segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Marta Bellini: Witman me faz recordar o pungente livro de E. de Fontenay, Le silence des bêtes. Os bichos calam, mas os humanos berram, e quando submetidos, murmuram. Os tons mostram sua ferocidade e covardia. É um bicho singular. E Goethe: "o deus minúsculo do mundo usa a razão, para ser mais bestial dos que as feras". E dá-lhe Auschwitz, Gulag, Eldorado dos Carajás, Celso Daniel, Toninho do PT, Pinheirinhos...

domingo, 29 de janeiro de 2012




Creio que poderia transformar-me e viver com os animais. Eles são tão calmos e donos de si,
Detenho-me para contemplá-los sem parar.
Não se atarantam nem se queixam da própria sorte,
Não passam noites em claro, remoendo suas culpas,
Nem me aborrecem falando de suas obrigações para com Deus.
Nenhum deles se mostra insatisfeito, nenhum deles se acha dominado pela mania de possuir coisas.
Nenhum deles fica de joelhos diante do outro, nem diante da recordação de outros da mesma espécie que viveram há milhares de anos.
Nenhum deles é respeitável ou desgraçado em todo o amplo mundo.

Walt Whitman