estão fazendo arte. Pelo
contrário, vendendo os “bagulhos” que os container fechados chegam aos nossos
portos. E pouco, mas mesmo pouco, se faz para deter ou reverter isto.
Dizem que estes
produtos não possuem nem mesmo qualquer qualidade e isto já foi comprado: onde
está o INMETRO para ferir a capacidade de um alicate, de uma chave-de-fenda, de
uma pilha (que contém cádmo), de um brinquedo? Não há uma fiscalização exigente
e rigorosa, até porque esta mesma fiscalização deve inibir tantos produtos
fracos (mas baratos) para o nosso mercado exigente para com os produtos
nacionais.
Penso que a Presidenta
Dilma Rousseff, atenda aos interesses maiores do nosso país (até porque a
Constituição e o Pacto Federativo exigem certas observações), para que este
estado lamentável de situação caótica não perdure por muito tempo.
Creio, sinceramente, que
a Presidenta fará com que a nossa arte se sobreponha a estas infinidades de
“bagulhos” que invadem o nosso mercado, quebra o compromisso de emprego e
desarme tantos talentos, tantos artistas e tanta arte que temos. Não chegamos
ao fundo do posso; mas poderemos estar perto, caso não haja uma política
nacional para brasileiros.
*J. R. Guedes de Oliveira, ensaísta,
biógrafo e historiador.