Hillary diz que Dilma "criou padrão para o mundo" no combate à corrupção
Maurício SavareseDo UOL, em Brasília
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Roberto Stuckert FilhoA presidente Dilma Rousseff, acompanhada do ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores), conversa com a secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton
Hillary afirmou que “os governos que se escondem do público, que descartam a ideia de abertura” no futuro “terão mais dificuldade para manter a segurança”. “A corrupção mata e destrói o potencial dos países. Tira a motivação das pessoas. Este é um recado para nossas populações, defendemos a abertura”, disse Hillary.
“Achamos que quando a população pode se expressar, nós fazemos melhor. A vontade política é que determina se prestamos conta ou não”, disse ela, pouco antes do elogio a Dilma: "O comprometimento dela com a transparência, a democracia e com a luta contra a corrupção cria um novo padrão mundial".
A presidente brasileira perdeu sete ministros em seu governo por conta de denúncias de corrupção. Foram eles: Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo), Orlando Silva (Esporte), Carlos Lupi (Trabalho) e Mário Negromonte (Cidades). Outros, como Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), também foram alvos de denúncias, mas mantiveram seus cargos.
Em seu discurso no evento, a presidente Dilma disse que "todos têm a ensinar". "Acreditamos que todos os países que participam desse processo têm algo a ensinar e algo a aprender. Damos mais um passo no sentido de construir relações harmônicas entre os países", afirmou.
Dança das cadeiras no governo Dilma
Foto 8 de 13 - O
ministro Orlando Silva (PCdoB) pediu demissão do cargo no dia 26 de
outubro de 2011 após diversas acusações de irregularidades no Ministério
do Esporte. Ele foi acusado de participar de um esquema de desvio de
recursos do programa Segundo Tempo, que dá verba a ONGs para incentivar
jovens a praticar esportes Daniel Marenco/Folhapress
Transparência
Hillary, que passará dos EUA para o Reino Unido a copresidência da Parceria para o Governo Aberto, afirmou que os esforços de divulgação de dados fará a diferença entre os países no futuro. “O futuro não é de se estamos no Norte ou no Sul, à esquerda ou à direita, mas se temos um governo aberto ou fechado”, disse. “Quem descartar a abertura ficará para trás.”A secretária elogiou esforços para abertura no Norte da África, de onde vieram delegações de dois países que passaram por revoluções recentes: Tunísia e Líbia. Depois da passagem pelo Brasil, Hillary segue para a Bélgica. Antes, ela esteve na Colômbia para a reunião de Cúpula das Américas.
Ao discursar hoje, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, defendeu a abertura e transparência das informações públicas. “Quanto maior for a exposição e a publicidade dos gastos e atos públicos, menor será o espaço para a corrupção e o desperdício”, ressaltou.
Hage destacou o crescente aumento do interesse dos países em aderir ao Governo Aberto. Ele citou também o interesse de organizações da sociedade civil no mecanismo. “Tudo isso significa uma aposta na democracia, na renovação dos povos, nas instituições e em mecanismos democráticos de governo.”
Já o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que a conferência é uma oportunidade para aperfeiçoar os esforços no combate à corrupção e na busca pela transparência de dados oficiais.
“Estou certo de que sairemos [da conferência] fortalecidos pelo intercâmbio de ideias. Minha convicção é a da busca pela consolidação do governo aberto não só no Brasil, como no mundo”, disse o chanceler. (Com Agência Brasil)