domingo, 15 de março de 2015

J. R. Guedes de Oliveira






                  UMA PSEUDO ARTE DA TERRA DE MAO ANIQUILA
                                          A ARTE BRASILEIRA



                                                                                    J. R. Guedes de Oliveira*


          Há alguns anos passados, em pequeno artigo meu, falei do triste final de uma empresa de guarda-chuvas, de Indaiatuba, SP, que fechou as suas portas ante aos importados chineses. Na época, mais de uma centena de funcionários perderam o seu emprego e, seu proprietário, se viu falido, literalmente falido.

          Hoje, falo da pseudo arte chinesa que invade o nosso mercado, destrói os nossos artistas e aniquila a nossa alma. São inúmeros “bagulhos” que chegam ao nosso mercado, espalham pelas nossas cidades e determinam que podem acabar com a arte brasileira.

          Posso falar, porque vi e senti em algumas cidades, como Poços de Caldas, Campos do Jordão e, nestes dias, a cidade de Pedreira, invadida por louças, principalmente chinesas. Pasmem: Pedreira era a “Meca” da louça (pratos, travessas, etc.).

          É lamentável o que vem ocorrendo em nosso país, já que não estão mais fazendo trabalhos artísticos. É preferível comprar um quadro de estampa de “sei lá de onde”, mas nunca de um artista brasileiro. Pratos desenhados, em série, são artigos que importamos aos montes da China. Perdoem-me Mao Tse Tung ou mesmo Deng Xiaoping, mas a invasão de seus produtos, no Brasil, é caso de deter, ter um paradeiro.

           Os chamados “bagulhos”, que avançam nas prateleiras dos Xing-Lings da vida já estão enterrando a nossa arte, parando os nossos corações e aniquilando qualquer tentativa de reversão desse todo volume que arrasa a nossa economia e nos deixa entre os piores índices na Terra.

           Os artistas já não estão fazendo arte. Pelo contrário, vendendo os “bagulhos” que os container fechados chegam aos nossos portos. E pouco, mas mesmo pouco, se faz para deter ou reverter isto.

           Dizem que estes produtos não possuem nem mesmo qualquer qualidade e isto já foi comprado: onde está o INMETRO para ferir a capacidade de um alicate, de uma chave-de-fenda, de uma pilha (que contém cádmo), de um brinquedo? Não há uma fiscalização exigente e rigorosa, até porque esta mesma fiscalização deve inibir tantos produtos fracos (mas baratos) para o nosso mercado exigente para com os produtos nacionais.

          Penso que a Presidenta Dilma Rousseff, atenda aos interesses maiores do nosso país (até porque a Constituição e o Pacto Federativo exigem certas observações), para que este estado lamentável de situação caótica não perdure por muito tempo.

          Creio, sinceramente, que a Presidenta fará com que a nossa arte se sobreponha a estas infinidades de “bagulhos” que invadem o nosso mercado, quebra o compromisso de emprego e desarme tantos talentos, tantos artistas e tanta arte que temos. Não chegamos ao fundo do posso; mas poderemos estar perto, caso não haja uma política nacional para brasileiros.

                                *J. R. Guedes de Oliveira, ensaísta, biógrafo e historiador.