sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A guerra das imagens retorna...as últimas foram no período nazista e na Guerra Fria...


Radar Econômico


Jornal grego chama Angela Merkel de nazista

10 de fevereiro de 2012 | 18h50
Sílvio Guedes Crespo

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O jornal grego δημοκρατία (“Dimokratia”) estampou na sua primeira página uma fotomontagem da chanceler alemã, Angela Merkel, portando uma suástica no braço direito. A manchete é “Dachau!”, referência a um campo de concentração nazista construído nos anos 1930.

A edição do jornal que acusa Merkel de nazista é a de quinta-feira, 9 – foi feita antes, portanto, de o governo grego anunciar que cortaria gastos de 3,3 bilhões de euros neste ano, equivalentes a 1,5% do PIB (produto interno bruto).

Essa contenção de despesas foi anunciada com o objetivo de receber ajuda da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional. Porém, essas duas entidades consideraram o plano grego “incompleto e insuficiente”. A Alemanha tem sido o país mais duro nas negociações com a Grécia.
Já a população grega, em grande parte, pensa exatamente o contrário sobre o plano de cortes: acha-o austero demais e iniciou uma greve geral de 48 horas. O governo quer reduzir o salário mínimo em 22% (de 750 euros para 585), demitir 15 mil servidores públicos e cortar em 20% as aposentadorias acima de 1 mil euros. Fora isso, promete diminuir os investimentos públicos em 400 milhões de euros e o orçamento militar em 300 milhões.

O periódico grego não representa, evidentemente, a posição oficial do país, mas pode refletir o sentimento de parte da população, que se sente subjugada por ter que se submeter a esse sacrifício.
Como bem afirmou o “Washington Post“, a imagem de Merkel com a suástica mostra que a crise faz os gregos ressuscitarem velhos estereótipos alemães.

Os alemães, por sinal, também já fizeram a sua brincadeira de mau gosto não faz muito tempo. A revista “Focus” publicou em sua capa uma montagem mostrando a escultura de Vênus de Milo, que representa a deusa grega Afrodite, fazendo um gesto obsceno e acompanhada da chamada: “Fraudadores na família euro”. A publicação insinuava que a Grécia era culpada pela crise do euro.

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