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O mínimo que deveríamos aprender, na atual conjuntura mundial, é atenuar a inflação das palavras, que sempre vem com a inflação da moeda (1) a propaganda e as frases feitas, os slogans, que servem apenas para vender sonhos e gerar pesadelos (2) ou, na tradição brasileira, que servem apenas, como a panela de Pedro Malasartes, para enganar tolos. Quem seguiu a Espanha anos atrás, com a sua "prosperidade"(que gerou, inclusive, o renascimento de uma forte arrogância nacional, basta lembrar o que ocorria – e mesmo, ainda, ocorre– nos aeroportos espanhóis com brasileiros e outros "inferiores") e a analisa agora, sabe o que significa a política européia, norte-americana e...brasileira, inspirada no grande filósofo e economista Malasartes, ou melhor, Duda Mendonça ou João Santana. RR
(1) cf. Widdig, Bernd : Culture and inflation in Weimar Germany, Berkeley, University of California Press, 2011.
(2) cf o clássico de Serge Tchakhotine : The Rape of the Masses. The Psychology of Totalitarian Political Propaganda. New York: Fortean Society 1940 (com edição em português, traduzida por Miguel Arraes, quando ele era perseguido pelos donos do poder –que usou muita propaganda, como a do "milagre brasileiro"– e ainda não havia sequer sonho de imprensa livre no Brasil).
Desemprego sobe na Espanha a 4,4 milhões de pessoas
Número recorde confirma deterioração da situação econômica no segundo semestre do ano
03 de janeiro de 2012 | 8h 37
Efe

Paul White/AP
Os 4,42 milhões de desocupados representam novo recorde no país
MADRI - O desemprego na Espanha alcançou
4.422.359 pessoas no fim de 2011, número recorde que confirma "a
deterioração da situação econômica no segundo semestre do ano", revelou a
secretária de Estado de Emprego, Engracia Hidalgo.
Pelos dados oficiais publicados nesta terça-feira, o desemprego subiu
na Espanha durante o ano passado 7,86 % na comparação com 2010.
Os 4,42 milhões de desocupados representam novo recorde, o maior
nível anual em toda a série histórica comparável medida na Espanha desde
1996.
Na comparação com 2010, o ano de 2011 teve 322.286 desempregados a mais, conforme o Ministério de Emprego e Seguridade Social.
Por setores, o desemprego subiu em dezembro principalmente no setor
da construção, com 23.778 pessoas a mais (3,16%); seguido pelo da
indústria, com 9.034 (1,81%).
A alta do desemprego no ano passado foi bem superior à experimentada em 2010, quando aumentou em 176.470 indivíduos.
No entanto, foi inferior às registradas em 2008 e 2009, por isso que é
a terceira maior alta anual de toda a série comparável,
consequentemente a terceira maior desde o início da crise.
A secretária ressaltou que as sucessivas "reformas incompletas" de
relações trabalhistas "não conseguem dinamizar e flexibilizar" o mercado
de trabalho.
Este é o primeiro dado de desemprego conhecido a posse do novo
presidente do Governo espanhol, o conservador Mariano Rajoy, dias antes
do Natal após as eleições gerais de 20 de novembro.
Ao tomar posse, Rajoy garantiu que combater o desemprego é uma das prioridades para os próximos quatro anos.
Por setores, o desemprego subiu em dezembro com relação ao mês
anterior principalmente na construção, com 23.778 pessoas (3,16%);
seguido pela indústria com 9.034 (1,81%). Movimento contrário foi
sentido nos setores de serviços e agricultura.
Entre os estrangeiros, o desemprego subiu em 474 pessoas em dezembro
na comparação com novembro e em 20.065 na medição de todo o ano (3,31%),
o que situou o total de pessoas sem trabalho deste coletivo em
625.903.