domingo, 1 de janeiro de 2012

Existe um nome para tal coisa: FASCISMO ! É o universo concentracionário que, certamente, irá explodir cedo ou tarde em regime político genocida.

Índice geral São Paulo, domingo, 01 de janeiro de 2012Cotidiano
Cotidiano
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Contra arrastão, prédio revista até morador
Seguranças observam ocupantes de carros e abrem porta-malas antes de liberar a entrada nos condomínios
Medidas estão sendo adotadas em bairros como Jardins, Perdizes e Moema para evitar a entrada de assaltantes
TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO
Todas as vezes que o carro da nutricionista Carmem Barbieri, 45, chega ao portão da garagem de seu edifício no Morumbi, zona oeste de São Paulo, um segurança se aproxima. Ele pede para que os vidros sejam abertos e, à noite, que a luz interna seja acesa.
Em seguida, o funcionário vistoria o carro, em busca de algum estranho.
A rotina foi implementada há um mês, depois que um prédio vizinho sofreu arrastão, conta a nutricionista, síndica do edifício.
Por medo das invasões, moradores de bairros nobres, como Moema, Perdizes e Jardins, têm se submetido a revistas antes de entrar em suas residências. Elas acontecem ainda na calçada ou numa espécie de "clausura" (espaço entre dois portões).
Esse tipo de procedimento não é novidade. Era mais comum em edifícios de altíssimo padrão, com poucos apartamentos e moradores.
O condomínio onde Carmem mora tem duas torres e 108 unidades, e o procedimento é rápido. Na hora do "rush", no entanto, provoca filas na entrada da garagem.
No condomínio de 392 apartamentos em que mora o advogado e síndico Marcellus Parente, 40, próximo à Cidade Universitária (zona oeste), a segurança vai além: abre o porta-malas do carro e, quando há um visitante no veículo, pede para que ele saia e entre pelo portão social.
A empresa responsável pela segurança do edifício, a Haganá, explica que a medida visa separar o morador de um potencial criminoso.
"A única forma de 'limpar' o carro é separar o desconhecido para que o morador possa dizer se está em risco", diz o diretor comercial da empresa, José Antonio Caetano.
RECLAMAÇÕES
Mas nem todos os moradores ficam contentes com as medidas rígidas.
Carmem conta que há quem se recuse a abrir as janelas do carro.
"Tem morador que só abre depois que o segurança bate no vidro e pede", diz.
Os condôminos ainda não aprovaram, por exemplo, que os porta-malas sejam revistados, porque a maioria considera invasão de privacidade.
O advogado Parente também já ouviu reclamações por causa da segurança.
"Há moradores que dizem que a medida causa constrangimento com as visitas, mas respondemos que segurança não admite exceção", conta.
E não admite mesmo. O gerente predial de um edifício nos Jardins, que por questões de segurança pediu para não ser identificado, conta que até um ex-presidente, ao entrar de carro no edifício com autorização de um morador, foi barrado para que o carro fosse revistado. "Quem quer entrar no prédio tem que se submeter".
Segundo o Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado), houve no primeiro trimestre de 2011 ano nove casos de arrastões em condomínios em toda a cidade. No mesmo período de 2010, foram 18.

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Segurança inclui códigos e 'vaga do ladrão'
DE SÃO PAULO
Apesar de garantirem que o segurança que vistoria os carros, geralmente desarmado, está preparado para agir caso encontre um criminoso escondido, empresas dizem que o objetivo não é surpreender um possível ladrão.
"Se o ladrão sabe que há segurança, ele não entra. Quero mostrar que o morador não é alvo interessante", diz Niv Yossef, gerente de segurança do grupo GR.
"O marginal vai aonde tem facilidade", afirma José Antonio Caetano, diretor comercial da Haganá.
O capitão da Polícia Militar José Elias de Godoy, autor de dois livros sobre segurança em condomínios, discorda.
"No assalto pontual, o bandido quer a maior facilidade para entrar e para sair. Mas a quadrilha organizada vai tentar burlar o sistema."
CÓDIGOS SECRETOS
Silvia Santelena, diretora administrativa do Grupo Light, que cuida de condomínios, diz que prédios usam até códigos entre moradores e seguranças. "Em um condomínio nos Jardins, caso os moradores sejam rendidos por assaltantes e eles tentem entrar escondidos no porta-malas, o morador, ao abrir o vidro, dá duas piscadas para o controlador de acesso."
Há também a chamada vaga do ladrão. Quando um morador é rendido, em vez de parar na sua vaga, ele para no espaço reservado. Assim, sem alarde, o porteiro é alertado.
Para Viviane Cubas, do Núcleo de Estudos da Violência da USP, situações como a revista podem indicar que as pessoas se sujeitam a tudo para se livrar da violência.
"Isso pode até melhorar a sensação de segurança deles, mas não tem impacto nenhum na segurança pública."
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