sábado, 21 de janeiro de 2012

Não se preocupem. Eles aceitarão a aliança, porque são todos lulistas e ser lulista é fazer pactos com Deus e o Diabo, indiferentemente, desde que poder seja a resultante. Faço uma aposta: mastigarei gostosamente os pedaços da carteirinha do PT do "indignado"petista, se ela a rasgar.

União com Kassab gera rebelião no PT

Setores à esquerda do partido em SP não aceitam negociação entre o prefeito, do PSD, e os líderes petistas em torno da eleição na capital

21 de janeiro de 2012 | 20h 36

Fernando Gallo e Roldão Arruda, de O Estado de S. Paulo


Preocupados com a aproximação do PSD atrás de uma possível composição nas eleições municipais, setores da base do PT-SP criticam a direção petista pela abertura das negociações e integrantes de tendências de esquerda até ameaçam deixar a legenda caso o acordo com a sigla dirigida pelo prefeito Gilberto Kassab prospere.

"Não admito acordo com esse prefeito e seu partido. Sou membro-fundador do PT e, caso isso ocorra, vou rasgar minha carteirinha e desfazer minha filiação", afirma Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, vice-presidente da Central dos Movimentos Populares. "Não posso aceitar acordos espúrios da direção do partido sem consultar a base."

Gegê afirma que vai defender o voto nulo se a aliança com o PSD se concretizar. "Vamos perder a eleição sem o apoio dele? Não importa. Prefiro perder conscientemente a ganhar e não governar. O PT já perdeu muito de seu projeto original por conta desse tipo de acordo."

As tensões na base petista têm origem na desgastada relação entre a atual administração e os movimentos populares de moradia e saúde.

Em 16 de julho do ano passado, em reunião que contou com cerca de 450 filiados, o setorial de habitação do PT-SP decidiu declarar Kassab "inimigo número 1 dos movimentos de habitação e dos sem-teto em São Paulo" e "recomendar ao PT em todas as suas instâncias que não realize nenhum tipo de aliança com este prefeito". O documento elaborado falava ainda em "encaminhar uma agenda de lutas para tirar este prefeito nefasto e seus aliados da prefeitura".

As principais críticas do setor de moradias referem-se a reintegrações de posse consideradas violentas pela base petista, a despejos e remoções levadas a cabo pela gestão Kassab e "à entrega da cidade pelo prefeito ao capital e à especulação imobiliária, associados aos grandes projetos de infraestrutura", conforme a resolução de julho passado.