sábado, 4 de abril de 2009
No Blog República de Itapeva....
Um dia, o Senhor chamou Noé, que morava em Porto Alegre, e ordenou-lhe:
- Dentro de 6 meses, farei chover ininterruptamente durante 40 dias e 40 noites, até que o Brasil seja coberto pelas águas. Os maus serão destruídos, mas quero salvar os justos e um casal de cada espécie animal. Construa uma arca de madeira.
Meses depois:
- Noé, onde está a arca?
- Perdoe-me, Senhor suplicou o homem. Fiz o que pude, mas encontrei dificuldades imensas: primeiro tentei obter uma licença da Prefeitura, mas para isto, além das altas taxas para obter o alvará,me pediram ainda uma contribuição para o PT . Precisando de dinheiro, fui aos bancos e não consegui empréstimo, mesmo aceitando aquelas taxas de juros . O Corpo de Bombeiros exigiu um sistema de prevenção de incêndio, mas consegui contornar, subornando um funcionário. Começaram então os problemas com o IBAMA e a FEPAM para a extração da madeira. Eu disse que eram ordens SUAS, mas eles só queriam saber se eu tinha um 'Projeto de Reflorestamento ' e um tal de 'Plano de Manejo '.
Nesse meio tempo, eles descobriram também uns casais de animais guardados em meu quintal. Além da pesada multa, o fiscal falou em 'Prisão Inafiançável ' e eu acabei tendo que matar o fiscal, porque para este crime a lei é mais branda.
Quando resolvi começar a obra, na raça, apareceu o CREA e me multou porque eu não tinha um Engenheiro Naval responsável pela construção. Depois apareceu o Sindicato exigindo que eu contratasse seus marceneiros com garantia de emprego por um ano. Veio em seguida a Receita Federal , falando em ' sinais exteriores de riqueza ' e também me multou. Finalmente, quando a Secretaria de Municipal do Meio Ambiente pediu o ' Relatório de Impacto Ambiental ' sobre a zona a ser inundada, mostrei o mapa do Brasil. Aí, quiseram me internar num hospital psiquiátrico! Sorte que o iNSS estava de greve...
Noé terminou o relato chorando, mas notou que o céu clareava. Então perguntou:
- Senhor, então não irás mais destruir o Brasil?
- Não, pelo que ouvi de ti, Noé,cheguei tarde!