DE SÃO PAULO O empresário Djalma Brugnara Veloso, 49, suspeito de ter matado a mulher, a procuradora federal Ana Alice Moreira de Melo, 35, foi encontrado morto com 28 facadas na noite de anteontem, em um motel próximo ao condomínio de luxo onde a família vivia, em Nova Lima (MG). O delegado Edson Moreira, do Departamento de Homicídio disse que tudo indica que Veloso se matou. Segundo o laudo da necropsia, das 28 facadas, 22 eram superficiais e seis, profundas. Não foram achadas lesões que indiquem tentativa de defesa, e os golpes são compatíveis com uma pessoa destra, como Djalma era. "Primeiro ele busca perfurar a carótida (pescoço), depois tentar cortar os pulsos, a artéria femoral, na coxa, e enfim, o tórax", disse o delegado. Um dos golpes atinge o coração. "Era muita adrenalina, ele tinha acabado de matar a mulher. Estava sob forte emoção." Sob um dos braços da vítima foi encontrada uma faca, que será submetida a perícia. Para a delegada Renata Fagundes, que investiga a morte da procuradora, o empresário é o principal suspeito do assassinato da mulher, de quem estava se separando. Ana Alice foi morta a facadas na madrugada de anteontem, na casa da família. A babá dos filhos do casal disse à polícia que a procuradora e Veloso discutiram. Assustada, ela se escondeu em um banheiro com os filhos do casal. Ao sair de lá, a procuradora estava morta, e o marido não estava em casa. Segundo Moreira, Veloso entrou sozinho no motel às 4h45 de quinta, seis minutos após sair de casa. Durante todo o dia, não fez telefonemas nem pediu comida. Às 22h30, duas camareiras entraram no quarto, encontraram o empresário caído na cama e acionaram a Polícia Militar. O cardiologista Flávio Brugnara Veloso, irmão de Djalma, disse à Folha que a família tentou falar com ele durante toda a quinta-feira, mas não conseguiu. Flávio disse que a família está muito chocada e não comentará as circunstâncias das mortes. "Djalma era uma pessoa muito boa, que vivia para a família", disse. O advogado Guilherme Colen, que representa a família Veloso, disse que aguardará o resultado da perícia para se manifestar. Ele não quis comentar a situação do casal. A procuradora foi enterrada ontem, em Belo Horizonte. Em nota, a família pediu que a "tragédia" contribua para uma reflexão sobre a violência contra a mulher. A delegada vai aguardar o laudo necroscópico para arquivar o caso porque, para ela, o autor do crime morreu. Colaborou MARTHA ALVES, de São Paulo |
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Outra face da covardia machista e patriarcal brasileira. Os canalhas acham que podem matar a mulher, porque têm semelhante direito. Neste sentido, é mais do que escandaloso o recurso às aspas, pela jornalista, ao mencionar a tragédia lamentada pela família. Mostra evidente tentativa de banalização do feito e do fato. Detalhe, a mulher havia pedido ajuda policial e da justiça. Recebeu a morte como resposta. CNJ neles !
São Paulo, sábado, 04 de fevereiro de 2012