domingo, 15 de janeiro de 2012

Portal Band



Atualizado em sexta-feira, 13 de janeiro de 2012 - 15h40

Problemas de 2011 se repetirão este ano

Para analistas políticos, o governo de Dilma Rousseff não passará por reformas profundas
A presidente Dilma Rousseff irá encarar, em 2012, as mesmas dificuldades enfrentadas no ano passado em relação a denúncias envolvendo seus ministros. A opinião é de analistas políticos ouvidos pelo Portal da Band. Para eles, haverá muitas trocas de nomes com a reforma ministerial, mas o governo não passará por mudanças profundas. 


O professor associado da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) William Ricardo de Sá aponta uma explicação para a tese. “O ministério da Dilma tem o DNA do governo Lula, que também foi alvo de muitas denúncias. E as mudanças que ela fizer na reforma também terão participação dele”.


Segundo o analista, não adianta haver uma reforma no ministério se não forem mudados alguns hábitos do governo. “O grande problema é que o governo quer manter uma supermaioria no Congresso e para isso entrega muitos cargos no primeiro escalão para vários partidos”.


No entanto, acredita ele, a costura de uma maioria tão ampla é desnecessária. “A presidente tem poder de veto e também pode criar Medidas Provisórias. É um equívoco achar que o governo precisa desta supermaioria”.


Nomes certos para cair na reforma

Roberto Romano, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), também acredita que Dilma deve enfrentar novos problemas este ano, mas tem uma explicação diferente para a tese. “Ela tem uma base aliada mais frágil do que a do presidente Lula. Ele garantia o diálogo e os acordos, mas ela não tem este perfil”.


Para o professor, os ministros da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e das Cidades, Mário Negromonte, devem ser os principais nomes a deixar os cargos por causa das denúncias de irregularidades e de falhas na administração.


“Eles são as bolas da vez. Mas a saída do Bezerra trará mais dificuldades, porque ele é um aliado do poderoso governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que é figura importante nas alianças do governo”.


O professor Sá também aponta Bezerra e Negromonte como prováveis ministros a cair com a reforma. Mas diz que é preciso mais do que trocar os titulares das pastas. “Se vai haver mudança, é preciso trabalhar com eficiência para haver melhoria. E a imprensa tem de verificar com acuidade”.


Outro nome que, segundo Romano, também pode cair, é o do ministro do Desenvolvimento Econômico, Fernando Pimentel. “Este é outro caso complicado, porque ele tem não a confiança da presidente Dilma, mas da militante Dilma”, afirma. “São amigos de muitos anos. Mas ela deve esperar surgir mais alguma denúncia para afastá-lo”.