quinta-feira, 12 de abril de 2012

Eis a face da imensa dor, a geração demoníaca dos machistas de todo o mundo, inclusive do Brasil. Uma cultura da morte, da tristeza, do nada.

Fakhra Younus


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Paquistanesa vítima de ataque com ácido suicida na Itália

Fakhra Younus havia feito mais de 30 cirurgias para reconstituir o rosto; ex-marido é acusado  
Paquistanesa vítima de ataque com ácido se suicida na Itália

Fakhra Younus havia feito mais de 30 cirurgias para reconstituir o rosto; ex-marido é acusado

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A ex-dançarina paquistanesa Fakhra Younus, 33 -vítima, em 2000, de um ataque com ácido atribuído a seu ex-marido-, se suicidou em Roma, onde vivia e recebia tratamento, no dia 17 de março. Seu corpo foi trasladado para o Paquistão e enterrado em Karachi em 25 de março. 

Younus pulou do sexto andar do prédio em que morava na capital italiana, depois de ter passado por mais de 30 cirurgias ao longo de 12 anos para tentar reconstituir seu rosto desfigurado pelo ácido. 

O caso, que teve repercussão internacional, ocorreu menos de um mês após a cineasta Sharmeen Obaid-Chinoy obter o primeiro Oscar do Paquistão com o documentário de curta-metragem "Saving Face", sobre mulheres atacadas com ácido no país. 

A Fundação Aurat, ONG de defesa dos direitos das mulheres, estima que só em 2011 tenham acontecido 8.500 ataques com ácido, casamentos forçados e outras formas de violência contra a mulher em território paquistanês. 

O ex-marido de Younus acusado pela agressão, Bilal Khar, é um integrante da elite do Paquistão -ex-parlamentar e filho de um ex-governador da província de Punjab, a maior do país. 

Em 2003, Khar foi absolvido da acusação -segundo críticos, graças às conexões políticas de sua família. No ano passado, sob pressão, o governo paquistanês adotou lei mais rígida contra os ataques, sujeitando os agressores à pena mínima de 14 anos. 

Após a morte de Younus, ativistas de direitos humanos tentam reabrir o caso para que Khar volte a ser julgado.