sábado, 14 de janeiro de 2012 - 08h00
Atualizado em
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012 - 15h40
Problemas de 2011 se repetirão este ano
Para analistas políticos, o governo de Dilma Rousseff não passará por reformas profundas
Fábio Mendes
noticias@band.com.br
A presidente Dilma Rousseff irá encarar, em 2012, as mesmas
dificuldades enfrentadas no ano passado em relação a denúncias
envolvendo seus ministros. A opinião é de analistas políticos ouvidos
pelo Portal da Band. Para eles, haverá muitas trocas de nomes com a reforma ministerial, mas o governo não passará por mudanças profundas.
O professor associado da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) William Ricardo de Sá aponta uma explicação para a tese. “O ministério da Dilma tem o DNA do governo Lula, que também foi alvo de muitas denúncias. E as mudanças que ela fizer na reforma também terão participação dele”.
Segundo
o analista, não adianta haver uma reforma no ministério se não forem
mudados alguns hábitos do governo. “O grande problema é que o governo
quer manter uma supermaioria no Congresso e para isso entrega muitos
cargos no primeiro escalão para vários partidos”.
No entanto,
acredita ele, a costura de uma maioria tão ampla é desnecessária. “A
presidente tem poder de veto e também pode criar Medidas Provisórias. É
um equívoco achar que o governo precisa desta supermaioria”.
Nomes certos para cair na reforma
Roberto
Romano, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), também acredita que Dilma
deve enfrentar novos problemas este ano, mas tem uma explicação
diferente para a tese. “Ela tem uma base aliada mais frágil do que a do
presidente Lula. Ele garantia o diálogo e os acordos, mas ela não tem
este perfil”.
Para o professor, os ministros da Integração
Nacional, Fernando Bezerra, e das Cidades, Mário Negromonte, devem ser
os principais nomes a deixar os cargos por causa das denúncias de
irregularidades e de falhas na administração.
“Eles são as bolas
da vez. Mas a saída do Bezerra trará mais dificuldades, porque ele é um
aliado do poderoso governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que é
figura importante nas alianças do governo”.
O professor Sá também
aponta Bezerra e Negromonte como prováveis ministros a cair com a
reforma. Mas diz que é preciso mais do que trocar os titulares das
pastas. “Se vai haver mudança, é preciso trabalhar com eficiência para
haver melhoria. E a imprensa tem de verificar com acuidade”.
Outro
nome que, segundo Romano, também pode cair, é o do ministro do
Desenvolvimento Econômico, Fernando Pimentel. “Este é outro caso
complicado, porque ele tem não a confiança da presidente Dilma, mas da
militante Dilma”, afirma. “São amigos de muitos anos. Mas ela deve
esperar surgir mais alguma denúncia para afastá-lo”.